segunda-feira, 9 de julho de 2018

ERA UMA VEZ UMA COPA FULECA...


“A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa...” – Jô Soares, humorista, escritor, dramaturgo, ator e músico brasileiro.


Há + ou - 37 anos, apesar das ruas de barro – quando chovia, tudo alagava –, das poucas casas e do mato, além das mangueiras a perder de vista, morar numa determinada área pertencente ao bairro de Lagoa Nova, em Natal (RN), era uma tranquilidade... Com o tempo, essa realidade aos poucos foi mudando, mas, mesmo assim, de certa forma suportável, até que, não faz muito tempo, com a construção da Arena das Dunas, construída em função da Copa de 2014, e dos “acessórios” em seu entorno – viadutos, túneis e alterações de sentidos de muitas ruas –, instalou-se o caos: aqui e acolá, considerando que a totalidade das obras não foi concluída a contento até hoje, um problema no solo interfere no maldito trânsito e, infelizmente, respinga nos moradores da região.

Hoje, segunda-feira (9), constatou-se isso mais uma vez: ontem (8), o rompimento de uma adutora da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) provocou a interdição de um trecho de uma das principais e mais movimentadas avenidas da cidade, a Prudente de Morais, que passa defronte ao tal estádio. Resultado: “sobrou” para as vias alternativas para quem trafega pelo perímetro – sem falar que o fornecimento de água foi interrompido para alguns bairros adjacentes.

Então... É mais do que público e notório que, quando da construção da Arena das Dunas, outras obras foram empreendidas para “receber” a copa de 2014, inclusive, para isso, a desativação de outras – caso do Aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim, na Grande Natal, que passou a funcionar para a sociedade civil em 1951, embora com um histórico anterior, mas, mesmo tendo passado por uma reforma que consumiu R$ 16,4 milhões e deixou o terminal pronto para operar até na Copa do Mundo, desativado sem o menor constrangimento pelas ditas autoridades do Estado.

Desse modo, desnecessária a construção de um novo aeroporto, em São Gonçalo do Amarante, a 30 quilômetros de Natal – outra obra, aliás, ainda não conclusa e que só foi iniciada, já que ainda não é dada como pronta, só serviu de bode expiatório para desvios de recursos supostamente destinados a sua edificação.

E eu perguntaria: em quais bolsos e contas bancárias de determinados políticos, no Brasil e no exterior, foram parar os tais recursos previstos a não importa qual obra?

RN: DESCASO PARA COM O PATRIMÔNIO E A HISTÓRIA NACIONAL:

Nathalie Bernardo da Câmara


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