sábado, 30 de julho de 2011

NÃO SABEMOS MAIS O MUNDO EM QUE VIVEMOS (OU SOBREVIVEMOS)...*


"É fácil censurar os outros;
difícil é ser censor dos próprios atos."

Extraído de textos judaicos

***

A censura, na adversidade, é cruel."

Públio Siro (85 a. C. – 43 a. C.)
Escritor latino da Roma dita antiga




Deu na coluna Nossa antena, da quase sempre sublime jornalista brasileira Ruth de Aquino, da Revista Época, no dia 21 de julho de 2011. Achei o ó! – como se diz na gíria atual. Afinal, quando a mediocridade vai ser suplantada?



A Patrulha do amor

Por Ruth de Aquino


Era uma festa de interior paulista em São João da Boa Vista. O pai, de 42 anos, abraçou o filho, de 18. Eles se veem uma vez por mês. “A gente fica no maior chamego, é a saudade”, disse o pai. Um grupo de seis homens se aproximou e perguntou se eles eram gays. O pai ainda respondeu que não. Foi desacordado por um soco no queixo. Sua orelha direita foi decepada por um dos agressores. Era um serralheiro de 25 anos que odeia homossexuais.

O serralheiro, preso dias depois, foi solto logo. E provavelmente só se arrepende pelo erro de avaliação: se pai e filho fossem um casal, teriam merecido o castigo. Ele é um entusiasta da tese defendida pelo deputado federal Bolsonaro: pais devem dar palmadas em filhos com “desvios” para “curar a doença” que está destruindo a família brasileira.

Essa legião homofóbica é muito maior do que se pensa em nosso país. Ela começa a sair do armário. Os novos direitos iguais dos gays cumprem uma função importante: mostram quem é quem. Preconceitos ficavam escondidos pela legislação discriminatória. Agora, emergem com fúria viril e religiosa. Agressões como essa e tantas outras terão de ser punidas exemplarmente, até que a sociedade se civilize e se modernize. O racismo é crime? A homofobia também precisa ser crime.

“Estava eu, meu filho, minha namorada e a namorada dele. Elas foram no banheiro. Aí eu peguei e abracei ele”, contou o pai, vendedor autônomo que vive numa chácara em Vargem Grande do Sul, cidade vizinha. O filho mora com a mãe em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. “Passou um grupo, perguntou se nós éramos gays, eu falei ‘lógico que não, ele é meu filho’. Ainda falaram: ‘Agora que liberou, vocês têm que dar beijinho’. Houve um empurra-empurra, eles foram embora, mas voltaram. Não sei se eu tomei um soco, apaguei. Quando levantei, senti. A minha orelha já estava no chão, um pedaço.” Uma mulher pegou o pedaço da orelha e colocou em um copo com gelo. No hospital, os médicos disseram que a orelha foi decepada por algum objeto cortante e muito bem afiado. “Não se pode nem mais abraçar um filho”, disse o autônomo.

Esse episódio dantesco numa festa agropecuária não choca apenas pelo ódio aos gays. Parece cada vez mais difícil ser pai amoroso quando, por todo lado, espreita a malícia alheia. Há dois anos, em setembro de 2009, um turista italiano foi preso por acariciar e beijar com “selinhos” a filha de 8 anos numa piscina pública em Fortaleza. Um casal de Brasília chamou a polícia. Estavam indignados com o “gringo pedófilo”. Ele branco, ela mais escura. A menina era filha do italiano com uma brasileira. A mulher também estava na piscina e protestou quando levaram o marido.

Pode-se entender o engano inicial numa região como o Nordeste, onde a prostituição infantil e o turismo sexual são uma tragédia quase oficial. Mas, mesmo depois de esclarecer que o italiano era pai da menina e estava com a mulher, como explicar sua detenção por dez dias de férias? Foi liberado sem pedido de desculpas. Daqui a pouco, um pai não poderá mais ajeitar o biquinizinho da filha, levar a menina ao banheiro, colocar no colo, abraçar e beijar. 

Essa polícia do comportamento afetivo é dura, humilhante e cultural. Persegue sobretudo os homens. Em vários países, beijos entre heterossexuais não põem em dúvida sua masculinidade. São expressões de carinho. No Brasil, é mais complicado. Escrevi uma vez sobre o simbolismo de homens fantasiados de mulher no Carnaval. “O homem se veste de mulher porque quer ser mais afetivo de maneira escancarada, sair beijando todos, de qualquer sexo. Homem afetivo, nos outros dias do ano, é coisa de gay”, diz o psicoterapeuta Sócrates Nolasco. “É um momento do ano em que ele não precisa afirmar sua masculinidade. Mulher pode ser afetiva, carinhosa, extrovertida, e nem por isso será tachada de piranha.”

Deve ser cansativo e frustrante tentar se enquadrar o tempo todo no que a sociedade espera do macho. As novas gerações de homens deveriam fazer uma revolução.



*O título inicial, a ilustração e as epígrafes foram escolhas minhas.


Nathalie Bernardo da Câmara



TERIA SIDO EVA SEDUZIDA PELA SERPENTE VIA WEB?


“O homem que porta uma arma é um covarde...”.

Mahatma Gandhi (1869 - 1948)
Advogado e pacifista indiano




E não importa a arma. No caso, as mais comuns são as de fogo ou as ditas brancas (faca, facão etc), embora, necessariamente, existam, igualmente, outros tipos de armas. A própria palavra, por exemplo, também é uma forma de arma e, dependendo do contexto e do modo em que ela é proferida, pode até surtir mais impacto do que qualquer outra, não importa qual. Isso sem falar de certas ações... Essas, então! Infelizmente, a maioria das pessoas não se dá conta disso, não medindo, portanto, as consequências dos seus gestos, recorrendo a atitudes arbitrárias, prepotentes, arrogantes, invasivas, ou seja, de maneira abusiva, na maioria das vezes provocando danos irreversíveis, desencadeando traumas – sabe-se lá mais o quê. É um acinte! Respeito à individualidade e à privacidade? Isso não nos pertence mais. Não existe. É mera utopia. Muitas vezes, inclusive, nos negam, até, a nossa própria identidade, bem como desconsideram os nossos direitos constitucionais.

Não obstante, escrevendo o parágrafo acima, casualmente lembrei-me de uma passagem do livro Caim, de José Saramago (1922 - 2010), publicado em 2009, polêmico tais quais as declarações do escritor português. A referida passagem, portanto, diz o seguinte, ressaltando que Saramago costumava referir-se aos nomes bíblicos, visto a sua aversão pelos mesmos, no diminutivo:

“Tendo conhecido o bem e o mal [a árvore do conhecimento, da qual eva colheu a maçã que, supostamente, viria a desandar os destinos da humanidade], o homem [disse o senhor referindo-se a Adão] tornou-se semelhante a um deus, agora só me faltaria que fosses colher também do fruto da árvore da vida [a árvore da imortalidade] para dele comeres e viverem para sempre, não faltaria mais, dele comeres e viveres para sempre, não faltaria mais, dois deuses no universo, por isso te expulso a ti e a tua mulher deste jardim do éden [já seria do conhecimento de Eva que a maçã emagrece?], a cuja porta colocarei de guarda um querubim armado com uma espada de fogo, o qual não deixará entrar ninguém, e agora vão-se embora, saiam daqui, não vos quero ver nunca mais na minha frente”.

Porém, antes de proferir palavras tão duras, o considerado todo-poderoso providenciou algumas peles de animais para “tapar a nudez de adão e eva, os quais piscaram os olhos um ao outro em sinal de cumplicidade, pois desde o primeiro dia souberam que estavam nus e disso bem se haviam aproveitado”. Desse modo, “carregando sobre os ombros as fedorentas peles, bamboleando-se sobre as pernas, trôpegas adão e eva pareciam dois orangotangos que pela primeira vez se tivessem posto de pé. Fora do jardim do éden a terra era árida, inóspita, o senhor não tinha exagerado quando ameaçou adão com espinhos e cardos”.

A arma utilizada, nesse caso, qual foi? As palavras ásperas do dito senhor das supostas verdades e a privação da “boa vida”, como disse o escritor, à qual, antes, havia legado a Adão e à Eva. Eu, particularmente, não teria deixado barato tamanho abuso de poder e desrespeito a minha dignidade humana, embora, como eu já disse em uma postagem anterior, intitulada Adão, Eva e a serpente, parte III, da série Que seja feita a vontade de Deus?, publicada originalmente no dia 01 de junho de 2010 e republicada no dia 14 de maio de 2011, adão não passou de uma clonagem de Deus, já que, segundo os textos bíblicos, ele, Adão, não era que a sua imagem-semelhança. Sei não, mas, hoje, o nome disso chama-se clonagem. E, em muitos casos, considerada crime – lamentavelmente, àquela época, não existia nenhum tipo de legislação – a não ser a oral, imposta por Deus e sem direito à contestações –, tipo uma constituição ou um código penal que freasse certos abusos e aberrações cometidos por uma certa entidade considerada divina, que, segundo Saramago, foi criada pela mente humana apenas para servir de muleta. Para muitos, um insignificante bicho-papão.

Enfim! Coitado de adão [e de eva também], que, antes da reprimenda que recebeu de Deus por ter aceito comer a deliciosa e perfumada maça que eva o ofertou [a suposta influência da serpente é nula], ouviu do arrogante proprietário do Jardim do Éden que, um dia, ele viria de novo a se transformar em terra, “pois dela fostes formado, na verdade, mísero adão (olhe o desrespeito à dignidade do iminente indigente), já que tu és pó e ao pó um dia tornarás”. Eita! Quem diria que a cremação – hoje tão em voga (e eu a defendo, querendo, inclusive ser cremada envolta em aromas de agradáveis incensos de cedro, sendo as minhas cinzas lançadas ao mar de Baía Formosa, caso as águas da mesma, claro, já tenham sido despoluídas) – remonta à surreal criação dos dois primeiros ditos humanos, embora a sua iniciativa – a da cremação – tenha partido do seu arrogante criador? Ai, ai, ai... Que história mal contada. Pior do que as dos contos da Carochinha! Daí valer a pena conhecer a versão do que ocorreu no Jardim do Éden em Caim, de Saramago. E, para quem tiver uma mente livre, desprovida de preconceito e discriminação, no intuito de ampliar os conhecimentos da sua mente, bon courage!


Nathalie Bernardo da Câmara



JURA SECRETA?

 
”Quando lhe jurei o meu amor, eu traí a mim mesmo...”.

Raul Seixas (1945 - 1989)
Compositor e cantor brasileiro

***

“Se alguém trai você uma vez, a culpa é dele; se trai duas vezes, a culpa é sua...”.

Eleanor Roosevelt (1884 - 1962)
Ativistas dos direitos humanos e diplomata norte-americana, foi embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas - ONU entre 1945 e 1952.

***

“O silêncio é um amigo que nunca trai...”.

Confúcio (551 a. C. – 479 a. C.)
Filósofo chinês


Observação quanto ao último citado... Pela frase que disse o jovem, não é à toa a semelhança do seu nome com o substantivo feminino à toa, que quer dizer, a esmo, à doida, ou seja, confuso. Nos dias de hoje, 2011 – quem diria! –, o pobre do coitado seria o mais confuso dos piões ou o pior dos cegos em meio a um tiroteio no Rio de Janeiro. Provavelmente, infelizmente, terminaria vítima de uma bala perdida. Daí a importância do nome que se dá a uma pessoa... Ainda bem que gosto do meu e, que, de certa forma, imprime certa personalidade a minha pessoa, levando em consideração o lugar em que nasci: Paris, a Cidade Luz. Caso contrário, eu já teria ido a um cartório qualquer e mudado de nome há muito tempo.




Deu na revista Veja, em uma chamada na capa da edição 2227, de 27 de julho de 2011: Infidelidade: sexo pela internet pode ser comparado a traição na vida real? À página 106, portanto, o título da reportagem, de autoria da jornalista brasileira Mariana Amaro, com colaboração da também jornalista brasileira Bruna Stuppiello: Clique, clique, clique... E lá se vai a fidelidade conjugal. Enfim! Segundo a reportagem, a pergunta que não quer calar: — Trair pela internet é a mesma coisa que trair “de verdade”? E, lá na frente, a reportagem prossegue: — Para quem já foi enganado, certamente é. Afinal, o estômago se contrai do mesmo jeito, o coração fica igualmente dolorido e não passa de jeito nenhum a vontade de esganar o novo casal. Uma das explicações para essa nova forma de traição, que é a virtual, são “por motivos autoexplicativos, os chats de relacionamento e as minicâmeras acopladas ao computador”, que “são os dois grandes marcos do sexo virtual. Com eles, é possível encontrar rapidamente parceiros com interesses semelhantes, falar – e mostrar – absolutamente qualquer coisa que a fantasia dite, em total anonimato. Sem precisar se esgueirar para um motel nem esperar o fim do expediente ou algum compromisso inadiável do parceiro oficial”.

Segundo um estudo realizado em 2010 pela Nokia para a TNS Research International, foi descoberto “que 66% dos consultados acreditam que, quando uma pessoa está em um relacionamento e dá intimidade on-line a outra, ela está cometendo traição”. De acordo, ainda, com a reportagem, “outro estudo, da Academia Americana de Advogados Matrimoniais, mostra que 70% dos relacionamentos são afetados por causa de traição virtual”. Recentemente, a pedido da revista Veja, uma análise feita com quase 600 com idade entre 18 e 60 anos de idade, pessoas pelo Instituto QualiBest, que faz pesquisas de mercado por meio da internet, revelou “que 41% delas já tiveram algum tipo de interação sexual durante um relacionamento sério. Desses, 57% são homens e 43% são mulheres” – imagine se o relacionamento não fosse considerado sério! Então... Segundo a reportagem: “Caiu na rede, é prevaricação” – que nome feio! –, mas, prosseguindo: “a infidelidade virtual e física têm o mesmo peso para uma significativa maioria, quase a metade já incorreu nela”, segundo a pesquisa, que vai mais além, corroborando e confirmando o que foi dito no primeiro parágrafo: “61% acham que a traição na internet é tão grave quanto a da vida real”.

De acordo, ainda, com a pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest, “75% usar os chats para trair; 46% usam e-mail; 45% usam redes sociais; 27% usam webcam; 60% dos entrevistados usam dois ou mais desses veículos; 53% praticam ou já praticaram algum tipo de ato sexual através da web (desde conversas sensuais até autoerotismo). Destes, 55% são homens e 45% são mulheres; 59% terminariam o relacionamento se descobrissem se o parceiro pratica alguns desses atos e 12% já pegaram o parceiro em práticas do tipo. Entre os jovens de 18 a 29 anos, o índice sobe para 19%”. Para a reportagem o que levam mulheres e homens a traírem são “motivos diferentes e de jeitos diferentes”. Exemplos? Segundo a antropóloga brasileira Mirian Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, a maioria das mulheres analisadas buscam casos na internet para serem valorizadas, elogiadas, enquanto os homens, mas, quando o namorado virtual deseja um contato real, “sem intermediação”, elas findam por romper com o romance, enquanto os homens encaram os seus relacionamentos virtuais tais quais os que, eventualmente, mantêm na vida dita real, apenas testando o seu poder de sedução com o intuito de alcançarem o seu único objetivo: sexo. Nada mais.

A revista Veja registra, ainda, um suposto “termômetro da traição” via web: “Assim como na vida real, a traição tem diversos níveis de gravidade. Entre um e-mail apimentado e o estágio máximo de erotização, a reação do traído também percorre várias etapas”, classificadas em 4, ou seja, traição baixa, “equivalente a um flerte na vida real, provoca ciúme moderado”; traição séria, que “provoca tristeza ou raiva no traído e sempre desencadeia brigas”; alta traição, que “deixa sentimento de profunda mágoa”, ameaçando “o relacionamento”, e a etapa classificada de devastador, quando “poucos namoros ou casamentos escapam desse nível de infidelidade”. Uma curiosidade, contudo, é a de um site americano, que chega ao Brasil em agosto, já contabilizando, entretanto, 10 milhões de clientes e cujo slogan não poderia ser mais descarado, ou seja: A vida é curta... curta um caso. Enfim! Com essa proposta um site holandês, que em maio chegou ao Brasil, já registrou um crescimento de 60% ao ano. Segundo a reportagem, “tudo muito fácil, simples e rápido – quase não dá para ouvir os corações partidos ao primeiro clique”. De fato, “o universo dos que traem pela web não é desprezível”: envolve mudanças de comportamentos, conceitos de fidelidade e, sobretudo, o que seja amor...






De repente, em 2011, o carro azul do pai de Charlie Brown seria um monitor da web. Não cor de rosa, como são os muitos dos laptops de certas adolescentes – acho isso tão brega! –, mas preto, um tom mais sóbrio, supostamente discreto, como assim exigem certas conveniências... Enfim! Hoje – que me desculpem os raros céticos –, vivemos no reinado da hipocrisia. É como, em uma época para lá de remota – teria mesmo existido? –, teria dito um desiludido Adão, se dirigindo à aparentemente ingênua Eva: — Eu bem que lhe preveni para não mexer com a mulher do próximo...


Nathalie Bernardo da Câmara



quinta-feira, 28 de julho de 2011

BRASÍLIA: O ANTRO DOS ANTROS




No alto escalão,
a ética esperneia, em vão:
não se perde sequer um tostão...
— Bota fora o ladrão!


Nathalie

Natal, 17 de julho de 2011

2011:
ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS*



“O Brasil é dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo, possui as maiores reservas de água doce e um terço das florestas tropicais que ainda restam. Estima-se que aqui está uma em cada 10 espécies de plantas ou animais existentes...”.

World Wildlife Fund– WWF, organização não-governamental, fundada em 1961, que integra a maior rede mundial de conservação da natureza, atuando no Brasil desde 1971.




17 de julho: Dia Mundial de Proteção as Florestas, sensibilizando a sociedade para que ela preserve as florestas, garantindo, desse modo, a vida na Terra. Declarado pela Organização das Nações Unidas - ONU, a homenagem visa nortear o tema Floresta para o povo, promovendo, segundo a revista Planeta Sustentável, “ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando a todos que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta”. Entre as referidas ações estão: a perda da biodiversidade; o agravamento das mudanças climáticas; o incentivo a atividades econômicas ilegais, como a caça de animais; o estímulo a assentamentos clandestinos e a ameaça à própria vida humana.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Pnuma, trezentos milhões de pessoas de todo o mundo têm como abrigo as florestas, que garantem, ainda, de forma direta, “a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre”. No caso do Brasil, de acordo com informações fornecidas pela WWF, o país é dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo, possuindo as maiores reservas de água doce e um ⅓ das florestas tropicais que ainda restam no planeta, estimando-se, ainda, que, no Brasil, uma em cada dez espécies de plantas ou animais existentes, ressaltando que, no país, o WWF-Brasil foi oficialmente criado no dia 30 de agosto de 1996, cuja sede é em Brasília, e anda seriamente preocupado com o novo Código Florestal Brasileiro.

Afinal, as propostas de deputados federais ruralistas concentram-se na remoção de proteções ambientais e na anistia dos desmatadores. Um acinte que a WWF, a maior rede de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países, contando com o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários, tenta coibir. Afinal, segundo a reportagem da revista Planeta Sustentável: “Se eles conseguirem, vastas áreas de vegetação nativa ficarão expostas ao desmatamento. Especialistas concordam que as alterações propostas pelos ruralistas para o Código Florestal podem levar a terríveis consequências, como agravamento de enchentes e deslizamentos, assoreamento de rios, perdas para a própria produção agrícola. Mas os ruralistas não escutam e querem aprovar a proposta agora!”.




Quem planta, colhe...





Oexiste porque este planeta frágil merece ter uma voz. Ele precisa de soluções. Ele precisa de mudanças. Ele precisa de ação...”.




Vindo ao mundo no dia 15 de setembro de 1971 por iniciativa de dozes pessoas, entre ambientalistas e jornalistas, o Greenpeace é nativo do Canadá e do signo de Virgem. E ele só existe, segundo mensagem de um dos seus vários blogs, “para expor criminosos ambientais e desafiar governos e corporações onde eles falham em manter suas promessas de proteger o meio ambiente e o nosso futuro”, acreditando que a luta para preservar o futuro do nosso planeta não diz respeito somente à organização, mas, também, a todos nós, sendo o intuito do seu trabalho em favor do meio ambiente, temas tipo florestas, clima, energia, oceanos, agricultura sustentável (transgênicos), tóxicos e desarmamento/promoção da paz, que, a partir de objetivos e estratégias, se transformam em campanhas – “um trabalho de investigação, exposição e confronto a partir das demandas da organização em cada país onde ela atua”.

A missão do Greenpeace, por sua vez, é a de “proteger a floresta amazônica, bioma de grande biodiversidade, hábitat de milhares de espécies, milhões de pessoas e fundamental para o equilíbrio climático do planeta; estimular o investimento em energia renovável e eficiência energética, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa, que causam aquecimento global; defender os oceanos com a criação de uma rede de unidades de conservação e o estímulo da pesca sustentável; trabalhar pela paz, enfrentando as causas de conflito e eliminando a produção de energia e armas nucleares, e incentivar a agricultura segura e sustentável, rejeitando os organismos geneticamente modificados.









Quando da ECO-92, no Rio de Janeiro – oportunidade na qual cento e oitenta países admitiram os danos que causavam ao meio ambiente –, o Greenpeace adotou o Brasil, que, vítima de ações internacionais predatórias, não dispunha de ambientalistas de peso para protegê-lo. Foi assim que, durante o encontro, no dia 26 de abril, aniversário da explosão da usina nuclear de Chernobyl, a tripulação do navio do Greenpeace Rainbow Warrior rumou para Angra dos Reis, onde oitocentas cruzes foram afixadas no pátio da usina nuclear, simbolizando o número de mortes ocorridas no trágico acidente na Ucrânia. O evento marcou oficialmente a inauguração do Greenpeace no Brasil.

Enfim! O Greenpeace tem como uma das suas maiores bandeiras a frase do chefe índio norte-americano Seattle: “Quando a última árvore for cortada, o último rio envenenado, e o último peixe morto, descobriremos que não podemos comer dinheiro...” Eu, particularmente, quero o meu ambiente por inteiro. Não pela metade...



“A prova de que a natureza é sábia é que ela nem sabia que iríamos usar óculos e notem como colocou as nossas orelhas...”.

Jô Soares
Humorista brasileiro




Raios-x do verde do planeta Terra




“Os raios-x são uma fraude...”.

William Thomson, dito Lord Kelvin (1824 - 1907)
Físico inglês, que proferiu a frase em 1900




Cobrindo 31% de toda a área terrestre do planeta, as florestas merecem, portanto, ser mais valorizadas e, conseqüentemente, preservadas. Segundo edição da revista Planeta Sustentável, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - Pnuma informa que trezentos milhões de pessoas de todo o mundo têm como abrigo as florestas, que garantem, ainda, de forma direta, “a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre”. Daí, então, que, com o intuito de sensibilizar a sociedade para a preservação das florestas, garantindo, assim, a vida no planeta, a Organização das Nações Unidas - ONU declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas, que deverá, aliás, ser norteado com o tema Florestas para o povo. De acordo com a reportagem, a idéia é promover durante o ano de 2001 “ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando a todos que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta”. Entre eles: a perda da biodiversidade; o agravamento das mudanças climáticas; o incentivo a atividades econômicas ilegais, como a caça de animais; o estímulo a assentamentos clandestinos e a ameaça à própria vida humana. Falando em vida...




IBGE: preservar florestas é sinônimo de proteger a vida





“A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica...”.

Frase formulada em 2008 em avaliação do Ensino Nacional do Ensino Médio - ENEM




Florestas têm sido ameaçadas em todo o mundo, pela degradação incontrolada. Isto acontece por terem seu uso desviado para necessidades crescentes do próprio homem e pela falta de um gerenciamento ambiental adequado. As florestas são o ecossistema mais rico em espécies animais e vegetais. A sua destruição causa erosão dos solos, degradação das áreas de bacias hidrográficas, perdas na vida animal (quando o seu o habitat é destruído, os animais morrem) e perda de biodiversidade.

Agora podemos perceber como o dia 17 de julho - Dia de Proteção às Florestas - é fundamental para que possamos lembrar da importância de conservarmos nossas florestas: aumentar a proteção, manter os múltiplos papéis e funções de todos os tipos de florestas, reabilitar o que está degradado. Isto é, preservar a vida no planeta.




No caso da Terra dos Papagaios...









 Carma dos adeptos da doutrina espírita...
















 Enquanto isso... Haja corda bamba!




Futuro próximo? Quem viver verá...




Ainda bem que, tendo plantado um exemplar de pau-brasil (Caesalpinia echinata) há mais de 20 anos, já tenho garantidos os meus 15 m² de área verde...


* Publicado originalmente no dia 20 de novembro de 2010, embora, à época, o título tenha sido A Fauna e a flora não são míopes e estão de olho! A epígrafe? Do humorista brasileiro Jô Soares, que disse: “A prova de que a natureza é sábia é que nem sabia que iríamos usar óculos e notem como colocou as nossas orelhas...”. É ótimo, isso! Na postagem de hoje, contudo, foram feitas algumas modificações e acréscimos em alguns textos e imagens, mas nada tão grave tanto quanto o aquecimento global.



Nathalie Bernardo da Câmara

DE MALA E CUIA!


(Por avarias tecnológicas, acima dos meus conhecimentos ditos humanos, eu fiquei impossibilitada de publicar algumas postagens desde o último, divulgado neste blog no dia 12 do corrente. Assim, que me desculpem os meus habituais leitores e, também, os eventuais).



“Podem me prender, podem me bater, mas eu não mudo de opinião...”.

Nara Leão (1942 - 1989)
Compositora e cantora brasileira




Como se diz no meio jornalístico, a mídia anda a “fritar” Marina Silva – talvez fosse melhor dizer queimar, alusão as queimadas permanentes, por exemplo, nas florestas brasileiras –, insinuando que, após se desvincular oficialmente do Partido Verde, no dia 07 do corrente, ela voltará a integrar as fileiras do Partido dos Trabalhadores – PT, que, inclusive, a ambientalista contribuiu com a sua fundação, em 1980, no qual permaneceu até 2009, quando, aliás, se desvinculou da referida agremiação partidária. Faça isso não, bem! Seria um retrocesso... Em todos os sentidos. E perderia o meu apoio – até hoje incondicional – e, sobretudo, o meu voto, caso novamente se candidate à presidência do Brasil, no caso, hipoteticamente falando, pelo PT (diga-se de passagem, algo inverossímil) – fui um dos quase 20 milhões de brasileiros que votaram na ambientalista nas eleições presidenciais de 2010. Falando nisso, não posso deixar de rir com os chargistas, tão criativos, no caso, os brasileiros. Exemplo disso? Em uma situação – digamos – quase semelhante à atual, à época em que deixou o PT, um chargista desenhou (é divertidíssimo!). Vale uma sucinta retrospectiva:




E ficou mesmo!





Eu e quase 20 milhões de brasileiros também fomos comprar cigarro...




Então, no dia 07 de julho, propondo uma nova política para o Brasil e para o mundo, Marina Silva discursou no Encontro por uma nova política, quando, à oportunidade, oficializou a sua saída do Partido Verde - PV – onde passou alguns anos e pelo qual se candidatou à presidência do Brasil em 2010, conquistando cerca de quase 20 milhões de votos considerados válidos do eleitorado brasileiro: à época, o reconhecimento que teve a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente revelou-se surpreendente. Enfim! Em seu blog, encontrei, na íntegra, o discurso supracitado que ela proferiu no referido evento, cujo teor, inclusive, chegou a ser divulgado antecipadamente. Que o mesmo, então, seja lido, por quem quiser, sorvendo, assim, as lúcidas – acho que, por isso, tão badaladas – palavras proferidas, à ocasião, pela ambientalista sobre as quais, aliás, na madrugada do dia 10, fiz referência neste blog, cujo texto tem como título: Marina, morena Marina, você se pintou...








“É hora de agir pelos nossos sonhos...”.

Por Marina Silva





“Marina Silva mantém sua coerência e inteireza ética. Saiu do PT porque este não assumia a sustentabilidade. E saiu do PV por este não querer se reformar...”.

Leonardo Boff
Teólogo brasileiro, vítima das torturas da Inquisição, que, aliás, hoje, se diz moderna. É muita sandice – a da inquisição, irresponsavelmente imputada pela Igreja Católica... Sobre os sofrimentos de Boff, vítima da própria Inquisição, eu já escrevi demais. E todas as denúncias foram dirigidas ao Vaticano. Agora, no caso, para derrubar a Igreja católica, que, por seus próprios pecados, cometeu os mais horrendos de crimes. E, inclusive, contra a humanidade.*




“Chegou a hora de acreditar que vale a pena, juntos, criarmos um grande movimento para que o Brasil vá além e coloque em prática tudo aquilo que a sociedade aprendeu nas últimas décadas”. Assim começava o convite para a grande aliança que, em 2010, propusemos à sociedade brasileira. E continuava dizendo que chegou a hora dos que querem viver num país melhor, reinventar o seu futuro no século 21. Que podemos alcançar a democracia que queremos. Que a distância entre o que somos e o que podemos ser não é tão longa se nos dispusermos a começar a caminhada.

Estamos aqui hoje para reafirmar que esta continua sendo a nossa palavra, que vale o que está escrito. Está nesta palavra dada a principal razão pela qual eu mesma e tantos companheiros estamos nos afastando do Partido Verde. Para manter nossa coerência e seguir em frente, em união com aqueles que, embora não se desligando do partido por diversas razões, permanecerão críticos e em consonância com o mesmo pensamento.

A experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político brasileiro está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação. Se antes dissemos “chegou a hora de acreditar”, afirmo hoje: chegou a hora de ser e fazer, de nos movimentarmos em conexão com as redes e pessoas que expressam a chegada do futuro e o constroem na prática, no dia-a-dia.

A proposta de desenvolvimento sustentável é inseparável de uma política sustentável. Não podemos falar das conquistas de nosso país separando–as da baixa credibilidade do sistema político, dos desvios éticos tornados corriqueiros, da perplexidade da população diante da transformação dos partidos em máquinas obcecadas pelo poder em si, cada vez mais distantes do mandato das obrigações que têm o compromisso de cumprir com a população. A ideia de desenvolvimento não pode estar desvinculada da existência de um sistema político democrático consolidado, tanto na sua face representativa quanto na sua imprescindível dimensão participativa direta.

O resultado mais grave da perversão do sistema político é o afastamento das pessoas da Política com P maiúsculo, pela qual cada um pode ser parte das decisões públicas por meio de suas opiniões, sua palavra, suas propostas, seu voto bem informado e consciente. Quando a representação gerada por esse voto não expressa integralmente o compromisso de se dedicar ao bem comum, a democracia sai trincada, e essa ameaça afeta a todos nós e nosso direito a viver melhor, com mais justiça, mais qualidade de vida, com horizontes mais prazeirosos. Então, é preciso reagir e chamar mais e mais pessoas para um grande debate nacional sobre o nosso futuro.

É essa a causa que nos move e nos faz reconhecer, em primeiro lugar, que o propósito de levá-la adiante por meio do PV, na forma como ele hoje se estrutura, não foi possível. E, em segundo lugar, que não podemos relativizá-la para compor com uma cultura política que combatemos e que se mostra impermeável ao novo e ao sentido profundo da democracia.

Manter a coerência e seguir em frente, é o sentido de nosso gesto, repito. Não se trata de uma saída pragmática, com olhos postos em calendários eleitorais. Ao contrário, é a negação do pragmatismo a qualquer preço.

É uma reafirmação de compromissos e princípios. É uma caminhada verdadeira e esperançosa em direção ao nosso foco principal: sensibilizar as brasileiras e os brasileiros que se dispõem a sair do papel de meros espectadores a que vêm sendo condenados pelo atual sistema político para ser uma força transformadora. Força capaz de fazer sua vontade junto a um sistema político superado na sua essência, mas ainda no comando das instituições, tornando-as reféns de privilégios, de interesses setoriais, de alianças e posturas atrasadas, incompatíveis com os desafios que temos para este século.

Hoje, as pessoas se mobilizam por causas muito diferenciadas, se manifestam pela internet, mas tem dificuldades de se integrar, de amalgamar suas diferentes preocupações num grande projeto de país, impulsionado pelo desejo de um salto civilizatório que só acontecerá se interrompermos a trajetória de degradação social e ambiental que é, infelizmente, uma das principais marcas de nossos tempos.

Junto-me a todos que se identificam com esse pensamento, para fazer chegar o momento da integração. De inventar outra cultura política para nosso futuro. Vamos discutir democracia, educação, desenvolvimento, sem as amarras das ambições de poder como um fim em si mesmo, que diminuem e pervertem os sonhos e as intenções.

Não se trata de negar as instituições de Estado e o sistema representativo. Sabemos de sua importância e de seu papel, mas não podemos fechar os olhos para seus desvios. Devemos exigir que saiam de suas velhas práticas e acordem para o presente. Para isso, a sociedade brasileira precisa recuperar a sua iniciativa no campo político, construir coletivamente sua vontade e fazê-la valer.

Nosso debate, hoje, não pode ser o das eleições de 2014. As eleições de 2010 tiveram o papel de fazer a luta socioambiental abrir suas janelas e portas para a sociedade. Fizeram com que milhões de pessoas escolhessem uma proposta diferente. Agora é hora de ir mais fundo. A hora da verdade. Para nós e para a sociedade. Vamos nos reencantar com o nosso potencial para mudar o que precisa ser mudado e preservar o que precisa ser preservado.

Na campanha de 2010 dissemos que deveríamos “ir além dos limites impostos pela falta de grandeza dos interesses e costumes de alguns políticos que se acomodaram à lógica do poder pelo poder, que se tornaram incapazes de assumir plenamente os desafios do presente”. Essa também continua sendo a nossa palavra. Não era vento, não era circunstância, era de fato nossa proposta de Política e de Vida e por ela continuaremos a nos guiar, não importam quais sejam as dificuldades, as maledicências, as armadilhas, as ofertas para deixar por menos.

Como alguém já disse, o ideal que move as pessoas para melhorar o mundo em que vivem, e onde no futuro outros irão viver, deve estar na popa e não na proa, a nos impulsionar para o futuro. Não é hora de ser pragmático, é hora de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos...”.

“Sonhático”? Acho que Marina Silva quis dizer lúdico... Ou melhor, que é hora de sonhar e lutar por nossos sonhos. Bom! Não importa, pois eu entendi perfeitamente o que ela quis dizer. E concordo plenamente.


* A ilustração e a epígrafe foram escolhas minhas.




“Cada um sabe a dor e a delícia
de ser o que é...”.
— Compositor e cantor brasileiro Caetano Veloso

 


 

Vejamos o que diz a mídia a respeito... Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Estadão, há 727 dias sob censura, através da reportagem da jornalista brasileira Isadora Peron... Enfim! Afirmo que é só uma transcrição da referida reportagem, pois não a fiz.




Para especialistas, Marina levará consigo votos que trouxe ao PV




“No terreno da comunicação”, não se pode “resvalar para qualquer forma que possa levar à questão da censura. A comunicação e a arte são dois terrenos muito delicados para se fazer este debate. Qualquer coisa que tenha a ver com a arte, você tem de saber que o cidadão é livre para criar. Isso é a nossa cultura...”.*

Marina Silva
A ambientalista é contra censurar a imprensa, diferentemente do ex-presidente Lula, conivente com as arbitrariedades do coronel do Maranhão, o senador José Sarney (PMDB-AP), pior exemplo de político que há no Brasil, que, de há muito, já deveria ter caído do seu suposto pedestal – nojento. Mas, como la presidenta Dilma Rousseff ainda continua na ignorância...




Quando concorreu à Presidência da República pelo PV nas eleições do ano passado, Marina Silva conquistou o voto de quase 20 milhões de eleitores. Hoje, prestes a deixar a legenda, especialistas ouvidos pelo Estado observam que, provavelmente, quem perderá com a saída da ex-senadora será o partido.

"O PV vai perder os eleitores que a Marina conseguiu agregar nas eleições de 2010. Os votos não foram por causa das propostas do PV, foram por causa das qualidades pessoais dela", afirma José Álvaro Moisés, professor de ciência política da USP.

Para Moisés, o PV mostra uma enorme rigidez ao ser incapaz de absorver uma nova liderança com o perfil de Marina: "Jovem, mulher, de uma região menos desenvolvida do País". "Ela tem uma série de características que poderia agregar voto ao partido, mas eles não foram capazes de negociar para mantê-la."

O cientista político Leonardo Barreto foi mais duro ao criticar a legenda. Segundo ele, o PV é uma ficção política, pois não tem um padrão de correligionários. "Isso fica evidente quando vemos que, de um lado, o partido tem um político liberal, como o Fernando Gabeira e, de outro, um conservador, de uma família oligárquica, como o Zequinha Sarney."

De acordo com Barreto, a ex-senadora mostrou que tem um posicionamento incompatível com as práticas políticas tradicionais, não só no que diz respeito a uma agenda verde, mas também em questões éticas. "Hoje, não há uma legenda com as características que ela mostrou ter."

Novo partido. Na opinião de Geraldo Tadeu Monteiro, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), criar um novo partido seria a opção mais correta neste momento para o grupo de Marina, mas também a mais difícil. "Eles vão ter que fazer um longo trabalho de mobilização, coletar assinaturas, constituir diretórios estaduais e municipais...", observa.

Monteiro lembra ainda que nenhum político tem controle absoluto sobre os votos que conquistou em pleitos passados. Segundo ele, os 20 milhões de votos recebidos por Marina foram um capital que ela adquiriu numa circunstância específica, durante uma eleição polarizada, na qual ela se ofereceu como terceira via.

"Será que ela mantém esses votos? É natural que todo político sente em cima da votação na última eleição, mas isso não significa que nas próximas vai conseguir alcançar esse número", diz Monteiro.

Ora! Se depender de mim, incluída que estou nos 20 milhões de brasileiros que votaram nela em 2010, como eu já disse várias vezes, Marina Silva será eleita para comandar o Brasil em 2014. Porém, faço uma ressalva: que ela não volte a integrar as fileiras do PT, que nem acordo costuma fazer. Faz acordão – coisa que repudio...


* A ilustração e a epígrafe foram escolhas minhas.




E a mente fértil e criativa dos chargistas pulula...





 “No terreno da comunicação”, não se pode “resvalar para qualquer forma que possa levar à questão da censura. A comunicação e a arte são dois terrenos muito delicados para se fazer este debate. Qualquer coisa que tenha a ver com a arte, você tem de saber que o cidadão é livre para criar. Isso é a nossa cultura...”.*

Marina Silva




A ambientalista é contra censurar a imprensa, diferentemente do ex-presidente Lula, conivente com as arbitrariedades do coronel do Maranhão, o senador José Sarney (PMDB-AP), pior exemplo de político que há no Brasil, que, de há muito, já deveria ter caído do seu suposto pedestal – nojento. Mas, como la presidenta Dilma Rousseff ainda continua na ignorância...

Quando concorreu à Presidência da República pelo PV nas eleições do ano passado, Marina Silva conquistou o voto de quase 20 milhões de eleitores. Hoje, prestes a deixar a legenda, especialistas ouvidos pelo Estado observam que, provavelmente, quem perderá com a saída da ex-senadora será o partido.

"O PV vai perder os eleitores que a Marina conseguiu agregar nas eleições de 2010. Os votos não foram por causa das propostas do PV, foram por causa das qualidades pessoais dela", afirma José Álvaro Moisés, professor de ciência política da USP.

Para Moisés, o PV mostra uma enorme rigidez ao ser incapaz de absorver uma nova liderança com o perfil de Marina: "Jovem, mulher, de uma região menos desenvolvida do País". "Ela tem uma série de características que poderia agregar voto ao partido, mas eles não foram capazes de negociar para mantê-la."

O cientista político Leonardo Barreto foi mais duro ao criticar a legenda. Segundo ele, o PV é uma ficção política, pois não tem um padrão de correligionários. "Isso fica evidente quando vemos que, de um lado, o partido tem um político liberal, como o Fernando Gabeira e, de outro, um conservador, de uma família oligárquica, como o Zequinha Sarney."

De acordo com Barreto, a ex-senadora mostrou que tem um posicionamento incompatível com as práticas políticas tradicionais, não só no que diz respeito a uma agenda verde, mas também em questões éticas. "Hoje, não há uma legenda com as características que ela mostrou ter."

Novo partido. Na opinião de Geraldo Tadeu Monteiro, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), criar um novo partido seria a opção mais correta neste momento para o grupo de Marina, mas também a mais difícil. "Eles vão ter que fazer um longo trabalho de mobilização, coletar assinaturas, constituir diretórios estaduais e municipais...", observa.

Monteiro lembra ainda que nenhum político tem controle absoluto sobre os votos que conquistou em pleitos passados. Segundo ele, os 20 milhões de votos recebidos por Marina foram um capital que ela adquiriu numa circunstância específica, durante uma eleição polarizada, na qual ela se ofereceu como terceira via.

"Será que ela mantém esses votos? É natural que todo político sente em cima da votação na última eleição, mas isso não significa que nas próximas vai conseguir alcançar esse número", diz Monteiro.

Ora! Se depender de mim, incluída que estou nos 20 milhões de brasileiros que votaram nela em 2010, como eu já disse várias vezes, Marina Silva será eleita para comandar o Brasil em 2014. Porém, faço uma ressalva: que ela não volte a integrar as fileiras do PT, que nem acordo costuma fazer. Faz acordão – coisa que repudio...

* A ilustração e a epígrafe foram escolhas minhas.





E haja criatividade!



“Nunca confie em um computador que você não possa jogar pela janela...”.

Steve Wozniak
Engenheiro norte-americano e um dos fundadores da Apple, em 1976

***

“A natureza tem uma estrutura feminina:
não sabe se defender, mas sabe se vingar como ninguém...”.

Marina Silva




Até parece que, após se desvencilhar do PV, a ambientalista Marina Silva vai aderir a algum partido político já existente. Duvido muito! Ela vai, sim, é fundar um novo partido. E, claro, levando consigo a simpatia dos 20 milhões de brasileiros que votaram na sua candidatura à presidência do Brasil em 2010. Não obstante, faço um alerta, mas apenas porque tenho muita simpatia pela ambientalista. Ou seja, se Marina não mudar certas opiniões a respeito de certos temas polêmicos que estão a levar o povo brasileiro as ruas, em marchas homéricas, ela corre o risco de perder muitos dos 20 milhões de votos que obteve nas eleições presidenciais de 2010. Afinal, ela, como pessoa física, até pode, pessoalmente, ser contra não importa qual tema, mas, na condição de pessoa pública, política que é, deve acatar e apoiar as manifestações populares. Nada de ser hermética! Como eu já disse no post Marina, morena Marina, você se pintou, publicado neste blog no dia 10 do corrente: "Uma coisa, contudo, que me constrange é o fato de Marina Silva ser radicalmente contra temas que eu sou a favor, tais como, por exemplo: o aborto, a eutanásia, o casamento gay – recentemente aprovado pela legislação brasileira –, a descriminalização da maconha – não confundir com discriminação – etc, considerados tabus para ela – temas, inclusive, que, atualmente, têm sido apoiados por manifestações populares a pulular por todo o país. De qualquer modo, acredito que o seu preconceito só se acentua porque é baseado na moral da sua religião evangélica – coisa que não sou. Não obstante, como todo e qualquer tipo de crença – ou o direito de não ter nenhuma – é uma questão de foro íntimo, nem vou entrar nesse mérito. Tenho as minhas ressalvas, é claro, em relação a não importa qual religião, mas, convenhamos, não tenho nada a ver com a religiosidade de outrem. Ou a ausência de. Enfim! No que diz respeito aos temas mencionados, tidos, queiramos ou não, como polêmicos e motivos de marchas populares brasileiras que andam a pipocar por toda parte no Brasil... Ora! Nada que um plebiscito não resolva".




Quero o meu ambiente por inteiro!
Não pela metade.
Por isso que...






Nathalie Bernardo da Câmara