domingo, 29 de maio de 2011

QUAL É O SEXO DO SEU CÉREBRO?



“É fácil entender a verdade quando ela é descoberta.
O difícil é descobri-la...”.

Galileu Galilei (1564 - 1642)
Astrônomo italiano


Direto da revista Época, um artigo escrito pela jornalista brasileira Thaís Ferreira, publicado outro dia, mostrando que “o cérebro humano pode ser feminino ou masculino independentemente do sexo biológico de uma pessoa. Faça o teste e saiba se o seu cérebro tem o mesmo sexo que seu corpo”. Curioso...


Faça o teste, ao final do artigo:



Nathalie Bernardo da Câmara




LUZ, QUERO LUZ!

“Vivemos em um mundo onde nos escondemos para fazer amor, enquanto a violência é praticada em plena luz do dia...”.

John Lennon (1940 - 1980)
Compositor e cantor britânico,
assassinado por um psicopata de plantão. 




De fato, o Rio de Janeiro é surpreendente! Encanta a todos com as suas belezas naturais e, ao mesmo tempo, entristece por sua violência: é bala para lá, bala para cá... Quando isso vai ter um fim? Ninguém agüenta mais – estamos no séc. XXI. Saturou. E nem vou perder o meu tempo comentando sobre o plebiscito acerca do desarmamento ou não dos civis do país – já comentei a respeito – proposto pelo senador José Sarney (PMDB-AP) para outubro deste ano. E por dois motivos: primeiro porque a proposta do referido senador é oportunista e demagoga, já que, não muito em alta no atual cenário político nacional, ele a fez apenas para atrair os holofotes para si; segundo porque o desarmamento no Brasil é uma utopia. Exemplo disso? O tiroteio de hoje no Rio de janeiro. Mais um. E tudo por causa de duas quadrilhas reivindicarem, cada uma para si, um suposto controle da venda de drogas – conflito esse, inclusive, que resultou em mortos e feridos inocentes. Resumindo: o governo brasileiro deve liberar o uso indiscriminado da maconha – a droga mais consumida no país –, já que muitos fumam. Fazer vista grossa? Não adianta. Afinal, historicamente falando, além de ser público e notório, tudo o que é proibido é mais sedutor. E não falo em causa própria, pois não consumo, embora conheça muita gente que já fez ou faz uso – são pessoas ditas normais, mas, como se diz, com todo respeito, cada um sabe de si – respeitemos, portanto, a vontade alheia... Um direito constitucional. Enfim! Com a liberação, no caso, pelo menos, da maconha, acaba nem que seja parte do tráfico. Acaba-se metade das balas. Falando nisso, qual é a posição de la presidenta Dilma Rousseff a respeito? Bom! Para entender o problema, é só, por exemplo, entender a proposta e a lógica da homeopatia, que trata o doente tendo como referencial as causas da sua doença, não a doença em si, uma mera consequencia. Como diria o médico Samuel Hahnemann (1755 - 1843), nascido na Saxônia, criador da homeopatia: entenda o doente e dê o que ele quer. Resolve. E, aos poucos, a gente tenta minimizar os estragos, os efeitos colaterais. Quanto ao Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa não merece tantas tragédias. O Brasil não merece. Ninguém merece... Nem o Cristo Redentor!


Nathalie Bernardo da Câmara



sexta-feira, 27 de maio de 2011

DA CIDADE MARAVILHOSA A CIDADE LUZ: 3 MINUTOS E 1/2 DE AGONIA...


“A esperança seria a maior das forças humanas se não existisse o desespero...”.

Victor Hugo (1802 - 1885)
Escritor francês



Divulgado, hoje, pelo Bureau d’Enquêtes et d’Analyses - BEA, organização francesa encarregada da segurança da aviação civil na França e de investigações técnicas de acidentes ou incidentes aéreos civis, no país ou algures, relatório preliminar informando detalhes sobre a queda do Airbus A330 da Air France, que fazia o vôo 447, do Rio de Janeiro a Paris, no dia 1° de junho de 2009, ainda na costa brasileira, nos arredores dos chamados penedos de São Pedro e São Paulo, no Oceano Atlântico, matando 228 pessoas. Segundo o referido relatório, elaborado após o resgate das duas caixas-pretas da aeronave, uma que registra dados do vôo e a outra que contém a gravação de voz na cabine da aeronave, 3 minutos e meio foram necessários para que o Airbus A330, que havia alcançado uma altura avaliada em 11.600 metros de altitude, girasse, inesperadamente, da esquerda para a direita, e, a uma velocidade de 10 mil pés por minuto, despencasse, tragicamente, com o bico para cima, no mar...

À época, “o presidente da Federação Internacional das Associações de controladores de Tráfego Aéreo - FACTA, Mark Baumgartner, disse que o desaparecimento de aviões de telas de radar durante o vôo é ‘raríssimo’”, explicando que, “em certos casos, o avião deve realizar um pouso de emergência no meio do caminho”. Ocorre que, em pleno oceano, impossível, já que a aeronave em questão não era fragata para pousar, em terra ou no mar, independentemente do problema apresentado. À oportunidade, o metereologista do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC, do Instituto de Pesquisas espaciais - Inpe, Marcelo Celuchi, disse que “a região onde o vôo 447 desapareceu é uma região de tempestade contínua, a chamada ‘zona de convergência intertropical’, igualmente não descartando a possibilidade de o avião ter sido atingido por um raio”... (Vôo 447A Bagagem do navegante, 02 de junho de 2009).

Porém, no dia 4 de junho, continuei registrando: “Segundo o jornal Le Monde, o piloto aposentado Jean-Pierre Moutté, disse que a rota Rio-Paris é bastante arriscada, sobretudo a passagem pela linha do Equador. Para ele, o pior momento da rota, onde as condições climáticas são implacáveis, especulando que uma possível causa do acidente teria sido a entrada da aeronave em uma nuvem que a categoria chama de cumulo-nimbus, de impiedosa tempestade, embora os aviões costumem ter dois radares para evitar esse tipo de confronto: ‘Os núcleos dessas nuvens são altamente instáveis, com ventos ascendentes e descendentes e gelo’”, afirmou. Em seu relatório, contudo, o BEA praticamente isentou a Airbus e a Air France da responsabilidade pelas causas do acidente envolvendo o vôo 447, realizado pelo Airbus A330, inocentando, ainda, os pilotos da aeronave, não ventilando, portanto, a possibilidade de erro humano no acidente.

Pelo visto, vai sobrar para a zona de convergência tropical, mencionada pelo Inpe – ou a tal da nuvem cumulo-nimbus –, para a tempestade ou para algum raio perdido... Quiçá, ainda, para o somatório dos quatro ou mais fenômenos naturais que, ninguém explica direito, ocorrem no espaço aéreo da região. O fato é que, de ontem para hoje, o jornal francês Libération denunciou que, segundo análise de especialistas outros, não há como negar falhas no funcionamento das sondas pitot, no caso, responsáveis pela medição da velocidade de uma aeronave, bem como falhas nos procedimentos, que se subtendem humanos, para a operacionalização dessas sondas, sendo o acidente, para a Justiça francesa, considerado homicídio culposo – quem será acusado? –, embora dúvidas já tenham sido semeadas... Enfim! O mais dramático: o resgate, no fundo do mar, mais precisamente nas águas mais profundas do Oceano Atlântico, que são o dos corpos das vítimas do vôo 447 pela equipe do BEA.

Hoje, a respeito, nenhum avanço para os resgates dos corpos, mas, até a última terça-feira, 24, é de conhecimento público que, pelo menos, o que sobrou das 29 das vítimas supostamente resgatadas da tragédia – eu, que escrevo, e você, que lê o que escrevo, também poderia (ou poderíamos) ser vítimas e mortas (mesmo que supostamente – imagine uma realidade) – foi recuperado: inteiro. Sim, porque, se certos corpos estiverem pela metade, sem todos os seus membros originais, a equipe francesa do BEA, pelo que eu entendi, não resgata... Que absurdo! E as famílias das vítimas não entendem – nem poderiam –, atribuindo a atitude do BEA à falta de interesse do organismo a gastar dólares (não seriam euros?) a mais para cumprir a tal missão, que, inclusive, é da sua responsabilidade. Bom! Quem entenderia? Afinal, como eu já disse neste blog, todos – basta bom senso – sabem que não poderão encontrar perfeição em corpos que despencaram das alturas, se estatelando no mar – um mar, aliás, “com ondas de mais de dois metros de altura e profundidades variando de três a quatro mil metros, além de cadeias montanhosas”.

E mais! Em seu fundo, “fortes correntes marítimas, tragando, inexoravelmente, as 228 pessoas que estavam a bordo da aeronave: 126 homens; 82 mulheres; 07 crianças; 01 bebê –alguém já se preocupou em saber quem era o recém-nascido? [alguém já encontrou o corpo da criancinha ou o que sobrou dela?] –  (passageiros) e 12 tripulantes”. Sem falar, como eu também já disse antes – apenas constatando um fato, pois conheço o lugar, sobretudo o arquipélago de Fernando de Noronha –, que a região onde o avião caiu e onde os corpos se espalharam é, sem querer aumentar o drama, o habitat de tubarões, cuja incidência maior é a de duas espécies nada simpáticas: a do tubarão-baleia (rhincondon typus) e a do tubarão-martelo (sphyma mokarran)... Sei não, mas, eu que já fiz essa rota, inclusive a do vôo 447, uma das 05 que, via aérea, dá acesso do Brasil à Europa e à África, tremi de arrepio quando, em 2009, soube da notícia. Por fim! Feliz de quem perdeu o tal vôo, adiou ou, em cima da hora, desistiu de embarcar. Quem sabe, talvez, não seja melhor, daqui para frente, ir para a Europa de navio?

Que me perdoe, por assim dizer, o meu querido Santos Dumont (1873 - 1932), brasileiro, inventor do avião, do qual sou fã, já que, ainda sendo gestada, viajei em um... E que todos, os que perderam os seus entes queridos, ou os impactados por falta de respostas, cobrem por justiça em relação à tragédia do vôo 447!

Nathalie Bernardo da Câmara


terça-feira, 24 de maio de 2011

DOU-LHE UMA,
DOU-LHE DUAS...*

 “Boa demais para se perder...”.

Nordestino aliciado por traficantes para trabalhar como escravo em uma carvoaria na Amazônia e liberto do cativeiro por ativistas dos direitos humanos, referindo-se à suposta oportunidade de trabalho legal e uma vantajosa remuneração.



Não, não é um leilão qualquer, de antiguidades ou o que quer que o valha, mas um detalhe de uma peça publicitária para uma campanha européia de combate ao tráfico de seres humanos. Ou seja, a mulher embalada reproduz, artisticamente, a mulher da vida dita real, que é adquirida por meios de artifícios para fins escusos. Não importa se para a prostituição semi-escrava, escrava; se para outros trabalhos forçados ou, até mesmo, para a retirada de órgãos e a sua comercialização no mercado negro de máfias nacionais e internacionais.

Segundo relatório da chancelaria do governo dos Estados Unidos, o desemprego é a causa principal do tráfico internacional de seres humanos, que, aliás, foi beneficiado pela crise financeira que tem abatido diversos países desde o ano passado.

“À medida que a crise financeira em curso desempenha crescente papel entre os migrantes do mundo - que frequentemente arriscam tudo pela magra esperança de um futuro melhor para suas famílias - também frequentemente são enganados por traficantes que exploram o seu desespero”.

Hillary Clinton
Secretária de Estado norte-americana, no relatório Trafficking in Persons, publicado em junho pela chancelaria dos Estados Unidos.


Combater, contudo, o tráfico de seres humanos é tarefa nada fácil, pois implica em diversos complicadores: um lucro anual global estimado em mais de US$ 31 bilhões e uma rede de corrupção entre funcionários estatais, sem falar na constante mudança de rotas, ao mesmo tempo em que atinge com força as fatias menos favorecidas da sociedade e conta com um forte aliado, que é o silêncio do preconceito.

“Temos uma sociedade machista, adultocêntrica e preconceituosa. O tráfico de pessoas é objeto de preconceito porque atinge mulheres, negros, pobres, crianças, e a população segregada socialmente”.

Thaís Dumet
Coordenadora do projeto de Combate ao Tráfico de Pessoas da Organização Internacional do Trabalho - OIT.




80% das vítimas de tráfico humano são mulheres;
33% são mulheres destinadas à exploração sexual.



Dicas para você evitar se tornar um alvo do tráfico de seres humanos:

 

* Desconfiar de promessas de trabalho no exterior, mesmo se elas vierem de amigos e parentes;

* Só aceitar propostas de entidades reconhecidas;

* Buscar o máximo de informações sobre as condições futuras de trabalho;

* Jamais entregar documentos particulares a outra pessoa;

* Procurar descobrir telefone e endereço dos consulados do Brasil no país de destino;

* Recorrer aos consulados em momentos de insegurança;

* Manter as pessoas mais confiáveis informadas sobre os seus destinos e manter contato regular com elas;

* Não criar dívidas com futuros empregadores para financiar a viagem;

* Desconfiar de propostas nos setores de entretenimento, moda, agências de emprego, agências de casamento e turismo;

* Não hesitar em denunciar uma situação incômoda.


“Somente no Ceará, duzentas e quarenta e três denúncias de tráfico de seres humanos foram recebidas nos trinta primeiros dias de 2009”.

Diário do Nordeste



O fator econômico é, de fato, o leitmotiv do tráfico de seres humanos, mas não podemos esquecer que aspectos sócio-culturais, consequentemente, o grau de instrução das vítimas, da sua faixa etária, estado civil, ocupação e sexo, são, também, condicionantes para que as operações sejam realizadas com sucesso, calando a boca dos traficados e enchendo os bolsos dos traficantes e demais beneficiados com o esquema – um esquema, aliás, que praticamente nasceu com a espécie humana, embora, ao longo do tempo, tenha mudado e aperfeiçoado a roupagem, as rotas e os interesses. Daí a quase impossível missão de se pôr um fim a algo tão sórdido e degradante como o é traficar seres humanos. Um negócio, inclusive, altamente rentável! Mesmo assim...




DENUNCIE!
Disque 100


Nathalie Bernardo da Câmara

*Publicado, originalmente, no dia 21 de julho de 2009

segunda-feira, 23 de maio de 2011

DIRETO DO BLOG DE MARINA SILVA*




O Código Florestal Brasileiro trata da qualidade de vida de todos. É uma Lei vital para a permanência ou a recuperação dos serviços ambientais básicos que sustentam a vida e a economia no campo e nas cidades.

O Código Florestal garante a todos a produção e a conservação da água, a regulação das chuvas, a proteção à biodiversidade, a polinização, o controle de pragas, o controle do clima e da qualidade do ar nas cidades, a estocagem de carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa, entre tantos outros benefícios que as florestas nativas nos prestam.

Por isso, mesmo que você viva em um centro urbano como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, ou em qualquer outra cidade brasileira, sua vida depende diretamente da existência das florestas e matas. Essa Lei é de interesse de todos os cidadãos não um ou outro setor da sociedade.

Malu Ribeiro
Coordenadora da Rede das Águas 


* A escolha da ilustração foi minha.



COM MAIOR VOTAÇÃO ENTRE CONCORRENTES, MARINA RECEBE O GRAND PRIX DO GREENBEST




A ex-senadora e ex-candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva, foi a mais bem votada entre todas as personalidades, empresas e todos os projetos sociais voltados para a promoção da sustentabilidade que integraram a lista de concorrentes à primeira edição do prêmio GreenBest, o que lhe assegurou o Grand Prix.




“Estou muito feliz com esta homenagem. É mais um reconhecimento de que a nossa sociedade definitivamente colocou em sua agenda o tema do desenvolvimento sustentável. São milhões de brasileiros que consideram a preservação de nossos recursos naturais estratégica para a promoção da expansão econômica do país. Esses consumidores, hoje, sabem que economia e ecologia devem fazer parte da mesma equação”, afirmou Marina.

O GreenBest é a primeira premiação para destacar ressaltar as melhores iniciativas sustentáveis e os melhores produtos e projetos de consumo sustentáveis com abrangência nacional. Os vencedores em diversas áreas e setores que investem na sustentabilidade são escolhidos por meio de votação popular, via internet (500 mil votos), e de um júri especializado, batizado de Academia GreenBest (http://greenbest.greenvana.com/academia/). Todos os votos foram auditados pela Ernst & Young Terco.

Segundo os organizadores, para esta primeira edição foram selecionados 16 áreas e setores que apresentam hoje maior maturidade e número de iniciativas ligadas à sustentabilidade.

As categorias e os indicados foram determinados pelo Comitê GreenBest, formado por profissionais do Greenvana, promotora do prêmio, e consultores de áreas específicas relacionadas à sustentabilidade.

Na categoria Personalidade do Ano, Marina também foi a escolhida pela votação popular e pela Academia GreenBest.

Conheça todos os vencedores do GreenBest em http://greenbest.greenvana.com/vencedores/




JUSTIÇA SEJA FEITA!




A ex-senadora Marina Silva (PV-AC) e seu marido, Fábio Vaz de Lima, estiveram na noite desta segunda-feira, 16, reunidos com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para a entrega de representação na qual pedem que sejam investigados em decorrência de acusações do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) feitas a ambos.

“Não basta ser e parecer honesto, é preciso demonstrar na Justiça que se é honesto”, disse Marina a Gurgel após apresentar uma breve exposição dos motivos que a levaram, juntamente, com seu marido a se exporem às apurações do Ministério Público Federal.

Marina e Fábio, técnico agrícola e atual secretário-adjunto de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio do Governo do Acre, apresentaram na oportunidade uma série de documentos que esclarecem as denúncias feitas por Rebelo, relator do projeto de mudanças no Código Florestal, em sessão da Câmara, na quarta-feira passada, 11 de maio.

Segundo o deputado do PC do B, o técnico agrícola teria participação em contrabando de madeira e na destinação irregular de recursos do BNDES, fraudes que supostamente ocorreram na gestão de Marina no Ministério do Meio Ambiente (MMA), de 2003 a 2008. A ex-ministra, por sua vez, teria solicitado que o marido não fosse convocado para depor em apuração da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados.

A ex-candidata do PV à Presidência destacou que os mesmos esclarecimentos já haviam sido feitos aos órgãos fiscalizadores da União, e foram considerados satisfatórios, à época em que as denúncias surgiram durante sua passagem à frente do Ministério do Meio Ambiente.

Marina e Fábio afirmaram que o pedido de apuração das supostas fraudes busca não só fazer a defesa de suas honras, em razão das calúnias incentivadas pela acusação leviana de Rebelo, mas agir em benefício do bom funcionamento das instituições públicas e de “uma instituição chamada política, porque nem todos exercem a atividade política com interesses escusos, que não sejam aqueles que defendem a sociedade e aquilo que lhe é mais legítimo”.

Conheça os esclarecimentos prestados sobre supostas irregularidades na doação de mogno e sobre o uso de recursos do BNDES por meio dos links: http://bit.ly/m7evYu
e http://bit.ly/lxTMDf


A BRUXA E O MAGO: OS DOIS LADOS DA MESMA MOEDA?



“A mulher é mais carnal do que o homem
– o que se evidencia pelas suas muitas abominações...”.

James Sprenger e Heinrich Kramer
Malleus malleficarum (Martelo das bruxas)

Quanto mais longínquos estão no tempo determinados acontecimentos, sobretudo os que vivenciamos em tenra idade, o tempo encarrega-se de diluí-los em nossa memória. E, para isso, não precisamos sofrer de Alzheimer. É um processo natural, independentemente da natureza das lembranças – se boas ou más –, que, porventura, poderíamos vir a ter. No caso, refiro-me as lembranças que gostaria de ter do primeiro livro que li, mas, infelizmente, o fato de ser criança demais quando isso aconteceu, além de, desde então, já ter passado-se tanto tempo, não consigo, apesar dos esforços empreendidos nesse sentido, dispor do menor dos vestígios a respeito. E isso – convenhamos – é frustrante. Pelo menos para mim. Afinal, sempre fiz da leitura uma das minhas prioridades, além, diga-se passagem, de possuir uma memória impecável. Nessas circunstâncias, a frustração anda a galope, visto que é dupla.

Lembro, contudo que, quando criança, lia não somente os livros sugeridos por meu pai, mas, também, quando vasculhava a sua biblioteca, todos os que, pela capa, eu achava que poderiam ser de leitura aprazível. O fato é que, dentre os vários livros que li em minha infância, com certeza não faltaram os mais diversos contos, fossem os de fadas ou os da Carochinha, que, apesar de extremamente delirantes, estimulam a ludicidade da criança e a sua porção onírica – tão necessárias –, além de ser uma leitura a mais. De certa forma, um exercício mental. Falando em porção, tinham, também, as histórias que nos distraiam com bruxarias e magias, sempre envoltas em mistérios nunca revelados. O curioso é que, invariavelmente, as bruxarias eram feitas por mulheres – associadas ao mal – e as magias por homens – associados ao bem. Ou seja, as primeiras praticantes do mal e os segundos pregadores do bem.



Daí não ser surpresa alguma o fato de sabermos que quem criou as histórias de bruxas e magos foram homens, que, aliás, não fizeram nenhuma questão em disfarçar o sexismo evidente em suas narrativas, supostamente sobrenaturais, escancarando, portanto, com a sua atitude, uma discriminação inconteste, tendo, inescrupulosamente, o sexo como referencial para, em nossa sociedade, responsabilizar quem pratica o bem e quem prega o mal. Desse modo, tenta-se, já desde cedo, impregnar no imaginário infantil os alicerces para um entendimento futuro não somente do papel social da mulher e do homem, mas, também, do seu caráter e da sua moral, respectivamente. O curioso é que, mesmo quando, em raríssimas narrativas, deparamo-nos com uma maga, os seus poderes são sempre voltados para o mal, enquanto um bruxo, quando resolvem inventar um, é de uma bondade extremada.


Não é a toa que, nos dicionários – vários –, os significados para bruxa e mago não diferem em praticamente nada um do outro. Rien de tout! A bruxa, por exemplo, cria feitiço, enquanto o mago produz encantos. Além disso, a magia das bruxas é chamada de negra. Ou seja, não somente é racista como também sugere uma maldição, fruto da sua ignorância e de supostas ligações que manteria com o Diabo. A magia dos magos, por sua vez, é chamada de branca e é considerada uma ciência, visto que, na antiguidade, eles pertenciam a uma casta de sacerdotes e sábios. As bruxas, ainda, são sempre descritas como mulheres de meia-idade, fisicamente horrendas, aterrorizantes, de pele enrugada, com uma verruga na ponta do nariz, cabelos longos e vestes todas pretas, normalmente se fazendo acompanhar de um gato igualmente preto e de uma vassoura, que lhes dá o poder de voar.


Ah! As bruxas têm, também, o hábito de morar em casas rústicas, isoladas. Em sua maioria, localizadas em clareiras de florestas. Já os magos... Estes, apesar de idosos, costumam ter as faces incólumes ao tempo, exibindo um semblante constantemente sereno e são incapazes de fazer o mal, possuindo, além das vestes todas claras, uma longa barba branca, assim como é branco o seu gato e delicada a sua varinha de condão, especializada em fazer o bem. Os magos, ainda, moram não em taperas, mas em suntuosos castelos, não tendo, contudo, o poder de voarem, mas de se transmutarem, sendo explícita a diferença entre eles e as bruxas. Tanto que, se alguém, impaciente por algum motivo, quer apressar o sono de uma criança, recorre à ameaça da possibilidade de uma bruxa assombrá-la, no caso de ela não dormir. Sem falar que no folclore não são poucas as histórias de assombrações envolvendo feiticeiras.


Uma dessas histórias, inclusive, cuja origem, tudo indica, remonta ao interior de Goiás, no Brasil, conta que bruxa também pode ser considerada a caçula de sete filhas de um casal, que, por não ter sido batizada pela irmã mais velha, se transforma em coruja e, à noite, entra pelos telhados e janelas das casas para chupar o sangue das crianças que nelas moram, além de beber cachaça, piar forte e voar, dando gargalhadas. Sei não, mas ninguém merece ouvir um disparate como esse nem similares que, imagino, devem existir por aí, criados, sem sombras de dúvidas, por mentes desprovidas de todo e qualquer bom senso. Ou melhor, criadas por falta de outra coisa a fazer, porque só demonstra uma pobreza de espírito sem tamanho. Isso porque não falamos, ainda, dos contos de fadas, que, se comparados as histórias de bruxas, são de uma discrepância sem limites. E não apenas, digamos, por serem mais singelos.


Afinal, diferentemente das bruxas, as fadas seriam seres imaginários representados por mulheres jovens de extraordinária beleza e bondade, dotados de um poder sobrenatural, capazes, também, de voar. Só que sem vassouras. O estranho, entretanto, é que não existem fados, ou qualquer outro nome que o valha, para nominar seres jovens do sexo masculino com os mesmo poderes, encantos e características que as fadas. Bom! O fato é que todo o estigma votado a supostas bruxas remonta, pelo que se sabe, à Idade Média, que, não foi a toa, é igualmente chamada de Idade das Trevas, um período histórico que, dominado pelo obscurantismo, levou centenas e centenas de mulheres, acusadas de bruxaria, à fogueira. Sim, um triste, lamentável e longo período da História da humanidade que submergiu em um mar de sangue inocente, derramado, aliás, pelos mais cruéis dos homens, em nome, diga-se passagem, de Deus.


FOGO À VISTA!


“Não permitirás que viva uma feiticeira...”.

Êxodo, capítulo XXII, versículo XVIII

Paciência tem limite! Os homens podem até ser cruéis, mas, somente a eles cabe a responsabilidade por seus atos ignóbeis. Não omitir, mentir ou tergiversar sobre as suas verdadeiras intenções, alegando que as suas barbaridades sempre são cometidas em nome de Deus, essa coisa incorpórea, abstrata, que, inclusive, nunca deu o ar de sua graça, como se o dito cujo fosse o mandante de crimes tão graves e desumanos e os homens apenas os executores das suas ordens, devendo, portanto, não serem acusados, julgados culpados nem condenados por delito algum, já que, se os cometeram, foi por vontade dita divina. E, do alto do seu pedestal, Deus termina que também não é acusado, julgado culpado nem condenado, visto que, pelo poder que, supostamente, lhe foi conferido pelo homem – o criador dos maiores absurdos que já existiram e continuam a existir –, teria imunidade eterna.

De repente, na gíria atual, Deus não seria que um laranja do próprio homem. Mesmo porque essa entidade incorpórea só foi inventada para, servindo de instrumento de manipulação, impor o temor aos que facilmente deixam-se levar por falsas crenças, subjugando-os a vontades que não passam de caprichos humanos. Nada de ordens nem leis ditas divinas. E para esses que facilmente deixam-se levar por falsas crenças, eu só tenho a lamentar. Afinal, como já bem o disse o escritor português José Saramago [(1922 - 2010)], Deus só existe na cabeça de quem, por algum motivo, necessita acreditar em sua existência ou foi induzido a. Mas, como cada um sabe de si e eu não tenho nada a ver com a fé alheia... Ocorre que, achando serem os donos da verdade, os homens de batina, responsáveis pelas matanças desencadeadas na Idade Média, pensavam que o fato de pertencerem à Igreja católica justificava os seus atos.

Uma Igreja, aliás, que, até hoje, há quem defenda a sua inocência, alegando que o seu Tribunal do Santo Ofício limitava-se a julgar aqueles contrários à fé católica, os hereges, supostamente zelando pela fé questionada e pela evangelização, esquecendo de mencionar, contudo, os mais diversos tipos de tortura ocorridos em seus calabouços, atribuindo a condenação dos acusados de heresia à fogueira, ou sabe-se lá de qual outra arisia, ao Estado, como se alguma vez, na História da humanidade, desde que surgiram, ambos, Igreja e Estado, não tenham andado de mãos dadas, sempre tirando algum tipo de proveito do que quer que seja. De qualquer forma, no caso específico das carnificinas engendradas pela Igreja durante séculos de inquisições, alguns historiadores defendem a tese de que a participação do Estado deu-se mais pelas ameaças de excomunhão de membros da sua cúpula do que por qualquer outra coisa.

Assim, com essa sutileza, a Igreja quis ludibriar a todos, permitindo-se afirmar que, em hipótese alguma, nunca matou ou mandou matar quem quer que fosse. O que dirá plantar um ser humano na fogueira e atear fogo! Sem contar que, para prolongar o sofrimento dos condenados à fogueira, os inquisidores costumavam usar madeira verde para queimá-los... Segundo o escritor italiano Enrico Riboni, em seus escritos A Página negra do cristianismo – 2000 anos de crimes, terror e repressão, teria sido entre os séculos V e XV o início da mais rica das tradições cristãs: queimar pessoas vivas. O povo, por sua vez, ainda na Idade Média, foi deixado, pela Igreja católica, propositadamente na ignorância, porque, somente assim, a instituição poderia impor o seu domínio sobre a sociedade, criando, para tal fim, a Inquisição, chamada de santa, no ano de 1184, em Verona, na Itália, pelo papa Lúcio III (? – 1185).

Porém, o registro da sua criação oficial e regulamentação, com o nome de Tribunal do Santo Ofício, datam de 1231. E pela suma proteção do papa Gregório IX (1170-1241). Anos depois, como se achasse pouco todas as atrocidades cometidas pela Igreja católica, o papa Inocêncio IV (1195 - 1254) autorizou, em 1252, a publicação do documento Ad exstirpanda, que tentava justificar o plano de extermínio dos ditos hereges – um pulo para ser desencadeada a ensandecida e sádica caça as ditas bruxas. O assombroso, contudo, é que a propaganda institucional de tal prática, louvando as suas virtudes e vantagens, antecipando-se à eficiente propaganda do III Reich, era tão bem aceita e incutida na opinião pública que se chegou ao cúmulo de cidades, antecipando as olimpíadas, concorrerem na modalidade queima de bruxos, batendo recordes de óbitos ano após ano – uma loucura!

Sem falar que o escritor menciona, ainda, a publicação, em 1487, por dois monges dominicanos alemãos, James Sprenger e Heinrich Kramer, ambos inquisidores, do livro Malleus malleficarum (Martelo das bruxas). Escrito e publicado com o aval de uma bula papal, assinada por Inocêncio VIII (1432 - 1492), legitimando, assim, não somente ações abusivas da Igreja católica contra inocentes, mas, também, como bem o disse a educadora, escritora e feminista brasileira Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810 - 1885), o “vergonhoso parto” do cristianismo, que foi a Inquisição, que, aliás, ela considerava “fatal ao progresso da civilização”, o livro era um detalhado e minucioso guia para uma caça as bruxas, um manual de tortura e execuções que, devido o sucesso que alcançou, se tornou, à época, um best-seller, amplamente usado por supostos caçadores de bruxas, que, em um piscar de olhos, surgiam do nada.

Enfim! O Malleus malleficarum defendia a tese de que a mulher era o alvo preferido de Satã, com quem ela, por meio de rituais orgíacos, copulava em busca de poder – obviamente um delírio sem precedentes dos autores que, por escreverem o livro, assinaram, querendo ou não, um atestado de insanidade mental. Só que, coitadas das mulheres, vítimas de um bando de celerados de batina, não tendo como não confessar o que quer que fosse diante do requinte das torturas praticadas pelos inquisidores, que seguiam a risca os ditames de um código penal mais absurdo e temerário do que bulas de medicamentos alopatas e da exaustão causada pelos sofrimentos aos quais elas eram submetidas. Assim sendo, já que, através do Malleus malleficarum, ficamos sabendo que Satã é considerado o “senhor do prazer”, inoculando nas mulheres o germe da maldade, Deus seria, então, o “senhor da crueldade”.

AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE...
DE SANGUE!


“Na Igreja católica, temos tudo o que é bom,
tudo o que é motivo de segurança e consolo...”.

Papa Bento XVI,
em visita à Basílica Nacional de Aparecida, no Brasil, em 2005.


A verdade é que os chamados caçadores de bruxas choviam a cântaros, vindo de todas as partes, tendo em vista apenas lucrar com essa nova possibilidade, digamos, de trabalho, por ser um negócio extremamente rentável. Afinal, qual era a mulher, por exemplo, que, àquela época, não fazia um simples chá com folhas ou frutos de plantas aromáticas ou de alguma erva com propriedades terapêuticas? Desse modo, bastava uma simples denúncia para que a infeliz fosse parar na fogueira, já que, certas práticas, por mais inofensivas que fossem, eram, absurdamente, consideradas uma confissão de bruxaria, vista, sobretudo, como um culto pagão à Grande Deusa Mãe – por extensão a Satã –, principal divindade adorada na Idade Média. Daí que muitas mulheres, em sua maioria, antes mesmo de serem queimadas vivas, enforcadas ou decapitadas, eram submetidas a inúmeras formas de tortura, incluindo, no caso, o estupro.

Sim, o estupro era uma espécie de tortura, ao qual, sem clemência, praticamente a maioria das mulheres eram vítimas, embora todas elas, sem exceção, independentemente de serem estupradas, tivessem os seus bens confiscados. O mais curioso, entretanto, é que negar a prática de bruxaria também dava cadeia, melhor dizendo, fogueira. O fato – tudo indica – é que a última queima de um herege deu-se em 1826. No caso, pela Inquisição Espanhola, instaurada em 1478 e extinta apenas em 1834. Porém, o extermínio em massa de hereges, incluindo os acusados de feitiçaria, não era um privilégio apenas da Europa, que, aliás, contou com a conivência decisiva das monarquias da época, mas, igualmente, do continente americano. Afinal, antes mesmo, digamos, do tão almejado armistício, que foi a extinção, pelo menos aparente, da última das Inquisições, no caso, a espanhola, cabeças também rolaram no Novo Mundo.

Um dos casos mais famosos ficou conhecido como As Bruxas de Salem, cidade da Nova Inglaterra, atual Estados Unidos, quando, em 1692, diversas mulheres padeceram na forca, acusadas de feitiçaria. Enfim! De objeto de adoração e respeito nas culturas pré-cristãs, além de fonte geradora de vida e símbolo da fertilidade, a mulher, sob a égide de uma cultura alicerçada no patriarcado, galgou à condição de um ser maligno, já que, segundo reza a lenda, andava as voltas com Satã, a tricotar sabe-se lá o quê. Tanto que, até 1788, quando a última bruxa foi queimada, cerca de um milhão de pessoas acusadas de praticarem bruxaria, incluindo homens, crepitaram em fogueiras instaladas para esse fim, quando não eram dizimados por enforcamento ou decapitação. E se engana quem pensa que a Inquisição pendurou as chuteiras, visto que a trégua dada em 1834, como o próprio nome diz, não passou de trégua.

Assim, levando em consideração que, durante séculos, a Inquisição foi rebatizada algumas vezes, já no séc. XX, em 1908, o papa Pio X (1835-1914), reorganizou a instituição, digamos assim, chamando-a de Congregação do Santo Ofício. O papa Paulo VI (1897-1978), por sua vez, deu-lhe, em 1965, um outro nome, ou seja, Congregação para a Doutrina da Fé, considerada o quarto e atual estágio da Inquisição, sendo o seu prefeito, de 1981 a 2004, o cardeal Joseph Ratzinger, à época, arcebispo de Munique, na Alemanha, que teve a sua indicação para o cargo aprovada por João Paulo II (1920-2005). Eleito Papa – o oitavo de origem alemã e o 265º da História – no dia 19 de abril de 2005, Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, dividiu o mundo, já que, nublado que nem cinzas de um braseiro, o seu curriculum vitae tem a capacidade, por onde quer que ele passe, de gerar polêmicas.

Exemplo disso foram certas aberrações que disse em sua visita ao Brasil em 2005, quando se pronunciou contra o aborto, tipo ser necessário “promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio”. Seria uma piada? Achando pouco, Bento XVI ainda teve a cara de pau de dizer que muitos justificam “alguns crimes contra a vida em nome dos direitos da liberdade individual”. Como eu já disse, ele estava pronunciando-se contra o aborto – coisa, aliás, que nem da sua alçada é julgar ser certa ou errada, visto que abortar é uma questão de foro íntimo da mulher e de mais ninguém. Muito menos de um eclesiástico, que vive fora da realidade e nem moral e autoridade tem para respaldar as suas opiniões a respeito. E isso qualquer um sabe, nem que possua apenas dois neurônios, porque basta se reportar as carnificinas promovidas pela Igreja católica em seus 2000 anos de História...

E é isso! Só que é de bom tom dizer que, de certa forma, os métodos adotados pela atual Inquisição mudaram. Ao contrário das trevas da Idade Média, a Igreja católica não tortura mais o físico de alguém – a mente também, consequentemente – antes de reduzi-lo a pó em uma fogueira qualquer, embora, imagino, não falte vontade, hoje, a tortura limita-se a psique do acusado, embora, convenhamos, reflita em seu corpo, com métodos, inclusive, que, ao mesmo tempo, surpreendem pela sofisticação e aparente simplicidade, aumentando, ainda mais, a repulsa de muitos pela Igreja católica que, apesar de estarmos no séc. XXI, tenta, a todo custo, permanecer impune aos seus crimes bárbaros, os do Passado e os do Presente. Sim, porque o fato de não mais derramarem sangue, e sangue inocente, pelo menos não literalmente, não significa que os homens de batina abriram mão de cometer barbaridades.

E isso é repugnante, desprezível, sobretudo quando se sabe que a Igreja católica é a própria pecadora por excelência, paradoxalmente, contudo, acusando de pecador quem, inclusive, não comunga com as suas idéias nem com os seus dogmas surreais nem, muito menos, não tem nada a ver com a sua, digamos, bipolaridade ou tenha lá o nome que tiver o seu comportamento duvidoso. Seria psicopatia? Afinal, se fosse hoje, não duvido que os inquisidores da Idade Média, que friamente torturavam e exterminavam inocentes sem compaixão nem piedade – dupla, aliás, pregadas incessantemente pela Igreja católica –, não fossem diagnosticados psicopatas. Digo isso porque, em pleno juízo das suas faculdades mentais, ninguém, em hipótese alguma, cometeria atos tão insanos como os cometidos durante a Inquisição, que, diga-se de passagem, de santa não tinha nada, mesmo porque santidade não existe.

Assim, se leis civis, terrenas, não conseguiram até hoje colocar as mãos na Igreja católica por todos os crimes cometidos por seus legítimos representantes, saindo impunes para continuar cometendo delitos tão graves, previstos, inclusive, nos mais diversos códigos penais, que, pelo menos, as pessoas ignorem a instituição, não integrando as suas fileiras, como se a fé católica fosse a coisa mais pura, bem intencionada e sublime que existe, quando, na verdade, não o é. Ao contrário! A Igreja católica é o que há de mais podre e nefasto já inventado na face da terra, com as suas estruturas caóticas a vergar cada vez mais, embora continue a vagar em busca de almas que considera penadas. Daí que, talvez, o melhor fosse poder retornar à infância, habitar uma biblioteca e se manter distante do mundo propriamente dito, cujas maldades, por vivermos em uma sociedade hipócrita, só tendem, infelizmente, a aumentar...

Nathalie Bernardo da Câmara


*Publicado, originalmente, no dia 05 de maio de 2010.

sábado, 21 de maio de 2011

A COPA DOS ROMBOS


“Um coração sensível comunica-se com valores que lutam contra as trevas...”.

Gaston Bachelard (1884 - 1962)
Filósofo francês



Esta semana, no dia 16, a advogada brasileira Andreza Smith, da organização não-governamental Sodireitos alertou que, com a Copa de 2014, a ser realizada no Brasil, poderão aumentar os casos de exploração sexual no país, sobretudo de crianças e adolescentes, por turistas estrangeiros. Eu acrescentaria que, também, pelos nacionais... A respeito, portanto, do alerta, a advogada deu um exemplo: — Você já pensou em um jogo em Manaus? Quem é que vai fiscalizar o rio?, questionou, se referindo a possíveis casos de programas sexuais em barcos que transitam nos rios Negro e Solimões, acrescentando que “isso não está sendo falado”. Nesse caso, então, advogada, é melhor se informar, já que desde 2009, mais precisamente no dia 16 de junho, publiquei um texto neste blog, intitulado A Rota da cópula, no qual denuncio que todas as cidades-sedes dos jogos da Copa de 2014 fazem parte da rota de inúmeros tipos de tráfico, principalmente o de mulheres. Enfim! Para a advogada, o crime de exploração sexual é de “alta lucratividade”. Claro! Segundo informações do Ministério da Justiça, “o lucro anual produzido com o tráfico de pessoas chega a 31,6 bilhões de dólares”...

Bom! No dia 16, ainda, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, segundo a Agência Brasil, já com a garantia, por parte do governo federal, do Programa Turismo Sustentável e Infância, que prevê a execução do projeto Turismo e Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), conseguiu que uma demanda, de sua autoria, ou seja, a criação de uma CPI para investigar tráfico de seres humanos no Brasil, fosse aprovada. Afinal, por exemplo, segundo a senadora, uma criança, no Pará, é leiloada por apenas R$ 5,0, com os seus corpos sendo utilizados no mercado clandestino de retirada de órgãos. “É um comércio criminoso, real”, denunciou a senadora. E haja realidade nisso! Afinal, é como diz a parlamentar: — Promove-se um bingo com cartela a R$ 5,0. Quem preencher uma quina no cartão, leva uma menina, descreve, com menores sendo comercializados por 300 euros por turistas estrangeiros que cruzam a fronteira pela Guiana Francesa. Em muitos casos, ela prossegue, há agentes do Estado envolvidos nessas transações “e, por isso, não se investiga a fundo” esse tipo de comércio para lá de ilegal. E imoral.

Pior! De acordo com as palavras da senadora, o país não se esforça de forma eficaz para coibir o tráfico de seres humanos e punir os seus responsáveis, os que cometem o delito, o crime. Daí que a referida CPI visa, exatamente, realizar raios-x do tráfico humano a nível nacional e internacional que atuam no tal mercado, que só tem como objetivo manter pessoas na condição de escravas. Quando não tiram os seus órgãos... Lembra Marinor: — Para pôr fim a essa vergonha, a CPI constitui instrumento fundamental. E, de acordo com o blog Sorriso de criança, “a sociedade brasileira exige medidas urgentes dos poderes constituídos”. Segundo, ainda, a senadora, nada de medo, apesar das ameaças, para enfrentar as investigações. E até disse uma frase bonita: — Não podemos continuar assistindo a vulnerabilidade das pessoas sem se tomar uma providência.

E eu perguntaria, senadora, quais as reais providências a serem tomadas pelos poderes públicos a respeito desse grave problema, que se traduz em algo totalmente repulsivo, medonho? Não seria melhor, então, cancelar a Copa de 2014 no Brasil? Afinal, não é esse o grande babado, como se costuma dizer?

 

“Estar informado sempre será preferível a desconhecer...”.

José Saramago (1922 - 2010)
Escritor português



Tempos atrás, o Ministério da Justiça lançou uma campanha contra o tráfico humano. A ilustração acima é uma das peças publicitárias da referida campanha, cujo tema era: Tráfico de pessoas: ajude o Brasil a não cair nessa armadilha. E isso apenas para tentar conscientizar a população brasileira a respeito do problema e estimular a denúncia, destacando que Goiás é o Estado recordista em inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar casos de tráfico de seres humanos – um crime oportunista, cometido por covardes, gente que nunca trabalhou na vida e que se vale do ilícito para se dar bem, só ferrando os outros.

É, um tipo de pessoa que deveria ser colocado em uma solitária no presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, com as chaves da cela jogadas a esmo nas águas da Baía da Guanabara, nas quais, de tão poluídas, nem os ecologistas se atrevem a mergulhar. E que a Federação Internacional de Futebol Amador - FIFA se torne uma instituição séria, tome vergonha na cara e mude de nome, pois não mantém amadores. Todos são profissionais e geram uma receita altíssima para sabe-se quem – parece a máfia siciliana. E que paguem as reformas ou restaurações – não importa o nome que tenha – dos malditos estádios de futebol que irão recepcionar os jogos da Copa de 2014.

E, antes que eu esqueça: la presidenta Dilma Rousseff também deveria se envergonhar por autorizar a liberação de bilhões, sacados dos cofres públicos, para arcar com despesas que deveriam ser da FIFA. Sem querer agredir ninguém, uma Copa de merda! Enquanto isso, a rede hospitalar, a nível nacional, anda capenga, sem 1 centavo do governo federal para manter, por exemplo, os idosos que ficam nos corredores dos hospitais, sem assistência, à míngua – é deprimente. E nem queiram que eu fale mais nada...


Nathalie Bernardo da Câmara

quinta-feira, 19 de maio de 2011

NOVAS CORES PARA O BRASIL...


“O preconceito é filho da ignorância...”.

William Hazlitt (1778 - 1930)
Ensaísta e crítico inglês



Nesta quarta-feira, 18, após uma série de episódios polêmicos, um abraço simbólico da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT (cerca de 1.200 pessoas, representando diversos estados brasileiros), todos de mãos dadas e portando palavras gentis, registrou o agradecimento coletivo à decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal - STF no dia 5 do corrente, quando a instituição reconheceu os direitos relativos à união estável para casais homossexuais, reconhecendo, portanto, princípios de igualdade, de liberdade e dignidade humana, bem como de segurança jurídica.

Curiosamente, em reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, realizada no dia 12, quando a senadora Marta Suplicy (PT-SP) apresentou um projeto, no qual é a relatora, que prevê punições para quem discrimine homossexuais, dois parlamentares perderam a compostura e entraram no maior arranca-rabo – pior do que chamam barraco! Foi assim: o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), assumidamente homofóbico, sacou um panfleto antigay e esbravejou contra os homossexuais. Diante da cena, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), defensora da causa gay, não hesitou e arrancou o tal panfleto das mãos do deputado.

Não deu outra! Os dois parlamentares partiram para um bate-boca que resultou em algo ainda mais polêmico do que a aprovação, por parte do STF, da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Disse a senadora: — Tire isso daqui, rapaz, me respeita!
— Vai me bater? – retrucou o deputado.
— Eu bato! Vai me bater? – rebateu a parlamentar. – Depois, dizem que não tem homofóbico aqui. Tu és homofóbico. Tu deveria ir pra cadeia! Tu deveria ir pra cadeia! Tira isso daqui! Homofóbico, criminoso, criminoso, tira isso daqui, respeita!

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, por sua vez, senador Paulo Paim (PT-RS), teve de mandar fechar a porta do plenário, onde se desenrolava o profícuo debate, evitando, assim, que o ruído da confusão não prejudicasse o exame de outras matérias em ambientes limítrofes. Enfim! Conseqüência do qüiproquó? A relatora do projeto, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), retirou a proposta da pauta, visando ampliar o debate a respeito.

 

“Consideramos justa toda forma de amor...”.

Lulu Santos
Compositor e músico brasileiro



Resumindo: elaborado pela assessoria de Bolsonaro, o referido panfleto já havia sido distribuído nas ruas do Rio de Janeiro e critica pontos do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos do Ministério da Educação e Cultura - MEC, como o chamado “kit gay” – filmes e cartilhas contra a discriminação sexual, que o MEC deve começar a distribuir nas escolas de ensino médio no segundo semestre. Segundo o G1, o deputado, ainda no Rio de Janeiro, teria dito a respeito: “Esse material dito didático pelo MEC não vai combater a homofobia. Ele vai estimular a homossexualidade lá na base, no primeiro grau”.

Enquanto isso, Marinor Brito (PSOL-PA) acusa o parlamentar de praticar homofobia com dinheiro público, uma vez que os panfletos teriam sido elaborados com recursos da Câmara Federal: “Isso foi feito com dinheiro público. É homofobia com dinheiro público”, acrescentando que irá denunciar o deputado à Corregedoria da Câmara por quebra de decoro, alegando, no caso, que ele não é merecedor de ter um mandato. Deverá, portanto, ser o sexto processo a ser respondido por Bolsonaro na Corregedoria da Câmara por causa das suas polêmicas posições contrárias aos direitos dos homossexuais.

Por fim! Todos os processos contra o deputado, encaminhados ao corregedor da Câmara, deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), requerem que Bolsonaro seja levado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa sob acusação de práticas de racismo e homofobia. Que coisa! E, aí, sem querer, lembrei de uma composição que eu ouvia quando era uma criança, intitulada Vô batê pá tu, de autoria de dois brasileiros geniais, criadores do grupo musical Baiano & os Novos Caetanos, que foram Chico Anysio e Arnaud Rodrigues (1942 - 2010), cujo refrão dizia mais ou menos assim: Vô batê pá tu batê, pá tu, pá tu batê...


Nathalie Bernardo da Câmara


quarta-feira, 18 de maio de 2011


A RELATIVIDADE DO CONCEITO DE ARMAS


“No dia em que o Brasil tiver mais escolas terá menos hospitais...”.

Aldous Huxley (1894 - 1963)
Escritor inglês, autor de Admirável mundo novo (1932)

*

“No dia em que o Brasil tiver mais escolas terá menos presídios...”.

Lygia Fagundes Telles
Escritora brasileira



Inquestionavelmente, o Brasil é, de fato, sui generis. Não o país em si, corrijo a tempo, mas os seus governantes, que sequer têm plataformas políticas definidas quando estão em campanhas, mas que, quando eleitos, pegam carona em, digamos, problemas corriqueiros do dia a dia do povo brasileiro que possam servir de ganchos que justifiquem os seus estéreis mandatos. Digo isso porque, se não fosse a tragédia ocorrida no dia 07 de abril do corrente, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando um jovem brasileiro, Wellington Menezes de Oliveira, 23, desatou a disparar cerca de sessenta tiros, calibres 32 e 38, contra alunos do estabelecimento de ensino, matando, implacavelmente, doze adolescentes, além dos muitos feridos, um dos políticos mais sem honra do Brasil, que é o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente do Congresso Nacional, teria tomado a iniciativa de propor um plebiscito, em outubro, quando a população, porque ele assim o quer, poderá se manifestar a favor ou contra o desarmamento com o intuito de coibir desequilíbrios dessa natureza em nossa sociedade. Nunca! Afinal, até uma criatura literalmente cega dos olhos enxerga ou sente, de longe, o cheiro azedo da demagogia do parlamentar, já que, lá no Maranhão...

 




Habitué ou não do meu blog, qualquer um percebe que, não é de hoje, muito me envergonha o referido parlamentar, presidente do Congresso Nacional do Brasil – país onde me encontro –, se aproveitar da desgraça alheia para se auto-promover. É indecente! E nem me venham dizer que esse homem é escritor, assim como eu. Ai! Dói saber que ele se considera um mestre. Chega a ser ofensivo para quem pratica o ofício como quem cumpre uma sina, uma vocação, como é o meu caso e o de muitos outros escritores sérios e responsáveis, brasileiros ou não. Afinal, convenhamos, esse homem não sabe separar nem um ponto de uma vírgula... Enfim! Se possível, gostaria que alguém me explicasse qual o crime de maior gravidade: o cometido por um civil psicopata (com um histórico familiar dos mais abusivos) – no caso, o do adolescente que fez besteira na escola do Rio de Janeiro –, dizimando, gratuitamente, adolescentes inocentes, ou o crime cometido por um político, seja ele qual for, embora, no caso, mais especificamente, Sarney, que, atualmente, não anda lá com muito prestígio popular, embora, por achar que o povo brasileiro não tem discernimento, tem o péssimo hábito de assinar um sem fim de decretos corporativos, legando, inexoravelmente, milhares à exclusão social?

Bom! Sei que, na condição de jornalista, deveria ter iniciado esta postagem com a informação que me motivou a escrevê-la. Perdão aos meus leitores habituais e aos de primeira viagem, mas... Confesso que fico possessa – não entendo – quando certas coisas graves, absurdas, eu diria, ocorrem neste país, ainda considerado de Terceiro Mundo, apesar dos nossos avanços para ascender de nível (risos), e ninguém, sobretudo la presidenta Dilma Rousseff, nada faz para reverter tais coisas – um dos motivos pelos quais não votei na sucessora do megalomaníaco Lula, pois sabia que ela não iria fazer nada a respeito. Afinal, um chefe de Estado que é conivente com as ações de um homem que é mais pernicioso do que a peste peçonhenta, como o é José Sarney, não merece o meu apoio. E não é uma questão de diplomacia, não! É uma questão de decência, respeito ao povo brasileiro que a elegeu, independentemente do coronel do Maranhão, que mais parece um terrorista tupiniquim na Terra dos Papagaios, sendo, portanto, o Congresso Nacional, a própria tropa de elite, enquanto o eleitor, por sua vez, termina se transformando no desavisado cego perdido em meio ao tiroteio de gente que não tem o menor dos escrúpulos. Daí que, em respeito ao povo brasileiro, gostaria de fazer um pedido à Dilma.

Em plenos poderes das minhas faculdades mentais, peço, conscientemente, e com os direitos que a Constituição Brasileira me confere, que, em nome da nova campanha contra o desarmamento no Brasil, cujo slogan é: Tire uma arma do futuro do Brasil, lançada no dia 06 do corrente, la presidenta faça de um tudo, como dizem os goianos, para tirar, nem que seja por decreto, o senador José Sarney do Congresso Nacional. Quem sabe, na supremacia que o cargo lhe confere, enquanto chefe do Executivo, bem que poderia banir Sarney para os Estados Unidos, ou, melhor ainda, para o Paquistão... Afinal, pela idade do jovem maranhense, com todo respeito à terceira idade, embora ele não respeite o povo brasileiro, sobretudo os seus eleitores, no mínimo deve andar com artrite e, lá, por aquelas bandas, a temperatura anda alta – um calor daqueles! Depois, é só tomar um banho de mar, que alivia as tensões (andei sabendo que as ondas são maravilhosas)... Qualquer dúvida é só consultar o presidente norte-americano Barack Obama, que, segundo dizem, se tornou especialista em questões meteorológicas. Enfim! Tudo isso só para dizer que essa terceira Campanha Nacional contra o Desarmamento não vai resultar em nada. É uma mera utopia, gastando dinheiro público em vão.

Vejamos... Em 2004, ainda com Lula, que adorava brincar de conduzir o Brasil, surgiu a primeira das campanhas; em 2005, um referendo dito do desarmamento... Parêntese! Referendo é para confirmar, pelo povo, uma dada lei já existente. Não foi o caso, já que lei alguma a respeito existia e, portanto, não tinha nada a ser referendado. O nome certo que, à época, deveria ter sido utilizado seria plebiscito – os assessores dos políticos não estudaram? Falam de referendo pensando em plebiscito... Enfim! Em 2008, uma nova campanha. Afinal, o referendo não deu em nada. Nesta, agora, de 2011, segundo o jornalista brasileiro Pedro Santos, do Diário Catarinense, “a polêmica está de volta: desarmar ou não a população? De um lado está quem acredita que o poder de fogo provocado pela posse de armas é sempre prejudicial tanto a quem detém a arma quanto às pessoas que estão ao redor. De outro, o argumento de que portar armas é a melhor chance que o cidadão comum tem de se defender da insegurança que atinge toda a sociedade brasileira”. Eu, particularmente, repudio todo e qualquer tipo de violência, com ou sem armas, sejam as de fogo, sejam as chamadas armas brancas. Infelizmente, esse novo plebiscito – se, de fato, houver – não resolverá o problema da violência no Brasil.

E nem adianta ficar aqui repetindo – um desperdício do meu latim, já que todos sabem disso e não fazem nada nesse sentido – que a única coisa que poderia não digo nem solucionar, mas minimizar essa chaga social, que é a violência, seria uma radical mudança no sistema econômico do país, modificando, definitivamente, as suas atuais políticas públicas, que – diga-se de passagem – estão para lá de ultrapassadas. Exemplo disso, aliás, seria a erradicação da miséria, como assim, inclusive, pretende la presidenta Dilma Rousseff. No caso, contudo, confesso que, nos moldes em que ela espera fazer isso, não creio, sem querer ser pessimista, que o consiga. É muito pouco tempo, ou seja, querer, até 2014, quando, a priori, o seu mandato encerra-se, querer solucionar esse câncer da nossa sociedade. Não chega a ser nem utopia da parte de la presidenta, mas, sim, sem querer ofender, pura demagogia ou, então, ela está completamente alheia à realidade da economia brasileira, sobretudo à realidade financeira que diz respeito ao seu povo. Mas, pegando a deixa da nova campanha contra o desarmamento no Brasil, aproveito para reproduzir mais três charges do brasileiro Sponholz, que, em seu humor habitual, nos dá exemplos de fazer valer o nosso voto, não mantendo nem elegendo certos políticos no poder.







Como diria o advogado e pacifista indiano Mahatma Gandhi (1869 - 1948): “Um homem armado é um covarde...”.


Nathalie Bernardo da Câmara