quarta-feira, 25 de março de 2020

UM PSICOPATA ABOLETOU-SE DO BRASIL




FOLHA DE S.PAULO (24/03/2020): “O presidente (...) voltou a minimizar a gravidade da Covid-19 ao compará-la a uma ‘gripezinha’ ou a um ‘resfriadinho’. (...) Devemos, sim, voltar à normalidade, afirmou” (link abaixo), irresponsável e criminosamente.

Ora, para quem vive submerso na ignorância e na alienação, valendo-se, inclusive, do atrevimento ao dizer que  o aquecimento global, por exemplo, “é uma trama marxista”, a posição do celerado de plantão sobre a pandemia que ora assola o planeta Terra não é nenhuma novidade. Porém, não à toa, o seu pronunciamento sobre o coronavírus desta terça-feira, 24, pedindo, entre outras, o fim do “confinamento em massa”, contrariou gregos e troianos, repercutindo. Vejamos algumas declarações sobre o episódio, publicadas pelo G1:

 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA – “Neste difícil momento da pandemia de COVID-19 em todo o mundo e no Brasil, trouxe-nos preocupação o pronunciamento oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro, ao ser contra o fechamento de escolas e ao se referir a essa nova doença infecciosa como ‘um resfriadinho’. Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença com baixa letalidade. É também temerário dizer que as cerca de 800 mortes diárias que estão ocorrendo na Itália, realmente a maioria entre idosos, seja relacionada apenas ao clima frio do inverno europeu. A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil, que está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias. E, do ponto de vista científico-epidemiológico, o distanciamento social é fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus, quando ele atinge a fase de transmissão comunitária. Essa medida deve ser associada ao isolamento respiratório dos pacientes que apresentam a doença, ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos profissionais de saúde e à higienização frequente das mãos por toda a população. As medidas de maior ou menor restrição social vão depender da evolução da epidemia no Brasil e, nas próximas semanas, poderemos ter diferentes medidas para regiões que apresentem fases distantes da sua disseminação. Quando a COVID-19 chega à fase de franca disseminação comunitária, a maior restrição social, com fechamento do comércio e da indústria não essencial, além de não permitir aglomerações humanas, se impõe. Por isso, ela está sendo tomada em países europeus desenvolvidos e nos Estados Unidos da América. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e todos os demais profissionais de saúde estão trabalhando arduamente nos hospitais e unidades de saúde em todo o país. A epidemia é dinâmica, assim como devem ser as medidas para minimizar sua disseminação. ‘Ficar em casa’ é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento, principalmente as mais populosas.

 

CARTA DOS SECRETÁRIOS DE SAÚDE DO NORDESTE – “Assistimos estarrecidos ao pronunciamento em cadeia nacional do Presidente Jair Bolsonaro, onde desfaz todo o esforço e nega todas as recomendações para combate à pandemia do coronavírus. Não é nosso desejo politizar esse problema. Já temos dificuldades demais pra enfrentar. Não podemos cometer esse erro. Vamos continuar fazendo nosso trabalho. Não nos parece que a posição exposta pelo Presidente seja a do Ministério da Saúde, que tem se conduzido tecnicamente. Percebemos, com espanto, os graves desencontros entre o pronunciamento do Presidente e as diretrizes cotidianas do Ministério da Saúde. Esta fala atrapalha não só o ministro, mas todos nós! Sabemos que iremos enfrentar uma grave recessão econômica, mas o que nos cabe lidar diretamente é a grave crise sanitária. Vamos seguir tocando nossas vidas com decisões baseadas em evidências científicas, seguindo exemplos bem sucedidos ao redor do mundo. A grande maioria dos países do mundo, ocidentais e orientais, já firmaram seu curso no combate ao vírus e é este curso que o Nordeste Brasileiro seguirá.”

 

FÁTIMA BEZERRA (PT), GOVERNADORA DO RIO GRANDE DO NORTE (RN) – “Para muito além de quaisquer divergências políticas, o que se trata aqui é de proteger a saúde da população. Faço coro às palavras dos Secretários de Saúde do Nordeste. Não há neste momento tão delicado o desejo nenhum de politizar a discussão, mas o pronunciamento de hoje do Presidente é um equívoco! O pronunciamento dele vai na contramão de todas as medidas defendidas pelos Estados e municípios em sintonia com o Ministério da Saúde e pela própria sociedade!”

 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI) – “Na noite desta terça-feira, o País assistiu, estarrecido, a um pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro minimiza os riscos da pandemia do Covid-19 e vai na contramão de todas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, tanto do Brasil, como do mundo. Tenta, também, responsabilizar a imprensa pela justificada apreensão que toma conta de todos. Num momento em que milhares de vidas são ceifadas em outros países e que o coronavírus chega a nosso país de forma ameaçadora, fazendo as suas primeiras vítimas fatais, Bolsonaro refere-se à pandemia como uma “gripezinha” ou um “resfriadinho” e, ainda mais grave, recomenda que as medidas preventivas não sejam adotadas pelos brasileiros. Dessa forma, contribui para que o país não se prepare para enfrentar a grave situação que estamos vivendo. Decididamente, num momento em que se exige serenidade e liderança firme e responsável, com seu comportamento irresponsável e criminoso o presidente mostra não estar à altura do importante cargo que ocupa.”

 

FELIPE SANTA CRUZ, PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)“Entre a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena por conta deste que será reconhecido como um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da história.”


HUMBERTO COSTA (PT-PE), SENADOR, EX-MINISTRO DA SAÚDE (2003-2005)“Bolsonaro chamou o #Covid19 de 'gripezinha, resfriadozinho, histeria', num gesto de desrespeito às vítimas fatais, suas famílias e todo o país. Atacou a imprensa uma vez mais. Em vez de tentar se restaurar no cargo de presidente, usou sua fala para ridicularizar o grave momento.”


MARCELO FREIXO (PSOL-RJ), DEPUTADO FEDERAL“Vimos em rede nacional um presidente desqualificado mentir, debochar e provocar um país que, apesar dele, luta bravamente e se une para enfrentar umas das maiores crises da história. A resposta dos brasileiros foi dada.”



Nathalie Bernardo da Câmara

domingo, 22 de março de 2020

NATAL: CIDADE FANTASMA

Arte: Duke/Jornal O Tempo

Pandemia. S. f. Epidemia generalizada
Dicionário Aurélio


22 de março de 2020. Invariavelmente, os dias de domingo provocam-me uma sensação de desconforto, desamparo e angústia, sobretudo no final da tarde e à noite. Hoje, ainda mais... Isso porque, por causa do decreto de contenção do coronavírus, assinado na semana passada pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, a população está, digamos, em “retiro” domiciliar involuntário, o que, por si só, já é deveras opressivo. De qualquer modo, resolvi caminhar um pouco para arejar, sobretudo as ideias! Sem surpresas, percebi ruas desertas, cenários fantasmas, uma atmosfera lúgubre, ainda mais porque fomos privados da feira dominical perto da minha casa, da qual sou habituée, pois todas as feiras livres de Natal e do RN, sob estado de calamidade pública, foram proibidas de funcionarem por tempo indeterminado – além das feiras, shoppings, bares e restaurantes, que também tiveram de fechar as suas portas ao público, a fim de evitar aglomerações, atendendo apenas delivery, demais estabelecimentos comerciais e de serviços, incluindo academias, bancos, universidades (as escolas das redes de ensino públicas e privadas foram as primeiras a serem interditadas) et cetera, encontram-se na mesma situação. Eventos culturais, públicos e privados, com mais de 100 pessoas por 60 dias, estão igualmente suspensos. No caso do funcionalismo público do RN, foi liberado o teletrabalho, enquanto os cartórios funcionarão de forma remota. Os supermercados, por sua vez, só permitem a presença de um membro de cada família para fazer compras, embora a maioria esteja fazendo pedidos por telefones e/ou aplicativos da internet, assim como as farmácias, que não podem ser fechadas, nas quais, aliás, faltam respiradores, máscaras descartáveis duplas com elásticos, frascos de álcool gel e de álcool etílico hidratado 70%... Luvas ainda têm. De qualquer forma, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o Ministério Público Federal (MPF) e o Governo do Estado assinaram acordo para a aquisição imediata de respiradores e demais insumos. Já os hospitais e os planos de saúde suspenderam consultas, exames e procedimentos eletivos para frear o avanço do vírus. Enquanto isso, o Governo do RN requisitou o prédio onde funcionava o Hospital Papi para atender os casos suspeitos e confirmados do coronavírus no Estado – a unidade estava desativada, mas em condições de ser colocada em funcionamento. Além disso, um dos hotéis da Via Costeira foi reservado para, numa eventual explosão de infectados, ser emergencialmente transformado em hospital – “coisa” que, se espera, não se concretize. Uma curiosidade é que, após o último dia 20, ao entrar em vigor a determinação da igreja Católica suspendendo a realização de missas com a presença de fiéis, o padre responsável por uma dada paróquia da cidade, seguindo o exemplo de outro religioso, enviou mensagens aos seus fiéis pelo WhatsApp, pedindo que eles enviassem fotos suas e dos seus entes queridos para serem colocadas nos bancos da igreja, sendo as missas transmitidas ao vivo pela internet. Outra curiosidade é que o Facebook dobrou a capacidade de servidores do WhatsApp e as operadoras de celular também aderiram a certas medidas. Sem falar que, independente dos planos contratados por seus assinantes, uma empresa de TV a cabo local liberou todos os seus canais sem qualquer custo adicional e por tempo indeterminado, aumentando, ainda, a velocidade da internet – uma maneira de os seus usuários “passarem” o tempo, já que estão praticamente confinados em suas casas, mesmo porque, cidade litorânea, as praias de Natal, por exemplo, estão esvaziadas, assim como fechadas as salas de cinema locais, todas localizadas em shoppings, interditados; os poucos teatros também, assim como os parques... Opções de lazer para esse período incerto? Numa época em que a internet e as redes sociais servem igualmente de distração, muitas pessoas têm lido pouco ou nem isso. Desse modo, essa parece ser uma ocasião propícia para que tiremos livros esquecidos em nossas estantes, dedicando-nos a uma boa leitura, pois manter a mente sã nunca é demais, principalmente para que não venhamos a sucumbir à paranoia e ao pânico. Escrever cartas, mesmo para quem, com o advento das redes sociais, perdeu o hábito, também é algo extremamente salutar. E não importa se a missiva seja enviada por e-mail, já que, não é de hoje e infelizmente, os Correios do Brasil têm priorizado a entrega de compras pelas internet em detrimento das correspondências pessoais. Ah, jardinagem é igualmente outra boa opção. Enfim, sejamos criativos!


De utilidade pública – Twitter da Prefeitura Municipal de Natal postado neste domingo, 22/03: Nesta segunda-feira (23) teremos apenas 30% da frota de ônibus circulando em Natal. O objetivo é atender a demanda dos trabalhadores dos serviços essenciais, que precisam sair de suas casas. Se não é o seu caso, por favor, #FicaemCasa.





Para quem ainda não sabe... No último dia 11, o coronavírus foi oficialmente classificado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que pediu aos governos do mundo inteiro que tomem ações simultâneas para que se tente conter o alastramento da doença infecciosa  – no Rio Grande do Norte, 13 casos do coronavírus já foram confirmados até hoje, domingo, 22 (ontem,  sábado, 21, eram nove), e mais de 282 suspeitos. No Brasil, segundo dados das secretarias estaduais do país, os casos confirmados já passam de 1,6 mil, mas, de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde (MS), atualizado hoje, 1.546 pessoas estão infectadas, com os óbitos subindo para 25 – números conflitantes, os das secretarias estaduais e os do MS.

Então... Retornando para casa após o meu breve passeio matinal, percebi que a casa de uma das minhas vizinhas, que, normalmente, tem o hábito de ouvir música, boa música, ainda mais num domingo, estava silenciosa. Ligando para ela, ficamos sabendo que, preocupada com a atual situação pela qual o mundo passa, optara por rezar... No computador, fiz uma pesquisa na internet sobre a origem do coronavírus. No site do Centro de Vigilância Epidemiológica da secretaria de Saúde do governo de São Paulo, encontrei informações curiosas:

Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderada, semelhantes a um resfriado comum. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem. Os coronavírus comuns que infectam humanos são alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Alguns coronavírus podem causar síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave que ficou conhecida pela sigla SARS da síndrome em inglês “Severe Acute Respiratory Syndrome”. SARS é causada pelo coronavírus associado à SARS (SARS-CoV), sendo os primeiros relatos na China em 2002. O SARS-CoV se disseminou rapidamente para mais de doze países na América do Norte, América do Sul, Europa e Asia, infectando mais de 8.000 pessoas e causando entorno de 800 mortes, antes da epidemia global de SARS ser controlada em 2003. Desde 2004, nenhum caso de SARS tem sido relatado mundialmente.

Em 2012, foi isolado outro novo coronavírus, distinto daquele que causou a SARS no começo da década passada. Esse novo coronavírus era desconhecido como agente de doença humana até sua identificação, inicialmente na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países do Oriente Médio, na Europa e na África. Todos os casos identificados fora da Península Arábica tinham histórico de viagem ou contato recente com viajantes procedentes de países do Oriente Médio – Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Jordânia.

Pela localização dos casos, a doença passou a ser designada como síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS, do inglês “Middle East Respiratory Syndrome” e o novo vírus nomeado coronavírus associado à MERS (
MERS-CoV).

Manifestações Clínicas

Os coronavírus humanos comuns causam infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Os sintomas podem envolver coriza, tosse, dor de garganta e febre. Esses vírus algumas vezes podem causar infecção das vias respiratórias inferiores, como pneumonia. Esse quadro é mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou em idosos.

O MERS-CoV, assim como o SARS-CoV, causam infecções graves. Para maiores informações sobre as manifestações clínicas do MERS-CoV, acesse a página sobre MERS-CoV.

Período de incubação

De 2 a 14 dias

Período de Transmissibilidade

De uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas É possível a transmissão viral após a resolução dos sintomas, mas a duração do período de transmissibilidade é desconhecido para o SARS-CoV e o MERS-CoV. Durante o período de incubação e casos assintomáticos não são contagiosos.

Transmissão inter-humana

Todos os coronavírus são transmitidos de pessoa a pessoa, incluindo os SARS-CoV, porém sem transmissão sustentada. Com relação ao MERS-CoV, existem a OMS considera que há atualmente evidência bem documentada de transmissão de pessoa a pessoa, porém sem evidencias de que ocorra transmissão sustentada.

Modo de Transmissão

De uma forma geral, a principal forma de transmissão dos coronavírus se dá por contato próximo* de pessoa a pessoa.

* Definição de contato próximo: Qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família; que tenha tido contato físico com o paciente; tenha permanecido no mesmo local que o paciente doente (ex.: morado junto ou visitado).

Fonte de infecção

A maioria dos coronavírus geralmente infectam apenas uma espécie animal ou, pelo menos um pequeno número de espécies proximamente relacionadas. Porém, alguns coronavírus, como o SARS-CoV podem infectar pessoas e animais. O reservatório animal para o SARS-CoV é incerto, mas parece estar relacionado com morcegos. Também  existe a probabilidade de haver um reservatório animal para o  MERS-CoV que foi isolado de camelos e de morcegos (site abaixo).

Por fim... De fantasma em fantasma, as fronteiras do Brasil, país com dimensões continentais e uma população estimada em mais de 211 milhões pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram fechadas, as ruas não apenas de Natal acham-se “abandonadas”, mas, pelo que se tem visto nos noticiários, as das demais cidades brasileiras também. E as do mundo. O que é lastimável, pois, como é da natureza de todo e qualquer vírus, o corona é “democrático”, ou seja: age indiscriminadamente e pode infectar tanto um príncipe como um plebeu – o príncipe Albert de Mônaco, por exemplo, de 62 anos de idade, tem teste positivo para novo coronavírus, mas, segundo o porta-voz do seu gabinete, a sua saúde não inspira preocupação, embora não tenha dado maiores explicações a respeito. Quanto à plebe...  


Pronunciamento da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, concedida neste domingo, 22/03, no Twitter (A gestora pediu que a população cumpra as medidas de isolamento social, respeitem o decreto de contenção do coronavírus e fiquem em casa): https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/ao-vivo/confira-as-ultimas-noticias-sobre-o-coronavirus-no-rio-grande-do-norte.ghtml

Guia do isolamento domiciliar: como preparar sua casa para conviver com suspeitos de infecção por coronavírus: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/17/guia-do-isolamento-domiciliar-como-preparar-sua-casa-para-conviver-com-suspeitos-de-infeccao-por-coronavirus.ghtml


Sugestão de leitura
Crônica A Peste, na coluna Cena Urbana, do jornalista Vicente Serejo, publicada no jornal Tribuna do Norte deste domingo, 22/03: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-peste/475438

Confira AO VIVO as últimas notícias sobre o coronavírus no Rio Grande do Norte no site do G1/Inter TV: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/ao-vivo/confira-as-ultimas-noticias-sobre-o-coronavirus-no-rio-grande-do-norte.ghtml

Nathalie Bernardo da Câmara



segunda-feira, 16 de março de 2020

ERA UMA VEZ QUALQUER COISA...


Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Mário Quintana (1906 - 1994), poeta brasileiro, in Bilhete
 Arte de Laerte


Estava a conversar ao telefone com uma amiga de décadas. Inusitadamente, ela me perguntou: — E aí, Nathalie, quantos anos você acha que fulano (prefiro não citar o nome) tem?

Respondi que não fazia a menor ideia, pois, já faz tempo, não consigo mais adivinhar a idade das pessoas – “antigamente”, eu tinha mania de adivinhar a idade alheia. Por diversão e sempre acertando – como também nunca perdi uma aposta, embora, uma única vez, empatei: Eliana Castela, lá do Acre, estava passando uns dias aqui em casa e, num dado momento, apostou algo comigo e empatamos, trocando camisetas. Quis a dela, um souvenir de uma viagem que ela fez com o Mané do Café, do Rio, a Machu Picchu, no Peru, e ela me pediu uma das que criei com versos meus, cuja estampa é um poema que escrevi para o poeta português Fernando Pessoa (1888 - 1935), ilustrado por Rice Araújo. Daí, hoje, a pergunta inusitada. Para sacanear, citei Xuxa Meneguel, conhecida dos brasileiros como a ‘Rainha dos Baixinhos’ e que, atualmente, apresenta um programa musical num certo canal de televisão: eu era criança e Xuxa já era top model. Vou fazer 52 anos em abril – se, claro, o extrato de própolis e a homeopatia afastarem o corona e a carona de mim – e a mulher não envelhece. Sei, entretanto, que ela deve pagar uma fortuna em cremes e sabe-se lá mais o q. Quanto a mim, sem prolixidade, mas outro exemplo: não uso certos cremes nem, muito menos, recorri a certas intervenções cirúrgicas com fins estéticos e, mesmo assim, não tenho sequer uma ruga ao redor dos meus olhos. Nem em lugar nenhum, apesar do cenho sempre franzido, de preocupações: ora existenciais, ora políticas. Para piorar, temos, agora, essa guerra biológica, igual quando, criminosamente, os Estados Unidos difundiram o HIV mundo afora. Quem, de todos nós, já não perdeu um parente, amigo e/ou conhecido que o seja, ou ouviu dizer, por causa desse vírus de origem africana “reinventado” em laboratório? E o HIV persiste até hoje, desde que, oficialmente, teve o seu primeiro caso identificado em humanos nos anos 1980. Extraoficialmente? Sugiro a leitura do texto abaixo, além de sugerir que não entremos em paranoia, já que – sem minimizar o problema – não vale a pena: a paranoia desencadeia distúrbios outros e justifica os hospícios, tão combatidos pela maravilhosa psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1905 - 1999). Sem falar que o Brasil já tem o seu próprio vírus. No caso, o da maldade, “encostado” no Executivo. Sim, porque, segundo o espiritismo, apesar de ser ateia, essa criatura é o próprio encosto, querendo eu saber quantos anos o Brasil ainda terá de aguentar esse estrupício...: https://veja.abril.com.br/ciencia/aids-surgiu-no-congo-da-decada-de-1920-revela-historia-genetica/

Nathalie Bernardo da Câmara