Dalton Trevisan na década de 1940,
quando publicava na Revista Joaquim (1946-1948),
criada por ele e outros escritores e da qual era
editor.
Pensando no destino dado as cinzas do escritor e advogado brasileiro Dalton
Trevisan (1925-2024), cujo falecimento, aos 99 anos de idade, bem como a
repercussão do inventário do seu espólio, foi “revisitado” ontem, 27/11, pela
revista Piauí (link abaixo). Segundo a reportagem, as cinzas de Trevisan,
que debutou na literatura na década de 1940, com o seu primeiro livro de contos
publicado, Novelas Nada Exemplares (1959), valendo-lhe o Prêmio Jabuti
(1960) – feito que se repetiu em mais três ocasiões –, foram espalhadas nas
raízes dos pés de cedro de uma casa onde ele viveu por 68 anos, como era o seu
desejo. Daí, penso no meu, o de que as minhas, quando for a minha hora de “desaparecer”,
igual falou o contista, tenham um destino semelhante, pois de há muito já é
possível as cinzas de alguém cremado serem igualmente misturadas à terra de uma
muda de árvore da sua preferência e depois plantada – o ideal é que ambas as
decisões sejam tomadas ainda em vida para que terceiros não decidam por nós
qual o destino a ser dado ao nosso corpo sem vida (a maneira de externar tal
decisão cabe a cada um). Tanto que é por isso que a minha decisão consiste
exatamente que o meu corpo seja cremado e as suas cinzas misturadas numa muda
de cedro, já que, além da árvore possuir um aroma peculiar, que passei a
apreciar já faz tempo, ou, como muitos dizem, “cheiro de lápis novo”, ela
também exala um aroma extremamente agradável, com nuances balsâmicas, não sendo
à toa que é usada na aromaterapia para reduzir a tensão e estimular o
relaxamento...
Nathalie
Bernardo da Câmara
Vultos
da literatura:
Os últimos dias de Dalton Trevisan
Link
(revista Piauí): https://piaui.folha.uol.com.br/os-ultimos-dias-de-dalton-trevisan/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification-feed





