Foto: Lula Marques.
“Desvotação” do senador Cristovam Buarque (PPS-DF) na Virada Cultural do 1º de Maio, realizada
no fim de semana no estacionamento da Torre de TV, em Brasília-DF.
Muitos
alimentam a ilusão de que Brasília só tem político bandido, que é um antro de
corruptos – ignoram que a maioria dos políticos, bandidos ou não, é originária
de outros Estados e que só estão lá a trabalho, mesmo que seja só de terça a
quinta, já que, nos outros dias da semana, costumam ficar nos seus Estados de
origem. É como se Brasília fosse uma cidade-dormitório para eles. Porém,
Brasília é muito mais do que isso: é todo um Distrito Federal, com o Plano
Piloto, as cidades-satélites, a zona rural... E abriga pessoas nascidas lá e de
toda parte, um caldeirão de culturas sempre em efervescência, dia após dia. Na
política local, por exemplo, os eleitores de esquerda de Brasília são de uma
consciência impressionante, tanto que, neste final de semana, na Virada
Cultural do 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho, em defesa da democracia,
pelos direitos dos trabalhadores e contra o golpe de Estado ora em curso no
país, surpreenderam o Brasil com um protesto inusitado, que foi a “desvotação” do
senador Cristovam Buarque por suas manifestações favoráveis ao golpistas,
embora o político afirme que ainda não se decidiu se votará ou não contra o
impeachment de Dilma. Não importa, hesitou. E o seu eleitorado não perdoou,
demitiu. Se decidir, então, votar contra o impeachment, salva a pele. Agora, se
decidir a favor, vai cair em desgraça política, porque, após passado todo esse
“tumulto” e caso os golpistas realmente tomem posse da cadeira alheia, o PMDB
vai dispensá-lo na primeira oportunidade, já que ele não terá mais serventia
para os articuladores do golpe. Por outro lado, não terá mais eleitores, pois
estes não perdoarão a traição e, onde quer que venha a passar, carregará
consigo a pecha de golpista, pois o adjetivo sempre irá rondá-lo. E pode
anotar: Cristovam Buarque não se elegerá mais nem para síndico de prédio.
Nathalie Bernardo
da Câmara
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