2010: E DAÍ?
"Estar informado sempre será preferível a desconhecer..."
José Saramago, escritor português
As pessoas não deveriam nortear a sua vida nem pautar a sua existência por calendários, mas, sim, por suas ações. Os supostos bons sentimentos e ditas boas intenções – não importam quais –, por exemplo, que se apoderam das pessoas nas festividades de cada final de ano e início de outro, deveriam permear o seu cotidiano, independentemente de datas. Afinal, a vida não se resume a datas, sejam elas quais forem, mas a uma existência regada com os humores das nossas emoções, frutos de nossas experiências, sentidas e transmitidas ao sabor da cada novo dia. Um novo ano, contudo, teve início. E se, infelizmente, as pessoas precisam de um réveillon para sonhar e planejar mudanças de atitudes, que pensem duas vezes, então, por exemplo, antes de magoar o seu próximo, achando que, durante o ano, tudo pode, todos ficam impunes, mas que, ao final desse mesmo ano, ao raiar de outro, serão perdoados, porque é assim que a maioria pensa que a vida em sociedade é regida, tornando-se, portanto, esse tipo de comportamento, um ciclo vicioso. Ocorre que, por sermos humanos, cada um com as suas especificidades e uma individualidade própria, nem sempre, dependendo da gravidade dos danos causados por outrem e das lesões legadas – muitas das quais não cicatrizadas –, é possível perdoar. Um dia, quem sabe, todavia, porém...
Nathalie Bernardo da Câmara
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