MUNDO GIRA
Se, por um lado, a estupidez é um desafio ao meu discernimento, por outro, não há nada mais irritante do que a imposição da verdade de outrem. Afinal, convenhamos, não existe verdade absoluta. Cada um crer ou não no que quer. E acreditar no que se quer é um direito inalienável. É uma questão de foro íntimo. Porém, se, em pleno séc. XXI, ainda há quem queira fazer valer apenas a sua opinião, em detrimento das demais, significa que quem se comporta assim daria um ótimo e competente tirano em um Estado totalitário ou, pior, um exemplar inquisidor, caso vivêssemos na Idade Média, julgando hereges pensamentos contrários aos da Igreja católica da época e lançando à fogueira inocentes de mentes livres.
Não falo, aqui, de tolerância, mas de respeito a opiniões divergentes. Tolerância é concessão e a questão não se trata disso. Acima de tudo, o respeito é fundamental para uma convivência pacífica e harmoniosa. Mesmo porque as pessoas não são obrigadas a terem as mesmas crenças ou descrenças. São livres para ocuparem as suas mentes com não importa quais pensamentos. E o fato de não pensarem igual não implica que, por isso, uma pessoa é melhor ou pior do que outra. As pessoas simplesmente são o que são. E não devem ser discriminadas nem desrespeitadas por suas opiniões. Infelizmente, a discriminação e o desrespeito existem, alimentando certo obscurantismo e maculando as relações humanas.
O ideal seria não travar embates motivados por crenças pessoais, sobretudo se elas são de caráter político ou religioso. Esse tipo de coisa não se discute. Quando se discute gera um embate estéril, uma polêmica que não leva à nada. Só ao conflito, distanciando as pessoas. E a vida é muito mais do que se engalfinhar por ideologias. Cada um tem a sua e pronto. Sem comentários. Além disso, a vida é breve. Deveríamos aproveitá-la mais e melhor, buscando serenidade e sabedoria, a paz interior tão necessária para uma existência plena e saudável, sem discórdias, alimentando em nossos corações apenas sentimentos bons, a exemplo do amor, sem o qual apenas vegetamos. Ou seja, não somos nada...
Nathalie Bernardo da Câmara
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