sábado, 16 de janeiro de 2010

O HAITI É AQUI!

A história da humanidade é a história da intervenção humana na natureza para domá-la...”.

Domenico de Masi, sociólogo italiano


No Haiti o que ocorre é o encontro de placas tecnônicas. Aqui (no RN), é o interior de uma placa tectônica que provoca o tremor”, disse o vice-coordenador do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Aderson Farias do Nascimento, onde o tremor sentido, na última segunda-feira, 11, foi de mais de 3.8 graus na escala Ritcher. Felizmente, não houve feridos. No dia seguinte, um tremor de 4.0 graus atingiu a região de Las Marcas, no centro da Itália, alarmando a todos. No mesmo dia, Porto Príncipe, capital do Haiti, na América Central, foi, igualmente, afetada – no caso, tragicamente – com um terremoto de 7.0 graus.

O fato é que, em menos de vinte e quatro horas, o planeta Terra tremeu em três placas tectônicas distintas: na América do Sul, no Caribe e na Europa. Mas, qual a relação entre os três episódios, eu perguntaria? Aparentemente, segundo os sismólogos, nenhuma. Só que a Terra é um planeta. Um corpo só. E esse corpo está gritando, com os membros gemendo, pedindo socorro. Vejamos... Em Taipu, no Rio Grande do Norte, no Brasil; a região italiana, também afetada, e Porto Príncipe, no Haiti, fazem um vértice, um triângulo, que é uma figura geométrica e considerada mística. E o triângulo – o vértice – está aberto. Falta mais alguma coisa acontecer?

E será que todos esses fatos não querem nos dizer alguma coisa? Ou seja, quando o ser humano vai deixar de ser idiota e parar de agredir a natureza? Até quando a natureza vai precisar gritar e implorar que a deixem em paz? Recentemente, a 15ª Conferência do Clima da ONU (COP15), ocorrida de 7 a 18 de dezembro do ano passado, em Copenhague, na Dinamarca, que reuniu líderes mundiais de cento e noventa e três países e tinha como objetivo encontrar medidas para frear o aquecimento global da Terra, foi um fiasco. Daí, podemos pressupor que, se dependermos dos nossos governantes, estamos em maus lençóis. Eles são incompetentes na questão ambiental.

Uma vergonha, por exemplo, foi a chefe da delegação brasileira no evento, a toda poderosa ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, dizer que “o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável”. Coisa de doido. Como se não bastasse, Lula, presidente do Brasil, disse: “Eu acredito em Deus, eu acredito em milagres”, transferindo a responsabilidade de solucionar os problemas ambientais para uma entidade supostamente divina. Se ele quer pensar assim que pense. Tem todo o direito. Quero só ver quando cair a última das árvores da Granja do Torto, residência que ocupa, em Brasília... Quem irá acudi-lo?

Lamento, contudo, a morte da médica pediatra e sanitarista brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e irmã de um homem cujos méritos vão além de toda e qualquer religiosidade, dom Paulo Evaristo Arns, por quem tenho respeito e admiração, encerrando este lembrando um fato envolvendo um dos mortos no Haiti. Em missão, no país, um militar brasileiro falava pela internet com a esposa e, de repente, uma interrupção. A mulher pensou que a ligação tivesse caído, mas, tinha sido o terremoto, que fez cair a edificação onde estava o seu marido. Detalhe... A esposa do militar estava de férias, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde, um dia antes, a terra tremeu. Coincidência?


Nathalie Bernardo da Câmara

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aceita-se comentários...