terça-feira, 18 de setembro de 2012

QUEM NÃO TIVER TELHADO DE VIDRO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...

“O que tem começo, tem fim...”.

Maquiavel (1469 - 1527)
Político, escritor e filósofo italiano.


Nunca tive o hábito de ler jornal impresso, o que pode até parecer paradoxal, considerando a minha formação, ainda mais porque, de todos os veículos de comunicação, esse sempre foi o meu preferido. Mas, isso é coisa minha, pessoal, ou seja, não ler jornal, já que a tinta que solta do papel fica impregnada nos dedos e isso sempre me causou certo desconforto – cada um com as suas “esquisitices”. Outra coisa que também nunca entendi direito e ninguém até hoje foi capaz de explicar é o fato de, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, as edições dos jornais de domingo passarem a circular já na tarde de sábado. Como isso pode? Provavelmente, quem sabe, uma herança cultural típica de um lugar que já foi província, embora, politicamente, a mentalidade de muitos persista, ainda, no provincianismo. Enfim! No final da tarde de sábado, 15, casualmente vi, estampada na capa de um jornal de Natal, uma declaração de um político local sobre a atual prefeita que muito me intrigou. Intriga-me até agora... Bom! Para começo de história, o meu domicílio eleitoral não é Natal. E de há muito. Tanto que nem lembro mais da última vez em que votei na cidade. Isso sem falar que não costumo comentar sobre a política no Rio Grande do Norte, pois conheço os seus meandros e eles não me apetecem. Desse modo, não estou defendendo nem acusando ninguém, ainda agradecendo aos milagres da tecnologia moderna por ter inventado a internet, já que, durante o período eleitoral, por exemplo, não estamos mais sujeitos, como estávamos antigamente, a um número escasso de emissoras de televisão, que, se debatendo entre si pelo monopólio da atenção dos telespectadores/eleitores, barganhando por votos, nos bombardeavam, impiedosamente, com os discursos mais esdrúxulos – se é que se pode chamar de discurso um sem fim de falácias que sabemos ser um engodo. Felizmente, hoje, o leque de possibilidades tecnológicas que, de maneira em geral, dispomos é bem maior, daí igualmente serem bem maiores as chances de sairmos ilesos de um processo eleitoral que chega a ser acintoso, esbofeteando a 3x4, descaradamente, o eleitor. Só que isso não é um privilégio apenas do Rio Grande do Norte, mas de todo o Brasil. Curiosamente, dias atrás, conversando com uma amiga natural de outra cidade brasileira, mas que, em função do seu trabalho, conhece o Estado ao qual me refiro e tem um olhar crítico e sensato sobre todas as coisas – coisa rara, hoje em dia –, eu ouvi, sem surpresa, quando ela me disse, chocada, que nunca conheceu um Estado mais corrupto do que o Rio Grande do Norte. Eu diria: menos, perdendo, provavelmente, apenas para o Maranhão, lugar de um único dono e de mais ninguém – não maculemos ainda mais esta postagem tecendo comentários sobre o feudalismo do Nordeste, desesperadamente ainda insistindo em manter a sua soberania em pleno séc. XXI... Bom! A declaração na capa do jornal que tanto me intrigou foi a seguinte: “Micarla virou a Geni, aquela de Chico Buarque, que todo mundo atira pedra”. De imediato, pensei na frase que, na sequência, escolhi como título desta postagem. Então! Para quem não sabe – nem todo mundo é obrigado a saber –, Micarla de Sousa (PV-RN) é a prefeita de Natal, cuja gestão não seria bem aquela que poderia reivindicar para si a frase vinde a mim os holofotes, visto o seu alto índice de rejeição por parte da população da cidade. Na verdade, os holofotes até vão, mas não como, imagino, ela gostaria que fossem. A declaração, por sua vez, foi feita pelo ministro da Previdência Social Garibaldi Alves (PMDB), político tradicional do Rio Grande do Norte, oriundo de uma das duas mais famosas oligarquias do Estado, embora ele tenha ressaltado que, de certa forma, o atirar de pedras em Micarla é cruel. E fiquei a pensar... De fato, o apedrejamento de Micarla é cruel. Impiedoso, eu diria. Mas, o que Chico Buarque tem a ver com isso? Afinal, que eu saiba, a Geni do compositor e cantor brasileiro ia com todos, diferentemente de Micarla, que, como o mencionado político disse pouco depois na entrevista, optou por uma gestão isolada, distante de demais forças políticas locais. Agora, se esse mesmo político queria comparar Micarla a Madalena bíblica, mesmo que metaforicamente falando, era só ter dito logo. Sim, porque ele nunca que iria, imagino, compará-la a Madalena dos apócrifos, os textos deixados de fora do livro considerado sagrado, ou seja, a companheira de Jesus Cristo. Mas, essa é outra história. Então! No quesito política, eu iria ainda mais além. Dizem que os brutos também amam – amam, é verdade. Da mesma forma que todo político tem o seu Brutus (85 - 42 a. C.), que traiu o tio que o criou como a um filho, que foi o general romano Júlio César (101 - 44 a. C.), caído em desgraça por algo que nem vou entrar no mérito. No caso, aqui, Brutus são os eleitores e os correligionários que votaram e apoiaram a atual prefeita de Natal quando da sua candidatura, mas que, agora, se eximem das suas responsabilidades. Afinal, genericamente falando, todo eleitor – inclusos os correligionários – é, no mínimo, conivente com as ações do político que ele mesmo elegeu, pois lhe deu respaldo. Ou seja, se o político mostra-se reto – palmas para ele, já que o eleitor soube escolher. Agora, se o político é incauto, o eleitor se acovarda, obviamente porque não esquece que foi ele quem o colocou no poder e não se comporta com coerência em relação ao seu voto. Então! Nas próximas eleições, previstas para o dia 7 de outubro, quem se dispuser a entrar nas urnas para votar, reflita antes de fazê-lo. Se não estiver satisfeito com a oferta, não vote no menos ruim, como se costuma dizer, pois isso é a mesma coisa que atirar no escuro. É preferível, portanto, anular – uma atitude consciente e, sobretudo, positiva, já que, antecipadamente, revela uma insatisfação com o cenário político-eleitoral, que, convenhamos, deveria ser mais probo – chega a ser vergonhoso. Desse modo, anulando o seu voto – coisa que o Supremo Tribunal Eleitoral (STE) deveria orientar como se faz – , o eleitor estaria agindo politicamente correto e, depois, se fosse o caso, com certeza não correria o risco de se arrepender em quem votou, negando a sua opção e, consequentemente, passando a jogar pedras em quem elegeu. Isso se chama traição. E até mesmo no linguajar mais rasteiro. Afinal, se o político acertou, comemora-se com ele; se ele errou, quem o apoiou e o elegeu, idem. Só que, infelizmente, na política tupiniquim, a nossa, brasileira, a coerência é um princípio que não é levado em consideração quando se faz escolhas. E, invariavelmente, não se observa a dialética das coisas, tais quais as palavras do sábio Maquiavel...


Queda de braço

“Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário...”.

George Orwell (1903 - 1950)
Escritor inglês


Soube apenas ontem do atentado ao jornalista norte-rio-grandense Roberto Guedes, que, aos 60 anos de idade, foi vítima, no sábado, 15, da ira de celerados numa terra de ninguém, como deve ser chamado o município de Caiçara do Rio dos Ventos, no litoral do Rio Grande do Norte, já que, não é de hoje, a politicagem praticada na região remonta aos tempos das cavernas, ou seja, é pré-histórica, na base do tacape e da pedra lascada. Chama o bando de Lampião (1898 - 1938)! Segundo o jornal Tribuna do Norte, o jornalista, que se encontra hospitalizado, há dias vinha sofrendo ameaças apenas porque, exercendo o seu direito de expressão, criticava, democraticamente, pois assim permite o Estado brasileiro, certo candidato do referido município. E depois, ainda, há quem ousa me repreender por eu não me envolver na política do Rio Grande do Norte, como se eu é quem fosse a alienada. Tem dó! Poupe-me... Sei o que é passar por isso, pois já deixei um emprego e uma cidade porque, há 20 anos, sofri ameaças de morte simplesmente por denunciar e ajudar a colocar atrás das grades alguns meliantes. Só que é deveras assombroso que esse tipo de coisa ainda aconteça nos dias de hoje. Quanto primitivismo... Enfim! Que as autoridades ditas competentes tomem providências e a minha solidariedade ao jornalista, que, além de tudo, é meu primo, e que ele se recupere logo, retomando o fôlego jornalístico, que sempre lhe foi característico, e que, com o apoio da categoria, persista na luta, denunciando, sim, pois, somente assim, estaremos fazendo valer os nossos direitos – direitos esses, diga-se de passagem, constitucionais...

Link para a referida reportagem:

Nathalie Bernardo da Câmara

2 comentários:

  1. Nomes:

    PMA: Atividade referente ao filme: Os Simpsons
    1 - O filme começa com um problema ambiental, porém Liza – filha de Homer – inicia uma campanha para que a população possa despoluir o lago. Qual a importância de uma campanha como esta? Explique.




    2 – Qual foi a causa da poluição do lago de Springfield provocada por Homer?



    3 - Com os resíduos lançados por Homer, o límpido lago, torna-se altamente poluído e um esquilo jogado na água sofre uma mutação. Você acredita que diferentes poluentes podem provocar doenças ou mutações nos seres vivos? Justifique sua resposta.



    4 - Comentário retirado da internet: "Os Simpsons - O Filme", traz novas e valiosas pistas sobre o comportamento da sociedade norte-americana frente a um dos maiores dilemas da atualidade: a crise ambiental. Este comentário se refere a que comportamento exibido no filme? Explique. _




    5 - E a decisão “sorteada” para conter o problema ambiental, envolve uma pesada ação de comando e controle da agência de proteção ambiental norte-americana. Qual foi essa decisão?



    6 - Você acredita que o isolamento da cidade de Springfield seria a melhor solução para resolver o problema ambiental? Qual seria a sua decisão se dependesse somente de você?!?

    ResponderExcluir
  2. Bom! Fica difícil responder o q quer q seja quando não sabemos a quem nos dirigir... Quem acompanha o meu blog sabe q, quando solicitado, costumo ceder o espaço virtual q disponho para q tal ou qual informação seja divulgada, embora, obviamente, a informação q se pretende veicular deve, pelo menos, ser pertinente com os meus critérios de publicação, os quais, de certa forma, são relativos, como tudo na vida. Desse modo, seria simpático se o “Anônimo” q enviou tais questionamentos ao menos se identificasse – seria mais confortável saber com quem estou interagindo.

    ResponderExcluir

Aceita-se comentários...