terça-feira, 29 de novembro de 2011

EM DEFESA DAS FLORESTAS




Segundo o site oficial da ambientalista brasileira Marina Silva, teve início, nesta terça-feira, 29, a partir das 9h, o Ato em Defesa das Florestas, promovendo a entrega de 1,5 milhão de assinaturas contra as alterações do Código Florestal à presidente Dilma, no Palácio do Planalto, e a José Sarney, presidente do Senado.

Presentes ao evento, “estudantes, artistas, formadores de opinião, defensores em geral da causa ambiental, além de representantes das organizações: CNBB, WWF, ISA, Greenpeace, Via Campesina, Nucleos Universitários, IDS, SOS Mata Atlântica, FBOMS, Fórum de Ex-ministros do Meio Ambiente e FETRAF, que integram o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável”.

De acordo, ainda, com a fonte mencionada acima, o objetivo do ato “é chamar a atenção, em especial da presidente, para a ameaça que paira sobre as florestas com as medidas aprovadas no texto do Código Florestal [aprovado na Comissão do Meio Ambiente do Senado no dia 23 do corrente] e que podem colocar em risco grandes áreas de floresta em todos os biomas brasileiros”, sendo as assinaturas “do abaixo-assinado do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e da petição on-line da organização Avaaz”. Um evento imperdível! Afinal, vamos apoiar as florestas do Brasil.

Nathalie Bernardo da Câmara

sábado, 19 de novembro de 2011

BRASIL: CAMPO DE PESQUISA


“Brasília... Uma prisão ao ar livre...”.
 (1920 -1977)
Escritora brasileira, nascida na Ucrânia


Se há algo que me causa nojo e revira o meu estômago é a barata. Há certos humanos que eu até engulo, consigo perdoar, mas, barata, é algo inaceitável! Dá até motivo para terapia. E não sei onde vi, mas, segundo eu soube, a barata, o escorpião e a tartaruga são as três únicas espécies que remontam à época dos dinossauros. Tudo passa! Menos eles... Dos três, só aprecio a tartaruga, mas escorpião, barata... Nem coragem eu tenho para matar uma barata, devido o mau cheiro, quando ela é esmagada. É nojo, mesmo! Não passo nem perto de Clarice Lispector, que, um dia, audaciosamente, matou uma barata e comeu a sua gosma – ficcionalmente falando – em um dos seus livros. Nojento! Coisa de terceiro mundo. Afinal, só como exemplo, quando vivi em Paris, nunca vi uma, bem como nunca vi uma mosca. Afinal, a barata é asquerosa. E Clarice só podia ter delirado para escrever uma ficção tão grotesca – o pior é que o livro A Paixão segundo GH, publicado em 1964, onde ela se deleita com uma barata, é considerado uma das suas obras primas. Não recomendo. No entanto, falando em barata, temos, hoje, um novo Lula, igualmente parasita, mas que está com câncer – nessas horas, todos se compadecem... Exemplo? Um chargista, que eu adoro, sempre opositor de Lula e do PT, sempre presente neste blog, mas que, ao saber da doença do ex-presidente, declarou, embora errando na pontuação e na escrita:



Mudando radicalmente de assunto... Quem assiste TV? Já viram a quantidade de propaganda de carros, novos lançamentos e linhas, desinfetantes e perfumes franceses? Quem consome tudo isso? Muda-se de carro, agora, por exemplo, a cada mês? Quanto as bactérias... Deixem as bichinhas! Vamos interagir e adquirir imunidade. No quesito perfume, embora tenha nascido em Paris, fico com o meu, exclusivamente brasileiro, há mais de vinte anos. Só não digo a marca para não fazer propaganda de graça. O que me incomoda, contudo, são os carros – a arma que mais anda matando. Os motoristas, incorporando o espírito de Airton Senna, pegam pesado e, aí, é cada um por si. Dois exemplos disso? Brasília e Natal, sem falar de São Paulo. Não existe mais como escoar tal quantidade de veículos. E os acidentes no trânsito? Ninguém respeita faixa de pedestres, com exceção de Brasília. Lá, dá cadeia para o motorista que não respeitar uma. Porém, no Brasil afora, faixa de pedestre é um zero à esquerda. Tinham é que colocar lombadas eletrônicas, multando os incautos por seus deslizes, sem direito a favores nos DETRANS da vida. Quer um carro? Pode pagar por ele? Compre, mas, antes, faça um teste psicológico, para saber se tem condições de pegar uma direção. Faça terapia. Afinal, quem mais mata, hoje, são acidentes de trânsito. Alguma dúvida?
 
Nathalie Bernardo da Câmara
 
 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O ENJÔO, DE NOVO...


“A ilusão é uma fé desmedida...”.


Honoré de Balzac (1799 - 1850)
Escritor francês


Outro dia, em uma fila de supermercado, vi uma mulher comprando uma árvore de Natal. Perguntei-me: — Já? Estamos, ainda, no início de novembro. No entanto, como vivemos em uma suposta democracia e eu respeito os direitos de outrem, não fiz nenhum comentário a respeito, embora vontade não faltasse... Assim, quando ela passou a tal árvore pelo caixa, quase revirei o estômago ao assistir à cena. Um dos símbolos do Natal,  a árvore, nos Trópicos, o suposto pinheiro só poderia ser de plástico... Não, não é de hoje que, quando se aproxima o final do ano, já começo a me incomodar, presenciando todo tipo de consumismo desenfreado – haja redundância! – que repudio. Isso sem falar que, nesse período do ano, o humor das pessoas muda da água para o vinho, literalmente, já que elas passam o ano inteiro sem nem desejar um “bom dia” e, de repente, se tornam dóceis e afáveis, desejando boas novas a outrem como se fosse a coisa mais natural do mundo e elas costumassem fazer isso o ano inteiro.

Ora! Durante o ano inteiro, as pessoas mal olham umas para outras. Desejar bom dia? Nem pensar! Um cruza pelo outro como se estivesse passando por um poste, algo imaterial, sem vida – a não ser, é claro, quando, à noite, uma lâmpada, no alto, acende e ilumina a passagem de um transeunte qualquer. Quando há certa intimidade, então! Passam o ano todo remarcando apenas os nossos pequenos deslizes, algum erro cometido, alguma falta... Nunca um elogio pelos acertos, por nossas bondades! Porém, com a chegada desse período do ano, a maioria vira cordata, como se, de janeiro a novembro, podemos ser indiferentes ao outro, mas que, em dezembro, mês do Natal, temos de estender a mão... Ou seja, é uma verdadeira hipocrisia, já que a natureza humana não muda, embora mudem os meses, as estações. O ano muda, eu também o sei, mas, caráter, é algo impossível de ser alterado, incapaz de mudar, já que não se metamorfoseia. Enfim! Podem mudar os modos de uma dada pessoa, mas nunca as suas intenções.

Por isso que, desde criança, achei o Natal uma festa de faz-de-conta. É tudo tão falso! Surreal – eu diria –, lembrando o cineasta italiano Fellini (1920 - 1993), que, em seus filmes, costumava ultrapassar os limites da realidade, adentrando em um imaginário adverso. Não sou afeita a isso. Nunca fui, embora seja criativa até demais, concordando com o cineasta no quesito da decadência da sociedade. Atualmente, não importa se ocidental ou oriental. Todas estão ruindo. E não foi por falta de aviso, sobretudo os avisos dos ambientalistas, sempre atentos e preocupados com a saúde da Terra e, sobretudo, com a sobrevivência da espécie humana – que raça desgraçada. Enfim! De certa forma, o Natal lembra o Carnaval, já que, em ambas as festividades, a maioria porta máscaras. Afinal, nesse período do ano – no caso, o do Natal – as pessoas fingem. Sinceramente, não acredito nessa coisa de confraternização. Se eu sou descrente? Não, sou realista. E que deixemos as máscaras para quem atua no teatro. Isso é bom senso.

Infelizmente, chegou o período do ano onde a insensatez impera e o consumismo, em dose dupla, consome todas as entranhas da maioria das pessoas. Eu, particularmente – já que faz parte do ritual, digamos assim, e para não ser rotulada como eremita –, só gostaria de fazer um pedido a Papai Noel, se ele existir – coisa que não acredito – e for capaz, haja a quantidade, hoje via net, dos presentes que a meninada gostaria de ganhar. No meu caso, a publicação de um livro, de minha autoria, pela Editora da Universidade de Brasília – atualmente sendo avaliado – e uma passagem aérea para o Distrito Federal, onde, apesar dos pesares, foi o único lugar onde senti o gosto da felicidade. Enfim! Se eu não conseguir isso, ou seja, os meus presentes, vou continuar achando que Papai Noel não existe. É a mais pura das imaginações. E burra! Afinal, não tem chaminé em casa da senhora minha mãe, como diriam os portugueses, mas tenho uma conta bancária. Será que Papai Noel não sabe disso? Acho que ele deveria trocar as renas por um concorde...


Nathalie Bernardo da Câmara




quarta-feira, 9 de novembro de 2011

NÃO, NÃO É BRINCADEIRA!


“Defendo prisão perpétua para os pedófilos, pois eles são irrecuperáveis e compulsivos...”.

Senador Magno Malta (PR-ES)
Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da CPI da Pedofilia


Quando tudo teve início é uma incógnita. O fato é que, em 2010, ex-coroinhas relataram que foram abusados sexualmente pelo padre brasileiro José Afonso Dé, então com 74 anos de idade, da Paróquia São Vicente de Paulo, na periferia de Franca, em São Paulo. Segundo as denúncias, as vítimas passaram a ser aliciadas pelo religioso desde 2001. Curiosamente, os encontros ocorriam na sede da paróquia e na residência do padre, onde os então coroinhas liam a Bíblia, tomavam chá e comiam pipoca... O advogado do sacerdote, por sua vez, Eduardo Maestrelo Caleiro Palma, negou as acusações, alegando que elas não passavam de uma “fábula infantil”. Porém, à época, diante da gravidade das denúncias, Dé foi indiciado pela Polícia Civil, acusado de estupro e ato libidinoso. Interrogado durante horas, o acusado alegou inocência, sendo, contudo, afastado das suas funções. Segundo a delegada Graciela de Lourdes David Ambrosio, da Delegacia de Defesa da Mulher - DDM, as vítimas seriam crianças e adolescentes entre 12 e 16 anos de idade que frequentavam a paróquia, uma das mais tradicionais da cidade, sendo o padre, aliás, uma das figuras mais populares da Igreja católica na região.

Enfim! O inquérito para apurar o suposto envolvimento do religioso com pedofilia foi aberto no dia 24 de março, logo após uma denúncia anônima levada ao Conselho Tutelar e repassada à DDM. Segundo, ainda, a delegada, denúncias outras também foram feitas por adultos, que confessaram terem sido molestados pelo padre Dé desde 1995, quando eram adolescentes, e que teriam sido convidados por ele para que morassem juntos em um seminário que o religioso pretendia fundar na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Iturama, Minas Gerais. Procurados pelo G1, funcionários da igreja mineira negaram as acusações de abusos sexuais na paróquia, embora as vítimas de outrora em momento algum hesitaram em prestar depoimentos a respeito, embora com a condição de preservarem as suas identidades no anonimato. O fato é que os abusos eram tão corriqueiros que muitos seminaristas desistiram de seguir a carreira religiosa. No caso de Franca, com vergonha de contarem aos seus pais os assédios que sofriam por parte do padre Dé, os ex-coroinhas o denunciaram a outros religiosos, que relataram o caso à polícia, prometendo tomarem providências. Não o fizeram...

Segundo ainda o G1, a delegada Graciela de Lourdes David Ambrosio afirmou ter ouvido os adolescentes na presença dos seus familiares. “Não tenho dúvida de que os meninos foram abusados.” Para ela, o número de vítimas deve ser ainda bem maior. À oportunidade, quando do afastamento das funções religiosas do padre Dé, o bispo dom Pedro Luis Stringhini alegou que tal decisão perduraria até que as investigações da polícia fossem concluídas e o padre inocentado. Protegendo o sacerdote, o advogado de defesa insistiu em dizer que os seus afagos refletiam apenas o seu carinho fraterno por todos, indiscriminadamente, e que sempre estiveram desprovidos de conotação sexual. Nesta quinta-feira, 8, contudo, foi divulgada a sentença do padre Dé, que foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Franca a 60 anos e oito meses de prisão por estupro e atentado violento ao pudor, embora o religioso tenha o direito de aguardar a decisão de recurso em liberdade. Segundo o advogado de defesa do Padre Dé, que entrou com um pedido de habeas corpus, a decisão pela condenação do religioso havia sido proferida em meados deste ano, mas como o caso corria em segredo de Justiça, só agora foi divulgada.

Nesse ínterim, a Nunciatura Apostólica – a embaixada do Vaticano no Brasil – em nenhum momento se declarou publicamente sobre o escândalo, o que, aliás, não é nenhuma novidade, sobretudo se levarmos em consideração as posições do próprio papa Bento XVI, que insiste em se eximir de toda e qualquer responsabilidade sobre os casos de pedofilia envolvendo religiosos católicos em todo o mundo, embora se limitando a pedir perdão pelos abusos cometidos por seus pares de batina – quanta insanidade ou hipocrisia! Daí que não é à toa a evasão de fiéis da Igreja, cada vez mais esvaziada por causa dos crimes de natureza sexual praticados a 3x4 por sacerdotes católicos – aqueles que, em uma das mãos, portam a Bíblia, enquanto na outra sacolejam doces e travessuras... O fato é que durante a apuração dos fatos, 31 pessoas foram ouvidas, entre o acusado, as vítimas, as suas mães e as testemunhas. Enfim! Além dos seis garotos molestados entre 2009 e 2010, a polícia identificou outras quatro vítimas, em um total de dez. No entanto, como os abusos teriam ocorridos entre os anos de 1990 e início de 2000, os crimes prescreveram... Chegou a hora de certas leis serem revistas.


Nathalie Bernardo da Câmara



terça-feira, 8 de novembro de 2011

8 DE NOVEMBRO:
DIA MUNDIAL DO URBANISMO


“Urbanismo e arquitetura não acrescentam nada. Na rua, protestando, é que a gente transforma o País...”.

Oscar Niemeyer
Arquiteto brasileiro


No caso de Natal, no Rio Grande do Norte, a cidade cresce desordenadamente, verticalmente, sem critério algum. Em função disso, devido as inúmeras edificações que são construídas aleatoriamente, Natal mais parece uma estufa ambulante, já que a brisa litorânea, antes uma das suas características, não pertence mais aos que moram na cidade. Sem falar da desfiguração da sua paisagem natural...


Nathalie Bernardo da Câmara



VASSOURAS A 3X4


“Um político deve saber que o povo só quer a verdade...”.

Mário Covas (1930 - 2001)
Político brasileiro


Finalmente, nesta terça-feira, 8, o Diário Oficial da União publicou a indicação, por la presidenta Dilma Rousseff, da ministra Rosa Maria Weber Candiota, do Tribunal Superior do Trabalho - TST para ocupar a vaga deixada por Ellen Gracie no Supremo Tribunal Federal - STF, aposentada em agosto. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, mediante informações fornecidas por integrantes do governo, Rosa Maria preenchia os pré-requisitos – quais? – tidos como imprescindíveis para assumir a vaga. O problema, contudo, é que a indicação de Rosa Maria ainda deverá ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça - CCJ. Se aprovada, o seu nome será submetido ao plenário do Senado. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, Ophir Cavalcanti, por sua vez, já elogiou a indicação de Rosa Maria ao STF, bem como o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil - AMB, Nelson Calandra. Para Calandra, a ministra do TST tem "capacidade" e "experiência" para assumir o novo desafio. O único inconveniente é que, se a indicação de Rosa Maria for aprovada pela CCJ e referendada pelo plenário do Senado, existe a possibilidade de a sua posse ocorrer apenas em 2012. Como ficaria, então, a votação sobre a validade ou não da Lei da Ficha Limpa, prevista para esta quarta-feira, 9, sem a presença de Rosa Maria?



Mudanças à vista?

 
“O povo merece a possibilidade de escolher entre candidatos de vida retilínea. Isso se chama autenticidade do regime democrático e qualidade de vida política. Essa lei veio para sanear os costumes de vida política, rimando erário com sacrário...”.

Celso de Mello
Ministro do Supremo Tribunal Federal - STF,
voto vencido quando da aprovação da Lei da Ficha Limpa


Em sessão plenária marcada para as 14h desta quarta-feira, 9, estará sendo provavelmente decidido o futuro da Lei da Ficha Limpa pelo STF. Segundo a Agência Senado, “dez ministros terão de se manifestar sobre pontos que restaram de julgamentos anteriores – e se ocorrer um empate? –, como a possibilidade de retroatividade da lei e o princípio de presunção de inocência. No primeiro caso, trata-se de decidir se a Ficha Limpa pode alcançar fatos ocorridos antes de a norma entrar em vigor. No segundo, se a condenação por crimes em segunda instância basta para eliminar um candidato. Se os termos da lei forem considerados constitucionais, ela poderá ser aplicada nas eleições municipais de 2012. Ficariam vedadas, então, candidaturas de pessoas condenadas em sentenças proferidas por colegiados (em que atuarem mais de um juiz) e as de quem renunciou a cargo público ou mandato para se livrar da cassação do mandato”.

Segundo O Estadão, “o STF mantém em sigilo a identidade de 152 autoridades suspeitas de cometer crimes. Um procedimento adotado no ano passado como exceção, que visava a proteger as investigações, acabou tornando-se regra e passou a blindar deputados, senadores e ministros de Estado”. Levantamento feito Jornal “em aproximadamente 200 inquéritos mostrou que os nomes dos investigados são ocultados. Apenas suas iniciais são expressas, mesmo que o processo não tramite em segredo de Justiça, o que torna praticamente impossível descobrir quem está sendo alvo de investigação”. De acordo, ainda, com O Estadão, “o inquérito aberto contra a deputada Jaqueline Roriz - PMN/DF [por exemplo], flagrada recebendo dinheiro do esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal, aparece no site do Supremo apenas com as iniciais da parlamentar: JMR (Jaqueline Maria Roriz)”.

O jornal acrescenta que “outros seis inquéritos trazem as iniciais L.L.F.F. Só foi possível identificar que o investigado era o senador Lindbergh Farias - PT/RJ porque outra investigação com a mesma sigla foi levada ao plenário do tribunal recentemente. Em outros casos, é possível inferir quem é o investigado por meio de uma pesquisa. Sabendo que a investigação foi aberta em um Estado específico, é necessário cruzar as iniciais com todos os nomes de deputados e senadores eleitos por esse mesmo Estado. Por esse procedimento é possível inferir que um inquérito aberto contra L.H.S. em Santa Catarina envolve o senador Luiz Henrique da Silveira - PMDB/SC. Nesse caso, o Estado confirmou que se trata efetivamente do parlamentar e ex-governador catarinense. Mas na maioria das vezes essa pesquisa não é suficiente para saber quem está sob investigação no Supremo”. Sei não, mas, mais uma vez, fica evidente o descaso com eleitor, alheio a todo o processo.

Nathalie Bernardo da Câmara


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

RAIOS DE LUZ



“A vida não merece que a gente se preocupe tanto...”.
(1867 - 1934)
Física e química francesa de origem polonesa


Há 144 anos, nascia Marie Curie, uma revolucionária no manejo de elementos físicos e químicos. Na juventude, desembarca em Paris e se licencia em primeiro lugar em ciências matemáticas e Física na Universidade da Sorbonne. Em 1895, ela se casa com o físico francês Pierre Curie (1859 - 1906), com quem, juntamente com o também francês Antoine Henri Becquerel (1852 - 1908), compartilha o Prêmio Nobel de Física de 1903, sendo a primeira mulher a receber tão conceituada deferência. Em 1911, já após a morte do marido, Marie Curie foi laureada com o Prêmio Nobel de Química – muitos atribuem a sua morte, de leucemia, as constantes exposições do seu organismo aos experimentos com radiação para fins benéficos – nem previa que as suas descobertas seriam, um dia, usadas para fins escusos. Bom! Em vida, Marie Curie foi igualmente a primeira mulher a lecionar na Sorbonne, substituindo Pierre Curie após o seu falecimento. Em Paris, fundou o Instituto do Rádio e foi membro da Academia Francesa de Medicina, dirigindo, ainda, por algum tempo o Instituto Pasteur e escrito o livro Radioatividade, publicado postumamente. Em 1955, os seus restos mortais foram transladados de Sancellemoz, na França, para Paris, onde foi a primeira mulher a ser sepultada no Panthéon francês. Em 1937, a sua filha Éve Curie (1904 - 2007) publicou Madame Curie, uma biografia da mãe, escrita originalmente em inglês, traduzida, aliás, em vários idiomas, além de inspirar alguns filmes. No Brasil, em 1938, o livro foi traduzido para o português pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882 - 1948). Enfim! Sendo 2011 o Ano Internacional da Química, vale uma homenagem a uma das mais célebres mulheres que o mundo já conheceu.

Nathalie Bernardo da Câmara

sábado, 5 de novembro de 2011

DEUS EXISTE!


Foto: Scott Dalton / Arquivo (2000) / AP Photo
“A posse de armas insinua um elemento de medo, se não mesmo de covardia...”.

Mahatma Gandhi (1869 - 1948)
Advogado e pacifista indiano


Nesta sexta-feira, 4, foi oficialmente divulgada a morte de Guillermo León Sáenz Vargas, também conhecido por Alfonso Cano, líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Farc por tropas do governo. A meu ver, a morte, qualquer que seja ela, deveria ser de causas naturais, mas, no caso, não o foi. O fato é que violência gera violência e, da forma que o líder das Farc foi morto, pode gerar sérias represálias. Ninguém pensou nisso?



Enquanto isso...

 
“O segredo do sucesso é fazer do seu dever o seu lazer...”.

Mark Twain (1835 - 1910)
Escritor norte-americano


Segundo eu soube, la presidenta Dilma Rousseff foi passar o final de semana na cidade onde nasci, ou seja, Paris – quanta inveja! Dizem que ela foi se encontrar com a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - Unesco, Irina Bokova. Sabe-se lá a pauta do encontro... Sei não, mas, se Dilma queria lazer na Cidade Luz, bem que poderia ter me pedido um roteiro.

Nathalie Bernardo da Câmara



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

DEIXEM A GRÉCIA EM PAZ!


“O saber se aprende com os mestres...”.

Cora Coralina (1889 - 1985)
Poetisa brasileira


Os gregos sabem o que fazem...


Nathalie Bernardo da Câmara



EM BUSCA DE UMA IDENTIDADE


Divulgação


“Palhaço triste é como pássaro preso sem alpiste...”.

Carlos Seabra
Editor multimídia brasileiro


Tocante! A minha definição para o filme O Palhaço (2011), do diretor, roteirista e ator brasileiro Selton Mello, sempre tão mágico, tal qual a arte circense, em tudo o que toca. Nesta quarta-feira, 2, fui assisti-lo, de antemão já sabendo que iria me deliciar com mais uma das suas incríveis performances. De fato, o filme é imperdível! Não importa o público, se infanto-juvenil ou adulto. Curiosamente, na sessão em que eu estive só ouvia gargalhadas de gente grande com as peripécias das personagens, mas, sobretudo, com as do sempre tão genial Selton Mello, que interpreta um palhaço em crise, em busca de uma identidade – no caso, literalmente –, apenas reafirmando a crença de que existe palhaço triste e que, apesar de transmitir alegria, sente uma profunda solidão interior.

Enquanto no picadeiro o palhaço Pangaré, personagem de Selton Mello, que contracena com o ator brasileiro Paulo José, que interpreta o palhaço Puro Sangue, faz a platéia rir, fora do picadeiro Benjamim/Pangaré busca quem o faça rir, pois é um homem triste e melancólico. Geralmente cabisbaixo, quando levanta os olhos é para deixá-los perdidos no horizonte. Benjamim, contudo, tem alguns sonhos: além de buscar a si mesmo, ele deseja rir e adquirir um ventilador. Sem falar da sua frustração por não possuir RG, CPF nem comprovante de residência, mas apenas uma certidão de nascimento, inclusive já gasta. Certo dia, cansado de vagar sem rumo, armando e desarmando a tenda do circo a cada novo pouso e entediado com a sua condição de palhaço, ele abandona a trupe e passa a vagar sozinho.




Divulgação




Sem opção, o Circo Esperança segue sem Benjamim/Pangaré, que passa a buscar a realização dos seus sonhos e, sobretudo, o encontro com a sua própria identidade. Assim, no roteiro do próprio Selton Mello e Marcelo Vindicatto, percebemos que, apesar de longe do picadeiro, Benjamim continua sendo protegido por São Filomeno, o santo protetor dos músicos, dos comediantes e dos palhaços, festejado, inclusive, no dia 1º de novembro. Enfim! No caminho que passa a traçar, Benjamim cruza com insólitas figuras e, em determinado momento, em um centro urbano, finalmente consegue tirar o seu RG – um passo para que ele se harmonize com o seu próprio eu, já que, um dia, sentado em uma mesa de bar com outras pessoas, um senhor conta uma piada e, para sua surpresa, Benjamim se vê rindo.



O Riso pede passagem...


Divulgação


“Não há maior desventura que a falta de alegria...”.

Francisco de Quevedo (1580 - 1645)
Escritor espanhol


O ciclo se fecha. Sentindo ter encontrado a sua identidade, Benjamim retorna ao circo, se harmonizando com a sua trupe, assumindo feliz a sua condição de palhaço e a sua função de fazer os outros sorrirem. Segundo filme de Selton Mello – o primeiro foi Feliz Natal (2008) –, O Palhaço traz, ainda, três artistas brasileiros admirados pelo diretor e que, por ele, foram homenageados: Ferrugem, Jorge Loredo e Moacyr Franco – premiado, aliás, como melhor ator coadjuvante no Festival de Cinema de Paulínia deste ano. O filme, por sua vez, também foi laureado no referido festival: abocanhou os prêmios de melhor direção, roteiro e figurino, sendo O Palhaço uma realização de um sonho de Selton Mello, que, desde criança, já se sentia encantado pela magia e ludicidade do universo circense.

Nathalie Bernardo da Câmara



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

FLORES QUE FENECEM...


Que importam sonhos, ilusões desfeitas? Fenecem como as flores!...

Álvares de Azevedo (1831 – 1852)
Escritor brasileiro


Desde o dia 22 de outubro sem postar sequer uma linha em meu blog – quando isso acontece é devido avarias tecnológicas, seja do meu computador ou do meu 3G (o que me irrita profundamente) –, além de distante da dita civilização, retorno dando algumas pinceladas em certos fatos ocorridos nesse ínterim. No dia 24 de outubro, por exemplo... Chegou até a ser patético o discurso de la presidenta Dilma Rousseff durante a cerimônia de inauguração da ponte sobre o Rio Negro, em Manaus, no Amazonas, já que, por diversas vezes, ela chegou a se referir a Lula como presidente, não como ex-presidente, como se o cara ainda presidisse o Brasil e ela fosse apenas a sua porta-voz. Sei não, mas quando digo que Dilma Rousseff limita-se a ser uma mera sombra do seu antecessor, quem votou nela me critica. Ora! Eu posso usar óculos, mas não sou cega. Nem surda.

Enfim! No dia 29 de outubro, foi comemorado o Dia Nacional do Livro, data criada em homenagem ao dia da transferência da Real Biblioteca Portuguesa para o Brasil, em 1810, quando, inclusive, à ocasião, foi fundada a Biblioteca Nacional, ambas localizadas no Rio de Janeiro – fontes incontestes de saber. Já no dia 31, o Brasil comemorou o nascimento do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987), um dos maiores escritores brasileiros, cuja obra, aliás, traduzida para diversas línguas, já foi exportada para inúmeros países do mundo, inclusive em braile. Um dos seus poemas que mais aprecio, por exemplo, é Hipótese, do seu livro Corpo, publicado em 1984. Vejamos, então, o que dizem os versos do referido poema:


E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo.


Mudando de assunto... Indiferente ao fato de que o Brasil é laico, o Estado brasileiro insiste em manter feriados santos. Com todo o respeito, que cada religião – não importa a sua orientação – celebre o que bem lhe entender exclusivamente com os seus fiéis, mas em seus respectivos templos, não obrigando que um país pare o seu pleno funcionamento para homenagear – no caso da Igreja católica – os seus santos, que mais parecem praga, propagados igual pardal. Afinal, ninguém é obrigado a engolir a crença de outrem! O mais curioso, contudo, é que, achando pouco, inventaram, ainda, o Dia de Todos os Santos, comemorado no dia 1º de novembro – talvez para compensar os que, ao longo do ano, não são contemplados com feriados nacionais. Isso sem falar na esquizofrenia que é o Dia de Finados, no dia 2 de novembro, igualmente parando o Brasil.

 


Em minha opinião, que cada um reverencie os seus entes queridos já falecidos a seu modo e quando bem o entender, seja ou não em um cemitério. Nesse dia, aliás, os cemitérios mais parecem uma feira livre, com direito, muitas vezes, até à liquidação, quando muitos aproveitam para montar barracas que vendem de tudo, de flores a réplicas de santo, que são adquiridos com avidez por seus frequentadores para ornar as lápides dos seus mortos. É um verdadeiro comércio ambulante. E o Brasil parado... Justo em uma quarta-feira, meio de semana, que deveria se manter um dia útil. Não feriado nacional. Não, não quero desmerecer os mortos, mas defender que todos os feriados ditos santos sejam abolidos, incluindo no bojo, aliás, datas como, por exemplo, o Dia da Independência do Brasil, comemorado no dia 7 de setembro, entre outras.

Bom! Para encerrar esta postagem, transcrevo um verso do poeta gaúcho Mário Quintana (1906 - 1994), outro ícone da literatura brasileira, que, pressentindo a sua morte iminente, escreveu, irreverente de natureza, o seu próprio epitáfio, que diz: “Eu não estou aqui...”.


Nathalie Bernardo da Câmara