“A arrogância é o
reino – sem a coroa.”
Provérbio judaico
Nem
me surpreende mais ou causa espanto – já virou lugar-comum –, apenas sinto
revolta e ira, ao ver um incauto motorista frear brusca e literalmente em cima de
uma faixa de pedestres quando um está atravessando-a, no caso, por exemplo, sobre
uma lombada, por pouco também não passando por cima do pedestre. Isso quando
não o atropelam e ainda seguem em frente, sem sequer olhar para trás, como se o
atropelado fosse um mero entulho largado a esmo na rua – o detalhe é que muitas faixas são pintadas sobre lombadas exatamente
para evitar atropelamentos, mas quem se importa com isso? Como também não sei quem
se importa com câmeras, radares ou algo do gênero, considerando, por exemplo,
que, aqui e acolá – de há muito também lugar-comum –, o infrator desembolsa uma
propina para a “autoridade competente” a fim de não pagar a multa correspondente
a sua infração, pouco importando a sua gravidade.
Não
à toa, invariavelmente questiono qual a serventia dos Detrans da vida que não
fazem, digamos, um exame de caráter no cidadão que pretende habilitar-se para
poder conduzir um veículo motorizado, já que não são poucos os que não estão
aptos para circularem nas ruas nem sobre os próprios pés! Isso porque são kamikases de plantão que, sem aviso
prévio, agem a seu bel prazer, para o desprazer de uma maioria – a lista de
mentes desajustadas é longa, a perder de vista. Sem falar nos sociopatas e nos
psicopatas, que, convenhamos, nunca deveriam ser habilitados para pegarem nem na
direção de uma bicicleta! Ou andar de skat...
Há também as imprudências cometidas quando, atrás dos volantes dos veículos, muitos
estão sob efeito do álcool ou de alguma outra droga, ilícita ou lícita, como,
por exemplo, o celular...
Sim, muitos vivem “plugados” em seus celulares como se fossem macacos atracados em pencas de bananas, cegos para qualquer outra coisa que não seja a fruta, ou, ainda, como se fossem bichos-preguiça pendurados em galhos de árvores, dos quais só saem para fazeres as suas necessidades fisiológicas ou mudar de árvore. Quanto aos “distraídos” que não se concentram à direção porque estão ocupados demais com os seus “brinquedinhos” eletrônicos, esses tagarelam até dizer basta e ainda “compram” briga no trânsito com quem ousar chamar-lhes a atenção por sua insensatez. Isso porque ficam focados apenas em si mesmos, numa visível e explícita declaração de egoísmo, ainda desdenhando dos direitos de outrem, numa indiferença atroz à vida que pulula ao seu redor e que, muitas vezes, chega até mesmo a gritar, apesar de, na maioria das situações, sequer há tempo de emitir um último suspiro... Ou, quiçá, de soltar um palavrão daqueles!
P.S.
Sugestão para frase de um adesivo a ser colado em muitos automotores: "O veículo
é inteligente, mas o motorista é um asno”.
Nathalie Bernardo
da Câmara
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