DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“E se Deus é canhoto e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo...”.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Hipótese
Passei muito tempo defendendo este dia, enquanto mulher, humanista, feminista, jornalista e ex-militante do Partido Comunista Brasileiro, que sempre prezou pela defesa dos direitos do sexo dito frágil, quando, a bem da verdade, é o mais forte. Mas, com os dias, semanas, meses, anos, ou seja, com a própria vida, vi que não é bem assim. A data virou algo tipo protecionismo.
Afinal, todo mundo fala de homem batendo em mulher! Falam... Tanto que o tema do Globo Repórter, da Rede Globo, na sexta-feira passada, 6 de março, foi o da mulher agredida por seus ditos companheiros. Só que ninguém fala de mulher batendo em homem, como diz uma amiga. Não falam, também – pior! –, de homem batendo em homem nem de mulher batendo em mulher.
E violência não é só física. Pode ser moral, psicológica e muitas outras. Aí, as seqüelas são até piores. Sinceramente, não tenho mais nada a dizer sobre a homenagem deste dia. Para mim, o Dia Internacional da Mulher já virou folclore. É melhor, então, criar, também, o Dia Internacional do Homem, o Dia Internacional do Papagaio, o Dia Internacional do Gato...
Enfim! Queria “a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”, como disse o ariano Cazuza (1958-1990), um ser humano sensível.
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