quinta-feira, 8 de julho de 2010

VIDA CÃO



“Quando o sangue começa a ferver
é tolice desligar o coração...”.

Nelson Mandela
Advogado e político sul-africano
Prêmio Nobel da Paz de 1993

Ontem, na hora do almoço, quando falei para a minha irmã olhar o meu blog, pois eu tinha escrito sobre os vinte anos da morte de Cazuza (1958 - 1990), ela tomou um susto, aparentando espanto pelo fato de o tempo passar tão rápido. É, cara irmã, o pior é que passa mesmo. Se outro dia tínhamos vinte anos de idade, recém-saídas da universidade e, antes mesmo disso, já tendo entrado no mercado de trabalho, somos, hoje, quarentonas. Jovens, digamos, mas quarentonas. Não há como negar... Eita! Espera. Ela, a minha irmã, acaba de me corrigir, pois chegou agora e tomou conta do meu computador.

Diz que eu mude o termo quarentonas por quarentinhas... Por mim, tudo bem. Tanto faz. Afinal, já estamos mesmo na casa dos quarenta. Que diferença faz quarentona ou quarentinha? Mas, e se o tempo passa assim mesmo tão rápido, logo chegaremos aos sessenta. Eu odeio a idéia, mas... É a lógica desta vida sem sentido, já que o seu único futuro é a morte. Falando nisso, ninguém, até hoje, nunca me explicou o motivo de viver. Se só for para morrer, ao final, como acontece com todos, é a coisa mais sem graça que tem. Nunca gostei dessa linha de raciocínio... Ou seja, levar alguém a lugar nenhum.

Só que, diferentemente de mim, que sou ariana, igual a Cazuza – daí entender a sua lógica de vida –, sobretudo porque também sou uma artista, a minha irmã é aquariana. Um desastre! Esse povo de aquário vive voando, no ar. Áries, não. O fogo, que rege Áries, já quer um movimento mais dinâmico dos seus nativos, pois é explosivo, impaciente que é. Sim, carrego a maldição de ter nascido sob a regência de Marte. Vou fazer o quê? Só carregar a sina e pronto. Sim, porque a gente não muda o mundo e tem de se conformar com o fardo de que tem de fazer algo para mudar. Infelizmente, não muda.

Mudou o mundo Hitler (1889 - 1945), um ariano do mal, que, a exemplo de outros ditadores, independentemente de signo, nos mostraram a maldade. Que coisa feia! O pior é que a maldade sempre tem mostrado que ganha da bondade. Falei isso para a minha irmã e ela quase me bateu, igual fazia quando éramos crianças... Ou seja, ela é mais velha um ano do que eu, mas sempre me tiranizou. Bom! A minha irmã, hoje educadora, disse que o bem sempre vence. Nossa, que clichê! Igual as histórias em quadrinhos de todos os meus heróis fictícios, tipo o Homem Aranha, Batman, Fantasma...

O que dizer, então, de outros heróis que tenho, feito Lênin (1870 - 1924), Fidel Castro, cujas idéias eu sigo? Haja quadrinhos! Mas, voltando ao assunto, qual moral a minha irmã tem para falar disso? De qualquer modo, será que, de fato, o bem sempre vence? Não é isso o que temos visto... Mesmo porque, logo depois do comentário sobre o meu blog, ela começou a falar de um crime, envolvendo um goleiro, acho que era de um goleiro que ela falava, do Flamengo, um time brasileiro de futebol. Parece que o dito está acusado de algo bárbaro que teria cometido. Não sei, pois não assisto a Rede Globo.

Bom... Assisto, mas apenas a reprise da novela Sinhá Moça, pois adoro tudo o que diz respeito ao século XIX. Assisto, ainda, a uma série policial que anda a passar. A tal série, inclusive, é exibida todas as terças e tem como protagonista a atriz Ana Paula Arósio, que interpreta uma promotora do bem, querendo vingar o assassinato do grande amor e lutar pela justiça de um modo em geral. Ah! Assisto, ainda, a novela das 18h, pois quero ver até onde eles vão chegar com essa história de anjos, de céu azul, cheio de nuvens, com mortos por todos os lados, a nos guardar ou, de repente, amaldiçoar.

Mas, quanto ao crime que a minha irmã mencionou durante o almoço, o provocado pelo tal goleiro... A única coisa que eu tenho a dizer é que outra mulher pagou pela psicopatia de um dito ser humano. E entrou nas estatísticas. Afinal, se, no Brasil, dez mulheres são assassinadas por dia... Quanto ao assunto, vejam o texto que postei em meu blog no dia 5 de julho deste ano. Para acessá-lo, eis o link:




Enfim! Coitada da mulher. Ela foi, apenas, mais uma vítima de algo escabroso. E fico a pensar qual o sentido disso tudo. Nenhum. Talvez, o melhor fosse mesmo nem nascer. Afinal, nascer, apenas, para o grande final, que é a morte? Não vejo sentido algum... Sim, só muda o jeito de morrer. Por morte morrida, por velhice ou não, ou ocasionada. E, aí, pelo visto, tem muito jeito para acontecer, dependendo da criatividade do matador. Sei não, mas acho que nem vai nascer quem me explique isso. É muita violência a troco do quê? As pessoas não percebem que o segredo da felicidade está no gesto...

Nathalie Bernardo da Câmara



P.S.: A foto que ilustra este post é do cachorro da minha irmã. Ele, que se chama Nero – olhe o nome! –, apesar de feio de cara, é muito gentil. E o fotografei em uma noite fria, na nossa casa da praia. Tanto que o agasalhei. Eu tinha medo dele, mas, depois que descobri que ele adora o meu cheiro, sempre que posso lhe dou um abraço...

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