Autoria ignorada das fotos de
Stuart Angel Jones (1946 - 1971) e de Zuzu Angel (1921 - 1976).
“Eu não tenho coragem, coragem tinha o meu filho: eu tenho legitimidade...” – Zuzu.
Estilista brasileira,
Zuzu foi mãe de Stuart, estudante de economia que, na virada dos anos 60 aos
70, passou a atuar politicamente contra a ditadura militar brasileira (1964 -
1985), por ela sendo torturado e assassinado durante o “mandato” do general
Emílio Garrastazu Médici (1905 - 1985). Lançado em 2006, o filme Zuzu Angel, dirigido pelo
cineasta Sérgio Rezende, que também fez o roteiro com Marcos Bernstein, contou
o drama dessa mãe em busca do paradeiro do filho e
que, depois, sabendo da sua morte, reivindicou o direito ao seu corpo, nunca
encontrado. Numa semana de polêmicas, quando a Agência Central de Inteligência
(CIA) norte-americana liberou documentos comprovando o que já se sabia –
nenhuma novidade – sobre as atrocidades cometidas durante o governo dos
militares Ernesto Geisel (1907 - 1996) e João Figueiredo (1918 - 1999), a
jornalista Hildegard Angel, filha de Zuzu, foi a público para reiterar o que
também já se sabia, ou seja, que a sua mãe foi morta, num suposto acidente de
carro, por ordem expressa de Geisel, “apenas” porque queria ter acesso ao corpo
do filho e enterrá-lo – direito que lhe foi negado. O músico Chico Buarque, que
recebeu uma correspondência de Zuzu Angel pouco antes da sua morte, na qual ela
relatava o que sabia sobre o acontecido com o filho e que, por isso, estava
correndo perigo de vida, compôs a música Angélica
(1981), em homenagem à estilista.
Link para o filme
Zuzu Angel (na íntegra), de Sérgio Rezende,
numa interpretação magistral da atriz Patrícia Pillar no papel da mãe de
Stuart, interpretado pelo ator Daniel de Oliveira: https://www.youtube.com/watch?v=1QVNjoCLHtw
Link para a música Angélica,
de Chico Buarque: https://www.youtube.com/watch?v=AhtlDIuSbIo
Nathalie
Bernardo da Câmara
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