Maria da Salete
Bernardo da Câmara
(23/04/1940-29/01/2023)
Foto: Nathalie – 16/11/2022
“Quando a aflição
aperta, quando
o corpo se nos desmanda de dor e angústia,
então é que se vê o animalzinho que somos”.
José Saramago (1922-2010),
in Ensaio sobre a cegueira (1995), ano em que o escritor português foi
agraciado com o ‘Prêmio Camões’ – em 1998, ele arrematou o Nobel de Literatura.
Parafraseando
o título de um dos livros do prolífero colombiano Gabriel García Márquez
(1927-2014), Nobel de Literatura (1982), criei o título desta postagem. Isso
porque, embora eu saiba que a existência de todo
ser vivo compreende um ciclo, isto é: nascer, viver e morrer, nunca
esteve nos meus planos perder a minha mãe... E no frigir dos ovos, convenhamos,
há algo mais sórdido, estúpido, arrogante e arbitrário do que a morte? Não, não
há. Então, ao amanhecer do dia 24 de janeiro do corrente – à véspera fora o 49°
aniversário do seu caçula, o meu irmão mais novo –, a minha mãe sofreu um
Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico devastador, entrando em coma
profundo em meus braços – hélas!
Imediatamente apelei para o Serviço de Atendimento Móvel de Saúde (SAMU): entubaram Salete dentro de uma ambulância estacionada defronte à nossa casa, literalmente no meio da rua, já que o seu “nível de consciência” estava “muito baixo” – palavras do médico que a atendeu. Por fim, levaram-na à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um certo hospital de Natal (RN). O coração, por sua vez, músculo que bombeia sangue para o organismo como um todo, parou de bater às 11:45 do dia 29, “oficializando” o seu óbito – como se o cérebro de mamãe ainda precisasse de mais sangue, afogado que há dias nele estava, mas parecendo, presumo, o Mar Vermelho, golfo do oceano Índico entre a África e a Ásia... Quanta ironia, né?
E o asterisco no 'quiçá' do título desta postagem é porque, de uns tempos para cá, nas conversas com a minha mãe, que não eram poucas e por diversas vezes – morávamos juntas há mais de uma década –, eu sentia que, em alguns momentos, tipo repentes, o seu olhar entrava numa espécie de alheamento inatingível! Curiosamente, quando eu perguntava o motivo dos “alheamentos”, ela dizia que estava pensando... Porém, na minha condição de leiga no assunto, intimamente questionava tal explicação. Daí, quando do avassalador AVC, deduzi que, aqui e acolá, há meses mamãe possivelmente vinha tendo pequenos rompimentos de vasos sanguíneos no cérebro – nada sutis, pelo visto –, mas aos poucos, paulatinamente.
O fato é que, à sua revelia, a minha mãe empreendeu uma
viagem sem volta, talvez indo “brincar” o último carnaval noutra dimensão –
espero que tenha sido em Veneza, na Itália. E de cara lavada, sem maquiagem – coisa,
detalhe, que ela nunca gostou – e sem “máscaras” – artifício ao qual, na vida
real, também nunca recorreu. Só que um AVC, ainda mais nas proporções do que
lhe acometeu, foi deveras arrebatador – traiçoeiro, eu diria –, visto que,
apesar de cardiopata, mamãe, nesse quesito, estava, segundo o seu cardiologista
e o angiologista, sob controle. Enfim, um filme de muito mau gosto, o ocorrido, cujo
surrealismo não apreciei. Desse modo, consumida por sentimentos indescritíveis e
inenarráveis, até então nunca experimentados...
Para
os quais, diga-se de passagem, nem nome tenho, teimando e insistindo, malgrado a letargia alojada em
toda a complexidade do meu ser, em tecer algumas linhas numa reverência
in memoriam àquela que duplamente me
deu à luz, já que me ofertou à vida na Cidade
Luz nos idos de 1968. Então, se persisto nesse desafio, já que a minha
poesia encontra-se embotada, melhor dizendo, “embaçada”, tal qual a minha anciã
miopia, provavelmente seja porque acalento a esperança de vislumbrar alguma luz
capaz de guiar as minhas trôpegas palavras. E os meus passos. Tanto que, após
alguns ensaios, tenho a sensação de que até o ar sufoca! Diante, portanto, do
inexorável golpe, considerando o meu leitmotiv, a minha filosofia de vida...
Na verdade, para sobreviver aos percalços da insensata “jornada” – a vida é uma torta lógica, desprovida de sentidos –, o vocábulo ‘superação’, nesse caso, não existe. Simples assim. E já que não sou hipócrita, ressalto que ‘conformismo’ é outro vocábulo que também não consta em nenhum dos meus dicionários, nem mesmo entre os cinco estágio do luto, isto é: negação e isolamento; raiva; barganha; depressão e aceitação. Curiosamente, no caso do isolamento, um exemplo, tal estado remete-me à solidão, característica preponderante da minha persona e condição sine qua non para a minha existência, algo que, desde criança, cuja infância foi por demais feliz, um sonho bom, é extremamente familiar para mim.
Sendo
assim, a fatalidade em pauta apresenta-se como a um explícito e sedutor “convite”,
enfatizado e corroborado por motivações pregressas e contemporâneas, para que, de
uma vez por todas, destituída de ilusões, eu abrace a misantropia. E nem meu dou ao trabalho de questionar a
minha própria reflexão – uma questão de foro íntimo. E a opinião alheia não
conta, inclusive porque, pegando o “gancho”, deixo aqui registrado – registro
esse, aliás, sublinhado –, o acintoso comportamento de terceiros ante o fato de
eu não aceitar que a partida da minha mãe foi um “chamado de deus” e que, nem
que fosse a ferro e fogo, eu também tinha – não faltava mais nada – de aceitar a decisão dita “divina”. Um horror,
isso!
E ouvi o acinte de certas pessoas ao vivo e a cores, por telefone e redes sociais. Um disparate! Sobretudo ao ser dito a uma filha órfã que, além de tudo, é ateia – detalhe esse, aliás, nunca questionado por mamãe. Pelo contrário! Salete sempre respeitou o meu jeito de ser, no caso, o meu ateísmo e o meu comunismo, isto é, a minha individualidade – ela mesma era uma comunista, mas cristã, pregando, igual eu, a justiça social... Sem falar que, em seu pleno juízo, qual filho aceita perder a mãe ad aeternum? Sim, não importando quais esdrúxulas justificativas nem infundados argumentos, sejam eles de cunho religioso ou mesmo científico, utilizados nesse sentido. Quanto à natureza das motivações das ofensas dirigidas a mim: eu diria que umas ingênuas, sem maldade, mas outras provocativas...
Tanto
que, em determinados momentos, vi a hora do nada surgir uma “palmatória” ou
algo do gênero para que, contrariando os meus princípios, eu finalmente
verbalizasse que aceitava a referida decisão... Sinceramente, gostem ou não,
igualmente pouco me importa o que pensam acerca da minha dupla NÃO aceitação,
seja a perda física em si da minha mãe, seja o suposto arbítrio de uma entidade
considerada “superior”... Enfim, como eu disse noutra postagem do meu blog,
intitulada Voltaire e o padre (21/03/2022)
– link abaixo –, o conflito consiste exatamente, usando um termo em voga, na
intolerância de outrem no que concerne às diferenças, quaisquer que sejam elas –
o mais sensato, portanto, seria respeitar as diferenças.
Indignada, portanto, acumulando desrespeitos, mas para não agredir fisicamente terceiros, criei, com certeza inconscientemente, uma dada situação em plena terça-feira de carnaval (23/02), onde, num absurdo equívoco da minha parte, quebrei o meu punho direito – logo eu, que sou destra, jornalista, escritora, poetisa... E com pendências textuais: no mínimo, um livro, um artigo para uma revista cultural e esta crônica, que com muito custo, em doses homeopáticas – já comecei a fazer fisioterapia –, finalizo. Então, queiram ou não, respeitar as diferenças, não tolerar soa hipócrita. Isso porque “as diferenças existem apenas e exatamente porque o humano em si possui uma espécie de marca registrada, um carimbo.”
“Ou seja, a sua individualidade, com personalidade e características
intrínsecas, que o distingue dos demais, sendo, assim, um ser único, original.
E livre. Nem que o seja para pensar e acreditar ou não no que bem entender! O problema é que, por não
aceitarem tal fato, muitos, em sua alienante intransigência, agem como quem dar
murro em ponto de faca, numa cegueira que, de tão desbotada, se perde de
vista... (...) O curioso é que (...) esquecem de ‘pregar’ a tolerância em
relação aos ditos descrentes por parte dos religiosos, que, na maioria das
vezes, apesar de ‘tolerarem’ crenças diferentes das suas, não ‘toleram’ os que
vivem sem fé alguma, sejam agnósticos ou simplesmente ateus – entendimento
esse, diga-se de passagem, totalmente desprovido de nexo, já que, indivíduos,
agnósticos e ateus também merecem respeito.” Daí lembrar, ainda transcrevendo
um trecho da postagem citada, de “um adágio em latim, que remonta aos
escolásticos da Idade Média, “de gustibus et coloribus non disputandum”, embora,
após ser “incorporado” pelos franceses, se transformou em “des goûts et des couleurs, il ne faut pas discuter”.
Na língua portuguesa, no popular, significa “gosto não se discute”.
Enfim,
como era do meu conhecimento, bem como do das suas outras duas crias, além dos
que compuseram a sua bela e inebriante sinfonia,
dos que fizeram parte da sua entourage
– como mamãe costumava falar – e de demais “personagens” da sua profícua,
carismática e longa história, Salete enfaticamente sempre disse que qualquer
homenagem porventura a ela prestada, não importasse qual, fosse feita em vida...
Então, como ando igualmente “cambaleando” em minhas emoções, melhor transcrever,
com algumas necessárias e pertinentes alterações de um modo em geral –
acréscimos e supressões –, uma sucinta biografia em prosa poética que lhe
dediquei quando da passagem dos seus 81 anos de idade...
LUZ A GUIAR
Eis que completas o primeiro ano
de mais um ciclo da tua vida e, em reverência ao ser encantador que és, colhi
as 81 mais formosas e aromáticas flores no jardim da vida para, num ramalhete
poético, alinhavado em prosa, decantar o teu fofinho cabelo de neve; belo
sorriso – o mais charmoso que já conheci, delicadamente acentuado com o uso do
juá em sua infância – e contagiante gargalhar, além da tua singular
simplicidade; excelsa gentileza; retidão de caráter e a sabedoria que, passo-a-passo,
permeou uma invulgar trajetória iniciada num ermo sítio nos arredores de uma
cidade com nome de santo, São José de Mipibu, município do Rio Grande do Norte
(RN), num incrível país de primeiro mundo
chamado Brasil, onde nasceu em 23 de abril de 1940. E onde também brincou, fez
os seus estudos primários, adolesceu...
Em Natal, capital do Estado,
morando em casa de um parente materno, traçou, ainda adolescente, o seu próprio
caminho: do ginásio, no histórico Atheneu, e demais estudos; da Faculdade de
Letras, onde cursou “Línguas neolatinas” – ela adora frisar com os olhos a
brilhar –, ao engajamento político de esquerda aliado à corrente progressista
da Igreja católica nos anos de 1960, inclusive resistindo à ditadura
civil-militar (1964-1985) no Brasil; do seu séjour
em Paris, na França, onde, enquanto ela estudava no Institut International de
Recherche et de Formation em vue du Développement Harmonisé (IRFED), vim ao
mundo em 13 de abril de 1968; do seu humanismo, senso de justiça, discernimento
e, ao mesmo tempo, da sua fé cristã, ou seja, de toda essa “pajelança”, brotou
um consciente e destemido repúdio às desigualdades socioeconômicas.
Daí que, dedicando boa parte da
sua carreira profissional à educação, Salete, intrépida – sui generis, eu diria – e à revelia de certos ditos poderosos,
defendeu, por exemplo, em pleno regime militar, o ensino público e gratuito.
Para ela, gestora, um direito de todos e um dever do Estado brasileiro
garanti-lo. Sem falar que, em sua admirável jornada, ainda lutou pela preservação
do meio ambiente, dos remanescentes de povos originários desse Brasil de
dimensões continentais, a sua cultura, e, sobretudo, pela mais arrebatadora das
bandeiras que desfraldou: o artesanato – a sua paixão –, não medindo esforços
para fomentá-lo, incrementá-lo e, na maioria das vezes, resgatá-lo em
recônditos os mais diversos do RN: municípios, povoados...
Gerando trabalho, promoveu a
difusão de genuínas criações artesanais e o seu reconhecimento internacional,
além de prover o sustento de inúmeras famílias. Daí o seu protagonismo ficar
explícito em vários ofícios abraçados, sendo, em casa, adorada por seus filhos
e um dos seus esteios emocionais, amando-os mais do que tudo. Primogênita de
uma enorme prole, deu, por sua altivez, muito orgulho aos pais – uma miscigenação
curiosa, como muitas famílias brasileiras, mas essa também é outra história!
Então... na condição de irmã, foi arrimo de família: o seu amor fraternal,
sempre pontual, ainda mais quando perdia algum irmão; com os amigos de longa
data e os que o seu seio acolhedor continua a cativar é fiel e leal, acrescentando,
como ela diz, “os agregados”, que, convenhamos, não são poucos.
Na condição de persona grata, transborda uma existência
plural, que, do meu âmago, desejo que seja serena, saudável e longeva, posto
que, impregnado em suas veias, o vocábulo ‘labor’ tornou-se, no decurso do
tempo, o seu leitmotiv, fazendo com
que, por seus predicados, incluindo humildade, característica peculiar à sua
essência, ela siga a produzir frutos, angariando fundos: gratidão, admiração,
respeito...
Traduzir Salete Bernardo, a minha mãe? Digamos que a generosidade encarnada. Et voilà!
Homenagens
póstumas, portanto, como já mencionei, não apeteciam a minha mãe. Porém, para
quem sempre teve uma legião de
admiradores e seguidores, não na internet, ícone da era digital, o universo
virtual, que ela não apreciava, mas no real, no palpável, igualmente sem
fronteiras, como evitar? Desse modo, ocorreu todo um ritual fúnebre: velório,
sepultamento e as missas de 7° e 30° dias após a sua saída de cena em 29 de janeiro
de 2023 – não participei de nada: não fui “educada” para isso. Paradoxalmente, ela
tinha ciência de que para os católicos praticantes, como era o seu caso, certos
rituais fazem parte de um dado protocolo cristão, tendo relevado, assim, tais
rituais, aceitando-os, espero, lá da Itália.
Aqui, contudo, um parêntese: algo ainda me incomoda em relação ao sepultamento de mamãe, mesmo porque sou a favor da cremação... Então, por mais incrível que pareça, Salete nunca gostou, um exemplo, de andar descalça: pés no chão, para ela, só para aprender a ler – alusão à campanha pedagógica do educador e filósofo marxista brasileiro Paulo Freire (1921-1997), autor, entre outros, da Pedagogia do oprimido (1968), cujo método de alfabetização para adultos, que leva o seu nome e um modelo de educação humanizado e dinâmico, é aplicado em diversos países e respeitado no mundo inteiros, sendo a minha mãe admiradora incondicional do patrono da educação brasileira (lei n° 12.612/12 de 13/04/2012).
Daí
eu ficar pensando – o que é compreensível, pelo menos para mim, até mesmo
desencadeando certa angústia – como a minha mãe deve se sentir na condição de
estar a sete palmos abaixo da terra – terra essa, diga-se de passagem, com a
qual ela só simpatizava quando se tratava das suas plantas, sobretudo o pé de
jasmim que tanto amava. E buscando a lua... Tanto que, se dependesse de mim, Salete teria sido
cremada, com as suas cinzas sendo depositadas numa urna
biodegradável/ecológica, transformando-as, no caso, em Jasmim – a experiência da
união de cinzas humanas, fontes de adubo, nutrientes, à plantação de árvores de
há muito é uma realidade, contribuindo para a neutralização do carbono no
planeta Terra (links abaixo).
Faz tempo, conversamos sobre o tema, mas sem chegarmos a um consenso – não deu tempo, mesmo ela sendo naturalista. De qualquer maneira, creio que Salete ia querer renascer jasmim, já que todas as vezes que a planta brotava, ao lado da janela do seu quarto, ela fazia questão de aspirar o seu aroma ao caminharmos à noite no quintal – eu, particularmente, prefiro cedro, mas essa é outra história. Enfim, resumindo: ainda em vida, a pessoa oficializa o seu desejo de unir as suas cinzas à muda de uma árvore de sua predileção e... a magia acontece! Afinal, com a quantidade de sem-terra e sem-tetos no mundo, é mais sensato abolir os cemitérios – pois, uma enorme quantidade de metros quadrados, convenhamos, que poderiam ser utilizados para edificar casas e edifícios. Lares. E áreas verdes. Parques.
Por fim, sem mais palavras e para concluir esta, recordo-me, de maneira oportuna, da poetisa e pintora brasileira Sônia Fernandes, que, em seu livro de poemas intitulado Bordados (2013), definiu Salete. Numa feliz e delicada dedicatória, Sônia, uma querida,
escreveu, “a amiga do mais belo sorriso” – dedicatória essa complementada por
uma assertiva da minha prosa poética citada acima: apesar dos desagravos, “o mais charmoso [dos
sorrisos] que já conheci”...
Nathalie Bernardo
da Câmara
P.S.
Um fato, entretanto, merece menção nesta postagem: apesar de ser alguém votado
ao trabalho, a delicadeza de Salete com as três crias, Tereza, a mais velha,
Marcos José, o caçula, e eu, a filha do meio, ela era de uma dedicação e
sensibilidade fora do comum! Porém, além de papai, Assis Câmara, advogado e
igualmente escritor, que nos transmitiu uma enorme carga de ludicidade, uma
outra mulher teve participação determinante em nossa criação, ajudando mamãe nessa
missão: essa mulher foi Maria, que
nos criou desde a nossa mais tenra idade. Ocorre que, já aposentada, morando em
São José de Mipibu (RN), o mesmo município onde nasceu a nossa mãe e apesar de uma
avançada artrose, Maria deslocou-se até a capital para o velório e o
sepultamento de Salete. O impressionante dessa história foi o que ocorreu uma
semana depois: quando se preparava para comparecer à missa de 7° dia de mamãe,
Maria faleceu...
Diagnosticada post-mortem com câncer, metástase – soube depois que nem ela sabia disso –, o fato tornou-se uma dupla tragédia para todos nós. Sim, outro enredo de filme de muito mau gosto. Diante, portanto, de duas irreversíveis situações, o estarrecimento tomou conta da gente. Desse modo, na missa de 30° dias da “aventura” de mamãe, reproduzimos não apenas uma fotografia que fiz de Salete no início da década de 1990, quando, à época, ela teria uma idade aproximada à das suas duas filhas hoje, imprimindo na imagem um poema que criei para ela e que lhe dediquei no mesmo período, mas também fizemos uma homenagem a Maria, reproduzindo uma fotografia sua, na qual também imprimimos um poema de dois versos – um dístico – de minha autoria. Eis, portanto, cópias de ambas as imagens distribuídas à ocasião aos presentes – uma singela lembrança dos seus filhos.
E é isso: se perdemos entes tão queridos, que nos
restem nem que sejam boas lembranças... Seria isso possível?
Então, hoje, neste domingo, 23 de abril de 2023, mamãe, se viva, completaria 83 anos de
idade. E acho que, como todos os demais textos que já escrevi, ela também sentiria orgulho desta minha escrita...
Sugestões de leitura
Voltaire e o Padre
(21/03/2022):
https://abagagemdonavegante.blogspot.com/2022/03/crer-ou-nao-crer-voltaire-e-o-padre.html
Ainda dizem que eu é quem sou a artista da família (12/09/2013): https://abagagemdonavegante.blogspot.com/2011/06/ainda-dizem-que-eu-e-que-sou-artista-da.html
Urnas biodegradáveis: já é possível transformar cinzas
humanas em árvores. Por
Giuliana Viggiano (25/06/2019). Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/06/urnas-biodegradaveis-ja-e-possivel-transformar-cinzas-humanas-em-arvores.html.
Acesso em: 20/04/2023.
Urna biodegradável: transformando cinzas em árvores. Viva + Plan. (13/09/2021).
Disponível em: https://www.vivamaisplan.com.br/urna-biodegradavel/.
Acesso em: 20/04/2023.
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