ADEUS AS ILUSÕES...
“A corrupção na administração pública agora é organizada, quase partidarizada. Uma barbaridade inaceitável...”.
Mário Covas (1930 - 2001)
Político brasileiro
2012. Ano de eleições municipais. No dia 07 de outubro, com exceção do Distrito Federal, tudo indica – sugiro consultar a meteorologia – que haverá pleito eleitoral em todos os municípios brasileiros. Agora, caso haja, não importa em qual município, a necessidade de um segundo turno, esse está previsto para acontecer igualmente em outubro, no dia 28. Infelizmente, apesar de ainda estarmos em janeiro, a poluição visual e sonora – sem falar das pressões antecipadas –, provocada por eventuais candidatos, seja a prefeito ou a vereador, já invade a nossa privacidade, independentemente do veículo de comunicação que dispomos.
O Tribunal Superior Eleitoral - TSE, por sua vez, além dos regionais, com as suas propagandas ditas institucionais – exaustivamente repetitivas –, supostamente orientando os eventuais eleitores acerca de detalhes relacionados ao título de eleitor, de igual modo contribuem para macular ainda mais a sensibilidade dos nossos olhos e ouvidos já tão calejados, bem como para exaurir a nossa paciência – vai piorar quando, daqui a alguns meses, as propagandas eleitorais gratuitas forem oficialmente liberadas pela Justiça. Haja chatice! E as esquisitices de certos candidatos.
Afinal, impossível negar que, no Brasil – não estou falando do ato de votar, que é legítimo –, o voto está invariavelmente associado à corrupção. Em todos os âmbitos. E o título eleitoral tornou-se o passaporte para a fraude de outrem... Pegando a deixa, é imprescindível, por exemplo, trazer à tona a necessidade de um amplo debate, quiçá um plebiscito, para que os brasileiros possam decidir, já que são eles que votam, se o comparecimento as urnas deve ou não continuar sendo obrigatório, ao invés de facultativo – sinônimo de democracia, sobretudo se considerarmos que a obrigatoriedade de comparecer as urnas apenas aumenta – está comprovado – a incidência de aliciamento dos eleitores por parte de políticos – não estou generalizando –, que agem como agem apenas em benefício próprio, defendendo interesses escusos – qualquer tolo sabe disso.
Afinal, impossível negar que, no Brasil – não estou falando do ato de votar, que é legítimo –, o voto está invariavelmente associado à corrupção. Em todos os âmbitos. E o título eleitoral tornou-se o passaporte para a fraude de outrem... Pegando a deixa, é imprescindível, por exemplo, trazer à tona a necessidade de um amplo debate, quiçá um plebiscito, para que os brasileiros possam decidir, já que são eles que votam, se o comparecimento as urnas deve ou não continuar sendo obrigatório, ao invés de facultativo – sinônimo de democracia, sobretudo se considerarmos que a obrigatoriedade de comparecer as urnas apenas aumenta – está comprovado – a incidência de aliciamento dos eleitores por parte de políticos – não estou generalizando –, que agem como agem apenas em benefício próprio, defendendo interesses escusos – qualquer tolo sabe disso.
Desse modo, com a opção de não ter de comparecer as urnas simplesmente porque é obrigado, o eleitor teria, de fato, a certeza de que vive em um país livre, cabendo exclusivamente a ele decidir se quer ou não votar em não importa quais políticos. Ou em nenhum. Isso, sim, é cidadania. Agora – e só para rimar –, obrigar o dito cidadão a comparecer as urnas é estimular a prática da pirataria. Eu, particularmente, defendo o que chamam de voto facultativo, pois acredito que só devemos votar se realmente acreditamos em um dado candidato e nas suas propostas. E não comparecer as urnas porque se é obrigado e, para não perder a viagem – de repente para também compensar o tempo passado em uma fila –, votar no candidato menos ruim, como muitos costumam dizer – atitude, inclusive, que somente revela uma alienação política do eleitor.
Enfim! Mais um ano de eleições, mais um ano de estresse coletivo. Um pressiona daqui; outro dali... O fato é que, antes de se pensar em um plebiscito sobre a legitimidade de o cidadão brasileiro ter o direito de portar ou não uma arma de fogo, como demagogicamente, não faz muito tempo, já propôs um obsoleto senador maranhense – leia-se José Sarney (PMDB-AP) –, a prioridade deveria ser um plebiscito para ouvir o povo brasileiro em relação aos seus direitos e anseios políticos e eleitorais. No meu caso, sempre compareci as urnas não porque eu era e continuo sendo obrigada, mas porque eu tinha convicção nas propostas de determinados políticos. Sem falar que, caso eu não comparecesse, perderia vários direitos civis, inclusive o de renovar o meu passaporte. Não nego.
Em 2010, por exemplo, compareci as urnas, como sempre. E não fiz isso apenas porque era obrigada não. Se não o fosse, teria comparecido do mesmo jeito, pois estava determinada a votar em Marina Silva – à época, do Partido Verde-PV –, candidata a presidente do Brasil – um voto politicamente consciente, eu diria. Tanto que, como o meu domicílio eleitoral é em Brasília e, à ocasião, eu me encontrava ausente, fiz questão de me deslocar de onde eu estava para votar. O detalhe é que só votei em Marina, anulando os demais candidatos a deputado distrital, federal e senador – não me apeteciam. Enfim! Gostaria de dizer que, por mais que não engula a maioria dos políticos brasileiros, eu só ainda não lancei o meu título eleitoral as chamas da minha inquisição porque, em 2014, quero voltar a votar em Marina para presidir o Brasil e porque acredito que, um dia, o comparecimento as urnas passará a ser facultativo.
Nathalie Bernardo da Câmara
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