ONDE ESTE MUNDO VAI PARAR?
“Por simples bom senso, não acredito em Deus...”.
Charles Chaplin (1889 - 1977)
Mímico, roteirista, ator, diretor e produtor britânico
A pedofilia não é um tema nada simpático, embora deva ser abordado por todos aqueles que têm um mínimo de sensatez, na expectativa de que, de alguma forma, as autoridades ditas competentes tomem alguma providência para coibirem tal abuso, punindo seriamente os acusados. Desse modo – infelizmente –, volto ao tema em menos de dez dias. No dia 31 de dezembro de 2011, postei o texto Esperar um 2012 diferente?, no qual divulguei a prisão, um dia antes, de um padre da Igreja São Francisco de Assis, suspeito de abusar sexualmente de crianças de uma comunidade rural do Jardim Botânico, no Distrito Federal –, devido à ocorrência de alguns outros casos dessa prática que, para a psicanálise, é considerada uma perversão sexual. Felizmente, de um tempo para cá, casos de pedofilia estão ganhando maior visibilidade na mídia nacional e internacional, sobretudo os de padres da Igreja católica envolvidos em escândalos dessa natureza.
Ocorre que não são apenas religiosos católicos a ocuparem as manchetes dos jornais e de demais veículos de comunicação. Pastores evangélicos também o são, sem falar nas pessoas ditas comuns, civis. Esta semana, por exemplo, o Distrito Federal mais uma vez evidenciou-se na mídia nacional por outro caso de pedofilia cometido por um religioso. Na quinta-feira, 05, um pastor da igreja Batista Pentecostal Jeová Jireh, em Vicente Pires, foi denunciado por abusar de uma criança de apenas oito anos de idade. Preso por policiais civis, ele aguarda julgamento. Como sempre, o acusado declarou que tudo não passou de um mal entendido, sendo que ele é igualmente alvo de outro inquérito, envolvendo um garoto de onze anos de idade. Segundo o G1, “o delegado-adjunto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Rogério Cunha”, teria concedido uma entrevista coletiva explicando o caso, investigado, inclusive, há seis meses.
No entanto, muitos sabem que a pedofilia não é exclusiva de religiosos, independentemente da crença que proferem. Existem também pedófilos civis. Tanto que, no dia 31 de dezembro de 2011, veio à tona outro caso. No município de Senador Canedo, em Goiás, uma mãe foi ouvida por um delegado devido a sua conivência com a perversão do seu companheiro, já que, por cinco vezes – o que se sabe –, ela o filmou estuprando a sua filha de oito anos de idade. Quem denunciou? Os vizinhos, que, não se sabe como, tiveram acesso a algumas fitas gravadas, tudo indicando que outras tenham sido deletadas pela mãe da vítima, que, provavelmente para poder se safar das acusações, alegou ter sido ameaçada pelo acusado. Em vão! A mulher foi indiciada pela coparticipação do crime, enquanto a vítima já está sendo beneficiada por um acompanhamento psicológico bancado pelo Estado, devendo ficar sob a guarda do pai biológico. Que o seja!
Isso sem falar que, em dois dias, um caso similar foi notificado no mesmo município. Outra mulher filmou o companheiro violentando uma filha natural de vinte anos de idade com deficiências físicas e intelectuais. Nesse caso, o homem foi preso de imediato. Outro exemplo de abuso sexual? Segundo, ainda, o G1, no município do Novo Gama, também em Goiás, um homem foi detido, no bairro Pedregal, por abusar sexualmente de uma criança de nove anos de idade na noite da última quarta-feira, 04. De acordo com as informações divulgadas, a irmã da vítima presenciou o fato e ligou para a polícia, que prendeu o agressor em flagrante. A Polícia Militar acredita que o referido agressor era reincidente. Agora, está preso na delegacia de Céu Azul, município do entorno do Distrito Federal. Ocorre que os casos citados aconteceram, como já foi dito, em menos de dez dias. O que dirá, então, dos casos não denunciados neste país de dimensões continentais!
Sei não, mas acho que, no caso dos religiosos, muitos levam ao pé da letra – obviamente que de maneira deturpada – a máxima atribuída a Jesus Cristo, que teria dito: — Vinde a mim as criancinhas. O fato é que, seja o abuso sexual cometido por religiosos ou civis, ninguém tem o direito de violentar a infância nem a adolescência de jovens, sendo a prática da pedofilia doentia. Por mim, pedófilos deveriam receber a pena máxima – sem clemência –, já que são incorrigíveis. E defendo que, da mesma forma que, por lei, os políticos deveriam, independentemente de possuírem ou não um curso superior, fazerem, digamos, uma especialização em gestão pública – no mínimo aprenderiam o que é ética, embora ética seja algo intrínseco ao caráter de alguém – para poderem exercer a função, toda e qualquer pessoa que pretende seguir a carreira religiosa deveria se submeter a exames psicológicos para que o grau da sua normalidade seja avaliado.
Casos de pedofilia? Não hesite! Denuncie: disque 100.
Nathalie Bernardo da Câmara
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