quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FIM DO CARNAVAL E DO HORÁRIO DE VERÃO: O BRASIL ADENTRA AGORA NAS MALHAS INSONDÁVEIS DO METRÔ DE FORTALEZA E NAS DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS AO CÓDIGO FLORESTAL


“Se alguém varre as ruas para viver deve varrê-las como Michelangelo pintava, como Beethoven compunha e como Shakespeare escrevia...”.

Martin Luther King (1929 - 1968)
Ativista político norte-americano


Felizmente, este ano, para o bem de todos e felicidade geral da nação, o carnaval caiu no mês de fevereiro. Caso contrário, se tivesse caído em março, o ano só teria iniciado em abril – imaginem o grau de apatia que abateria o Brasil. Agora, portanto, só resta aos nossos governantes encararem a realidade e as exigências da labuta diária, sem que a burocracia, por exemplo, criada pelos tolos, como diria o escritor francês Honoré de Balzac (1597 - 1654), imponha entraves para o pleno funcionamento da administração pública deste país de rumo incerto, hajam visto os desacertos cometidos por aqueles em que os brasileiros votaram nos últimos pleitos eleitorais.

Falando nisso, em recente visita ao Ceará, onde foi anunciar novos investimentos para a conclusão do metrô de Fortaleza, la presidenta Dilma Rousseff não fez que um discurso que mais lembrou os que são feitos em vésperas de eleições – oportunidade em que o jornalista Augusto Nunes questionou a funcionalidade dos seus neurônios. Segundo a jornalista brasileira Júlia Rodrigues, “vinte e cinco anos depois da aprovação do projeto, mais de 13 depois do início das obras, o metrô de Fortaleza não transportou até hoje um único passageiro. Mas as promessas não param de percorrer trilhos imaginários que saem dos palanques e não levam a lugar nenhum”.

À ocasião, la presidenta desabafou: — Eu preciso de parceiros.

Augusto Nunes, ironizando o apelo, o comparou à proposta de um dado programa de televisão, apresentado pelo agente de relacionamentos Sílvio Santos, que trata de namoro e amizade. A revista britânica The Economist, por sua vez, avaliando o mandato de Dilma Rousseff, sugere que ela se afaste dos membros mais problemáticos da coalizão feita pelo seu governo, apenas reforça a súbita necessidade de novos enlaces manifestada pela capitã da nau Brasil. Ocorre que, apesar da nova ambição de Dilma Rousseff, é como diria José Saramago (1922 - 2010), sábio escritor português: — Sem idéias, não vamos à parte alguma...

Falando em idéias, a Frente Parlamentar Ambientalista e o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável do Congresso realizaram, nesta terça-feira, 28, o seminário Código Florestal - o que diz a ciência e o que nossos legisladores ainda precisam saber, com o objetivo de discutir os impactos negativos das mudanças propostas para o documento. Presente ao evento, a ambientalista Marina Silva tachou de “farsa” as emendas ruralistas ao novo texto do referido código, que, aprovado pelo Senado, ainda precisa ser votado pela Câmara dos Deputados. Já para o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), as emendas não passam que “um jogo de cena”, pois se traduzem num retrocesso.

No seminário, polêmico, onde os ânimos dos participantes em nada lembraram as palavras pacificadoras do ativista indiano Gandhi (1869 - 1948), foi lançada uma campanha de apelo – espero que profícua – à la presidente Dilma Rousseff, na esperança – espero que não vã – de que ela vete os pontos aprovados pelo Senado que, no entender dos ambientalistas, permitem o desmatamento e concedem anistia aos responsáveis. Enfim! O projeto que altera o Código Florestal foi aprovado na Câmara Federal em 2011, mas o Senado modificou o texto aprovado pelos deputados. Assim sendo, a proposta deverá ser novamente submetida à votação pela Câmara ainda este ano. Que qüiproquó!

Nathalie Bernardo da Câmara


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