segunda-feira, 29 de junho de 2015

A RAINHA DO BRASIL E A DAMA DOS EUA

Dois episódios ocorridos na semana passada: um no Brasil, que revelou os conhecimentos arqueológicos da “mulher sapiens” mor, criando uma nova categoria para a evolução humana, e a sua paixão por um tubérculo 100% nacional, ou seja, a mandioca, cujo nome científico é Manihot esculenta Crantz, e o outro nos Estados Unidos, que, por uma decisão surpreendente da sua Suprema Corte, legalizando o casamento civil de pessoas do mesmo sexo, de certa forma “lavou a alma” de mentes e corações livres de todo o mundo e, ao mesmo tempo, sacolejou, incomodando, o conservadorismo dos demais.


No Brasil...

Cartum de Sponholz e um quarteto do também artista Céllus: Sob um varonil céu de um plúmbeo azul/Se entumece a era da mandioca lascada/Tão sem dó, sem piedade, e nem descascada/a toda enfiada, no recôndito âmago do teu sul

A Rainha do Brasil, já dizia o folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo (1898 - 1986), em seu livro A História da alimentação no Brasil (1967), referindo-se ao “pão dos pobres”, ou seja, à mandioca – tubérculo também conhecido como: aipim, candinga, castelinha, macamba, macaxeira, mandioca-brava, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca, uaipi e xagala – tudo varia das regiões brasileiras e dos seus dialetos.


Durante o seu discurso no lançamento dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (23), em Brasília, que ocorrerão entre os dias 23 de outubro e 1º de novembro do corrente, em Palmas (TO), com a presença de dois mil atletas de mais de 30 países, a presidente Dilma Rousseff surpreendeu com uma inusitada saudação apologética a mandioca, “uma das maiores conquistas do Brasil”, que seria a base da alimentação tupiniquim, bem como quando comparou a criatividade indígena à evolução da espécie humana, fazendo alusão a uma bola artesanal, feita com folhas de bananeira e chamada de Ki, que recebeu do índio Marcos Terena, articulador do evento esportivo – ao longo da cerimônia, não desgrudando-se do presente made in Nova Zelândia e num repente de ludismo impressionante, sob os efeitos, quiçá, de uma “reza” indígena, Dilma Rousseff sentenciou: ― Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos aqueles que têm a capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui. O importante não é ganhar e sim celebrar. Isso que é a capacidade humana, lúdica, de ter uma atividade cujo o fim é ele mesmo, a própria atividade. Esporte tem essa condição, essa benção, ele é um fim em si. (...) Então, para mim, essa bola é o símbolo da nossa evolução, quando nós criamos uma bola dessas, nos transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens...


E os cartunistas deliciaram-se

 Cartum de Son Salvador



 Cartum de Lutte


Nos EUA...

Duas charges com a mesma excelente ideia sobre a aprovação do casamento gay nos EUA – Kevin Siers (Charlotte Observer) e Nate Beeler (Washington Examiner).


Na sexta, 26, a Suprema Corte dos Estados Unidos votou a favor do casamento gay em todo o território norte-americano – a decisão histórica fez os EUA entrar para a lista... O primeiro país a legalizar o casamento de pessoas entre o mesmo sexo foi a Holanda, em 2001. Na sequência, Bélgica (2003); Espanha e Canadá (2005); África do Sul (2006); Noruega (2009); Portugal, Argentina e Islândia (2010); Dinamarca (2012); Brasil, Uruguai, Nova Zelândia e França (2013); Inglaterra, País de Gales, Escócia e Luxemburgo (2014), Irlanda (2015).


E a pergunta que não quer calar:

Cartum de Mariano


Novas piadas virão...

Nathalie Bernardo da Câmara


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