Dois episódios ocorridos
na semana passada: um no Brasil, que revelou os conhecimentos arqueológicos da “mulher
sapiens” mor, criando uma nova categoria para a evolução humana, e a sua paixão
por um tubérculo 100% nacional, ou seja, a mandioca, cujo nome científico é Manihot esculenta
Crantz, e o outro nos Estados
Unidos, que, por uma decisão surpreendente da sua Suprema Corte, legalizando o
casamento civil de pessoas do mesmo sexo, de certa forma “lavou a alma” de
mentes e corações livres de todo o mundo e, ao mesmo tempo, sacolejou,
incomodando, o conservadorismo dos demais.
No Brasil...
Cartum de Sponholz e um quarteto do
também artista Céllus: Sob um varonil céu de um plúmbeo azul/Se entumece
a era da mandioca lascada/Tão sem dó, sem piedade, e nem descascada/a
toda enfiada, no recôndito âmago do teu sul
“A Rainha do Brasil”, já dizia o folclorista brasileiro Luís da
Câmara Cascudo (1898 - 1986), em seu livro A História
da alimentação no Brasil (1967), referindo-se ao “pão dos
pobres”, ou seja, à mandioca – tubérculo também conhecido como: aipim,
candinga, castelinha, macamba, macaxeira, mandioca-brava, mandioca-doce,
mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa,
pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca, uaipi e xagala – tudo varia
das regiões brasileiras e dos seus dialetos.
Durante
o seu discurso no lançamento dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (23), em
Brasília, que ocorrerão entre os dias 23 de outubro e 1º de novembro do
corrente, em Palmas (TO), com a presença de dois mil atletas de mais de 30
países, a presidente Dilma Rousseff surpreendeu com uma inusitada saudação apologética
a mandioca, “uma das maiores conquistas do Brasil”, que seria a base da
alimentação tupiniquim, bem como quando comparou a criatividade indígena à
evolução da espécie humana, fazendo alusão a uma bola artesanal, feita com
folhas de bananeira e chamada de Ki, que recebeu do índio Marcos Terena, articulador
do evento esportivo – ao longo da cerimônia, não desgrudando-se do presente made in Nova Zelândia e num repente de
ludismo impressionante, sob os efeitos, quiçá, de uma “reza” indígena, Dilma
Rousseff sentenciou: ― Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos aqueles que têm a
capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui. O importante não é
ganhar e sim celebrar. Isso que é a capacidade humana, lúdica, de ter uma
atividade cujo o fim é ele mesmo, a própria atividade. Esporte tem essa
condição, essa benção, ele é um fim em si. (...) Então, para mim, essa bola é o
símbolo da nossa evolução, quando nós criamos uma bola dessas, nos
transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens...
E os
cartunistas deliciaram-se
Cartum de Son Salvador
Cartum de Lutte
Nos EUA...
Duas charges com a mesma excelente
ideia sobre a aprovação do casamento gay nos EUA – Kevin Siers (Charlotte
Observer) e Nate Beeler (Washington Examiner).
Na sexta, 26, a Suprema Corte
dos Estados Unidos votou a favor do casamento gay em todo o território
norte-americano – a decisão histórica fez os EUA entrar para a lista... O
primeiro país a legalizar o casamento de pessoas entre o mesmo sexo foi a
Holanda, em 2001. Na sequência, Bélgica (2003); Espanha e Canadá (2005);
África do Sul (2006); Noruega (2009); Portugal, Argentina e Islândia (2010);
Dinamarca (2012); Brasil, Uruguai, Nova Zelândia e França
(2013); Inglaterra, País de Gales, Escócia e Luxemburgo (2014), Irlanda (2015).
E a pergunta que não quer calar:
Cartum de Mariano
Novas piadas virão...
Nathalie Bernardo da Câmara
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