“Quanto menor o coração, mais ódio carrega...”.
Victor Hugo (1802 - 1885), escritor
francês.
Levy Fidelix ofende gays em
debate e causa revolta nas redes sociais
Hastag #LevyVocêÉNojento
figurou
em primeiro lugar nos tópicos do Twitter Brasil
O Globo – 29/09/2014
Por Tiago Dantas e Danilo Motta
SÃO PAULO — O candidato Levy Fidelix (PRTB) provocou revolta nas
redes sociais ao ser questionado por Luciana Genro (PSOL) sobre suas propostas
para a população LGBT. Durante o terceiro bloco do debate da TV Record, na
noite deste domingo, ele defendeu "tratamento psicológico" a gays e
declarou que não quer os votos deles. Logo após o debate, a hashtag
#LevyVocêÉNojento figurou em primeiro lugar nos tópicos mais comentados do
Twitter Brasil, tendo rendido mais de 11 mil menções desde o momento em que
começou a ser usada na rede.
— Olha, minha filha, tenho sessenta e dois anos. Pelo que eu vi na
vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais, digo mais: desculpe, mas
aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso. Mas não podemos jamais,
gente... eu, que sou pai de família, um avô, deixar que tenhamos esses que aí
estão achacando a gente no dia dia querendo escorar essa minoria a maioria do
povo brasileiro (sic). Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui
escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas eu,
um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua
seu neto.
Ele também associou a homossexualidade à pedofilia: — E vamos
acabar com essa história. Eu vi agora o padre, o santo padre, o Papa, expurgar
do Vaticano um pedófilo, e fez muito bem. Está certo. Nós tratamos a vida toda
com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar realmente um bom
caminho familiar. Então Luciana, eu lamento muito. Que façam um bom proveito se
querem fazer de continuar como estão, mas eu, presidente da República, não vou
estimular a união homoafetiva. Se está na lei, que fique como está.
Na réplica, Luciana Genro declarou que é a candidata que defende
"todas as famílias": — Estou defendendo todas as famílias. Não
importa se são dois homens e duas mulheres. O que importa é que as pessoas se
amem.
Na tréplica, Fidelix voltou à carga: — Luciana, você já imaginou
que o Brasil tem 200 milhões de habitantes? Se começarmos a estimular isso aí
daqui a pouco vai reduzir pra 100. Vai pra Paulista e anda lá e vê. É feio o
negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos
enfrentar essa minoria, vamos enfrentá-los! Não ter medo de dizer que sou pai,
mamãe, vovô! E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente
sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem
longe mesmo porque aqui não dá.
Devido aos comentários do candidato, alguns perfis nas redes estimularam
seus seguidores a formalizar denúncias em órgãos públicos, como o Ministério
Público Federal ou o Dique 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
O atraso do atraso
“Época
triste a nossa: é mais fácil quebrar um átomo do que o preconceito...”.
Albert Einstein
(1879 - 1955), físico alemão naturalizado suíço, depois norte-americano.
Após declarações homofóbicas, Levy Fidelix vai pedir proteção à PF
Comitê de campanha em SP amanheceu com portas fechadas e segurança privada na porta
O Globo – 29/09/2014
Por Renato Onofre
e Julianna Granjeia
SÃO
PAULO - Após fazer declarações homofóbicas durante o penúltimo debate
presidencial, o candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, vai pedir
proteção à Polícia Federal nesta reta final das eleições. No domingo à noite,
Fidelix atacou a comunidade LGBT, gerando uma série de protestos nas redes
sociais. Coletivos contra a homofobia já anunciaram que vão fazer atos contra o
candidato. No comitê de campanha da legenda, na Alameda dos Tupiniquins, em
Moema, Zona Sul de São Paulo, os portões permanecem fechados com segurança
privada na porta: — Tudo que eu tinha para falar eu já falei ontem — se limitou a
dizer no final da tarde Fidelix.
Segundo o advogado Marcelo Duarte, que
representa o candidato, Levy Fidelix não irá se pronunciar sobre o assunto.
Duarte anunciou que o pedido é para garantir a segurança de Fidelix: — Como
candidato, ele tem este direito. Até hoje ele não o fez por não achar
necessário, mas as circunstâncias mudaram. – explicou o advogado, afirmando que
o candidato não vai se retratar sobre a questão. – Não há do que se retratar.
Meu cliente disse que prefere eles de um lado e ele do outro. Isso não é crime.
Durante o debate da rede Record, a
candidata Luciana Genro (PSOL) questionou o candidato sobre as políticas
públicas dele para sobre união homoafetiva e políticas públicas relacionadas à
comunidade LGBT. Levy polemizou ao relacionar homossexualidade à pedofilia na
resposta: — Aparelho excretor não reproduz. Como é que pode
um pai de família, um avô ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto?
Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara,
que instrua seu filho, que instrua seu neto. Vamos acabar com essa historinha.
Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano, um
pedófilo. Está certo! Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que
nossos filhos possam encontrar realmente um bom caminho familiar.
Durante todo o dia, grupos de direitos LGBT se manifestaram contra as posições defendidas por Levy.
Desde o início da manhã desta
segunda-feira, Levy Fidelix está isolado no segundo andar da sede nacional do
PRTB. O vai e vem de assessores e colaboradores é intenso. O medo de
represálias fez com que todas as placas e propagandas instaladas próximos ao
imóvel da Alameda dos Tupiniquins fossem retiradas.
Os carros do candidato que estavam
estacionados na rua foram recolhidos à garagem da sede do PRTB. Pelo menos
outros quatro carros estacionados na via tiveram sua propaganda removida. Uma
placa de um metro e meio posicionada na frente da entrada principal do imóvel
com a imagem de Fidelix com sua filha Lívia, candidata à Câmara dos Deputados
foi guardada.
O candidato do PRTB, que defendeu
posições homofóbicas durante o penúltimo debate presidencial realizado no
domingo à noite, só está recebendo os aliados mais próximos. Oficialmente, a
restrição é por conta da data. Segundo funcionários da legenda, hoje, Levy está
fechando pessoalmente as contas da campanha.
DENÚNCIAS
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e
a candidata à presidência da República do PSOL, Luciana Genro, protocolaram
nesta segunda-feira representações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo
a cassação do registro de candidatura do presidenciável Levy Fidelix (PRTB) e
punição por homofobia.
Em sua denúncia, o PSOL diz que Levy
“incitou a violência e a discriminação contra a população LGBT por meio de
verdadeiro discurso de ódio e ofensa à coletividade LGBT”. Já a OAB diz que o
discurso do presidenciável configura crime eleitorai e contra a paz pública. Outros presidenciáveis também se pronunciaram sobre a
fala de Levy nesta segunda-feira.
A Defensoria Pública de São Paulo recebeu quatro denúncias entre domingo e segunda. O Núcleo Especializado de Combate a Discriminação, Racismo e Preconceito do órgão ainda está analisando o caso. No entanto, a assessoria informou que a opinião dos defensores é de que houve homofobia e crime de ódio. O núcleo estuda se usará a legislação eleitoral ou estadual, como a lei 10.948/2011 de São Paulo, que dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual, para acionar o candidato.
O braço eleitoral do Ministério Público
Federal também está analisando o caso. Neste domingo, internautas divulgaram o
site do MPF para que fossem feitos registros de denúncias ao órgão. A
assessoria do MPF informou que recebeu "várias denúncias" vinda de
todo o país pelo canal de atendimento ao cidadão e, por o sistema não ser
unificado, ainda não há um levantamento do número total de reclamações.
O MPF também informou que não houve
crime eleitoral nas afirmações de Levy. Entretanto, as denúncias estão sendo
analisada "para verificar se as falas podem incorrer em crimes em outras
esferas (criminal, cível, etc)".
Era uma vez Idade Média...
“Há homens cujo ódio nos glorifica...”.
Denis Diderot (1713 - 1784), escritor francês.
Candidatos reagem, com
atraso, às declarações homofóbicas de Levy Fidelix
Aécio e Marina alegam
que não podiam se manifestar na hora devido às regras do debate
O Globo – 29/09/2014
Por Márcio Beck / Silvia Amorim / Leonardo Guandeline /
Letícia Lins (enviada especial) / Arthur
Fernandes
RIO, SÃO PAULO e CARUARU (PE) - Os
candidatos à Presidência da República reagiram nesta segunda-feira ao discurso
homofóbico feito pelo candidato do PRTB, Levy Fidelix, em debate realizado pela
Rede Record, que não foi contestado imediatamente por nenhum dos
adversários. Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV),
Luciana Genro (PSOL) e Marina Silva (PSB) condenaram a postura de Fidelix, que,
ao responder a uma pergunta de Luciana Genro sobre união homoafetiva, defendeu
“tratamento psicológico” para homossexuais, declarou não querer os votos de
pessoas que não são heterossexuais e disse ainda que a "maioria"
deveria "enfrentar a minoria". Os candidatos do PV e do PSOL pediram
punição a Fidelix.
O primeiro a se manifestar foi Eduardo
Jorge. Pouco após o fim do debate, ainda de madrugada, ele postou no Twitter
sua crítica.
Hoje vocês
viram o quanto é necessário uma legislação que criminalize a
homo/lesbo/transfobia, equiparando-as aos crimes de racismo né?
— A posição do PV todos já conhecem,
somos a favor de equiparar a homofobia a crime de racismo. Para nós, mesmo sem
essa legislação explicitamente aprovada no congresso, julgamos que cabe o
processo por incitação à violência e preconceito. O jurídico do PV também está
estudando para amanhã (terça-feira) uma ação no TSE – afirmou Eduardo Jorge, no
comunicado.
A candidata do PSOL, Luciana Genro, fez
uma representação ao TSE, junto com o deputado Jean Wyllys, do mesmo partido,
pedindo que Fidelix “seja punido, nos termos da legislação eleitoral, por
ter incitado o ódio e a violência contra a população LGBT em seu pronunciamento
no debate”.
“A nossa candidatura é a única que está
pautando constantemente a defesa dos direitos LGBT. E a fala odiosa do
candidato Levy Fidelix chamou a atenção do Brasil inteiro para o silêncio dos
três candidatos mais bem colocados nas pesquisas a respeito da homofobia e da
necessidade de se garantir, em lei, o casamento civil igualitário e de se
combater, a partir da educação nas escolas, qualquer tipo de discriminação”,
disse Luciana Genro, em comunicado.
DILMA: 'STF FOI DEFINITIVO'
Em coletiva para a imprensa em hotel em
São Paulo, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender que a homofobia seja
criminalizada no Brasil: — O meu governo e eu, pessoalmente, sou contra a
homofobia e acho que o Brasil atingiu um patamar de civilidade que nós, a
sociedade brasileira e o governo, não podemos conviver com processos de discriminação
que levem à violência. – disse a presidente. – No que se refere às relações
estáveis entre pessoas do mesmo sexo, o Supremo Tribunal Federal foi claro e
definitivo. Leis, neste país, e decisões do Supremo existem para serem
cumpridas. E nós temos de cumprir esta que declarou que a união estável entre
pessoas do mesmo sexo garante às pessoas todos os direitos civis, tais como
herança, adoção e todos os demais – acrescentou.
Dilma, que ainda nesta segunda-feira
deve se reunir com lideranças defensoras dos direitos homossexuais, no entanto,
não rejeitou um eventual pedido de apoio a Fidelix em um segundo turno: — Meu
palanque ainda não foi concluído. Estou no primeiro turno e não vou fazer
aquela precipitação, que é achar que tudo já foi resolvido. Eu respeito o voto.
Então, só falo em segundo turno depois do voto depositado na urna e computado,
contadinho. Aí a gente discute o que vocês quiserem.
AÉCIO: ‘SEM SENTIDO E EQUIVOCADA’
Antes de fazer uma caminhada no centro
comercial de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Aécio Neves classificou a
fala de Fidélix como “lamentável”: — Quero expressar nosso repúdio absoluto
àquela declaração. Como já disse, qualquer tipo de discriminação é crime.
Homofobia também. – disse.
Em atividade de campanha em seu estado
natal, Minas Gerais, em Uberlândia, pela tarde desta segunda-feira, o tucano
voltou a responder sobre a polêmica. O tucano disse não considerar que as
ofensas aos gays proferidas por Fidelix tenham dado a tônica ou tenham
interferido no conteúdo dos demais concorrentes no penúltimo debate presidencial
neste primeiro turno: — Foi uma participação (de Levy Fidelix) sem sentido e
equivocada, mas é exagero dizer que ofuscou o debate. Reitero o que já disse:
homofobia é crime, como qualquer outro tipo de discriminação, e assim deve ser
tratada.
O candidato Aécio Neves afirmou que não
teceu críticas aos comentários do adversários, logo após as afirmações de Levy
Fidelix, devido ao formato do debate. Questionado pela reportagem de O Globo,
ele também indagou sobre como poderia ter se manifestado durante o debate: —
Como? Me sugere. Me fala como? Não era a minha vez de falar, eu não podia
falar. Estou manifestando aqui agora.
MARINA: 'DECLARAÇÃO INACEITÁVEL'
Durante evento em Caruaru, onde foi
reforçar a campanha de Paulo Câmara (PSB), Marina Silva também alegou que não
pode interferir no momento devido às regras do debate: — A declaração dele foi
inaceitável do ponto de vista da completa intolerância com a diversidade social
e cultural que caracteriza o nosso país.
Para ela, o candidato faltou com o
respeito que se deve ter com as pessoas independentemente de condição social,
de cor e orientação sexual. A candidata do PSB disse ainda que a Rede está
avaliando as declaração com os advogados e está estudando entrar com
representação na Justiça: — As declarações são de fato homofóbicas e inaceitáveis
em qualquer circunstância. – disse, acrescentando que ninguém deve aceitar a
incitação ao desrespeito e à violência contra integrantes da comunidade LGBT ou
contra qualquer pessoa.
Link do
Ministério Público para encaminhar denúncias.
Valeu Levy Representou bem Borga não Reproduz soa Bixas pçao com ovo ficam loucas. kkkkk
ResponderExcluir