Por
Evaldo Alves de Oliveira, médico pediatra
e homeopata, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Norte.
Há doze anos trabalhando como
Médico Auditor, esta semana surpreendi-me com a solicitação de um inusitado
procedimento terapêutico: quesoterapia. Confesso que sequer entendia o
significado deste termo.
Em busca de dados referentes a
essa inusitada forma de tratamento, deparei-me com um site espanhol que dizia:
Desfrute do queijo com os cinco sentidos. O tratamento proposto consiste em
aspergir o queijo em todo o corpo, e fazer com que o queijo penetre na
respiração, nas entranhas. Quando todo o corpo estiver com uma cor
amarelo-limão, introduz-se o corpo em uma sauna com fogo baixo, até que todo o
queijo se derreta lentamente e forme uma estranha mistura, uma nuvem de queijo,
e o corpo será uma mozzarella uniforme, um rio de aromas que se
expande e escorrega sem limites fixos, para criar novas formas de ser humano.
Quando o corpo estiver pegajoso, colocamo-lo em uma cama e acrescenta-se amor
por 5 horas seguidas, até que o corpo retorne a uma forma pura, sem moldes que
o contenham.
Ao que parece, trata-se de um
procedimento no qual o indivíduo é coberto por uma fina camada de queijo, e seu
corpo fica exposto ao contato com os elementos que compõem esse maravilhoso
produto alimentar, seguido por massagens.
Em casa, imaginando tal
proposta terapêutica para os males do estresse, da angústia e da ansiedade,
cheguei ao nível do quase riso, ao lembrar da tarde que acabara de passar na
companhia do meu neto de 14 meses.
A doçura que emanava daquele
olhar, a atmosfera de afetividade com que aquele irresistível par de olhinhos
cor de mel tocava minha alma, aquele sorriso maroto carregado com a aura da
renovação, aquela tez macia, tenra, com cheiro de terra molhada, aquela
cabecinha recostada ao meu peito, nos momentos do pré-sono, funcionam como
células tronco para minha alma, gerando conforto e propiciando novas formas de
renascimento. Aqui, sim, um novo ser humano.
Pronto. A Netoterapia poderia,
com grandes vantagens, substituir a quesoterapia proposta por aquele colega
médico para tentar acalentar o coração de almas inquietas, mentes ansiosas,
depressões em formatação. E ainda põe em movimento seus músculos, suas
articulações e sua respiração, melhorando, as condições desse velho coração. Em
todos os sentidos.
Tudo isso a custo zero.
(22/08/2012)
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