quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

1º DE DEZEMBRO: DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS



“A AIDS não tem preconceito. Você também não deve ter...”.

Tema da campanha nacional lançada hoje,
no Brasil, pelo Ministério da Saúde



Chega-me de Portugal um release divulgando que, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS, a Liga Portuguesa contra a SIDA (sigla, em inglês, para síndrome da imuno-deficiência adquirida) - LPCS comemora a data promovendo a inusitada ação 20 anos, 20 laços, que foi a entrega a estilistas portugueses de vinte laços, representando os vinte anos de existência da organização, a fim de serem criadas peças de moda, dando ao símbolo da AIDS um cunho artístico, a serem expostas publicamente a partir de hoje. Como se sabe, “o laço vermelho simboliza a preocupação com a infecção VIH/SIDA, a importância da sua prevenção e a necessidade de apoiar pessoas infectadas e afectadas”, diz a presidente da LPCS, Eugénia Saraiva. E ela prossegue: “É nosso objectivo que o laço vermelho se torne moda porque queremos que se volte a falar de SIDA e prevenção”.

O laço vermelho, por sua vez, foi criado em abril de 1991 pela Visual AIDS, de New York, a partir da contribuição de artistas da organização, que idealizaram o símbolo desde então adotado e adaptado, com diversas variações, por milhões de pessoas no mundo. Durante o evento de hoje, ainda o lançamento do carimbo comemorativo concedido pelos CTT – Correios de Portugal, assinalando os vinte anos da LPCS. No Brasil, a data começou a ser comemorada nacionalmente a partir de 1988, um ano após ser escolhida pela Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas - ONU, que, este ano, aliás, decidiu que o país sediasse as comemorações do Dia Mundial de Luta contra a AIDS. No lançamento da campanha, ocorrido hoje, no Itamaraty, em Brasília, o presidente Lula foi homenageado e, em nome de todos os brasileiros, agradeceu a ONU pela escolha.

À oportunidade, portanto, do lançamento da campanha, cujo alvo primordial são os jovens de quinze a vinte anos de idade, considerando que 40% dessa faixa etária já declarou não usar preservativos – percentual tido, inclusive, como elevado e, consequentemente, motivo de preocupação para as autoridades –, oito jovens soropositivos relataram a sua experiência de como é viver, ainda com pouca idade, com a AIDS e o preconceito. O Ministério da Saúde, por sua vez, apresentou dados do Boletim Epidemiológico 2010, divulgando o atual panorama das infecções no Brasil, país onde seiscentas e trinta mil pessoas estão infectadas com o vírus HIV, ressaltando que o número é estimado, pois apenas os casos de soropositivos que tomam medicamentos antirretrovirais são notificados. O grave é que, desse total, cerca de duzentas e trinta mil pessoas desconhecem o fato de serem soropositivas.

Daí a importância e necesidade da realização de testes periódicos que possibilitem o diagnóstico do contágio e/ou da doença, sobretudo após exposições a situações de risco: o uso compartilhado de seringas por usuários de drogas ou relações sexuais sem camisinha, por exemplo, embora o ideal mesmo seja a adoção de comportamentos seguros de prevenção. Outra informação fornecida pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde foi a de que, de 1980 a junho de 2010, já foram, ao todo, notificados quinhentos e noventa e dois mil, novecentos e quatorze casos de AIDS no Brasil, sendo que, ao longo desse período, mais de duzentas e vinte mil mortes ocorreram em decorrência da doença. A campanha, portanto, consiste em uma exposição fotográfica intinerante, cujo tema é Somos iguais. Preconceito não., protagonizada por quinze jovens soropositivos e doze artistas.

São eles: Bruno Gagliasso, Marcello Antony, Luana Piovani, Reynaldo Gianecchini, Cris Vianna, Rodrigo Santoro, Heloísa Périssé, Fábio Assunção, Carolina Ferraz, Adriana Esteves, Eduardo Moscovis e Milena Toscano. A exposição, que percorrerá as capitais brasileiras, foi inicialmente montada em Brasília, onde deverá ficar até o dia 25 de dezembro. Enfim! Segundo a técnica do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Nara Vieira, “a idéia é demonstrar que amor, carinho e respeito não transmitem AIDS”, alertando que “o preconceito ainda é um grande desafio para o enfrentamento da epidemia e desenvolvimento de políticas de prevenção”. Desse modo, se o combate à disseminação do vírus HIV e o controle dos casos de AIDS no Brasil encontram resistência por parte de preconceitos, vamos, então, confrontá-los mais energicamente e de maneira eficaz!


Nathalie Bernardo da Câmara


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