sábado, 12 de fevereiro de 2011

DE TROVA EM TROVA...


“Não me sinto apegada à carreira musical...”.

Adriana Calcanhotto,
compositora e cantora brasileira,
em declaração à imprensa.



Um privilégio o de assistir a um show da talentosa Adriana Calcanhotto – coisa rara. No caso, nesta sexta-feira, 11, em Natal, primeira cidade do Nordeste que ela elegeu para se deliciar com Trobar nova, tema de uma tournée, homenageando cancioneiros medievais, que, inclusive, a Europa já conheceu antes mesmo de nós. Enfim! Sempre impecável, apesar de uma lesão na mão, que a impediu de tocar o seu habitual violão, sendo, portanto, por essa temporária limitação, acompanhada pelo violinista brasileiro Davi Moraes, Calcanhotto soltou, apenas, a voz. E que voz! Sem falar do envolvimento da platéia, que, por sua vez, emocionada, também cantou, interagindo com a artista, em sintonia. De fato, um espetáculo! Dos melhores.

O curioso – não pude deixar de remarcar – foi o figurino escolhido pela jovem para o show: uma espécie de manta verde sobre um vestido belíssimo! Só que, ao tirar a manta, o reverso, digamos, era amarelo. Para o meu gosto, nacionalismo demais – uma bandeira do Brasil estilizada, embora eu não saiba em quem, desta vez, ela votou. Afinal, quando a conheci, em 1993, ela fazia campanha para Roberto Freire, candidato pelo Partido Comunista Brasileiro - PCB para presidente do Brasil. À época, eu era do PCB - deixa para lá... Bom! A intelectualidade da artista, se metamorfoseando entre o público adulto e infantil, é notória e genial. Sem falar que, mesmo sem querer, ela passa o recado. Agradeço pela luz que recebi, com brilho, em um camarote qualquer...


Nathalie Bernardo da Câmara

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