terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

LOBO MAU À SOLTA...


“Luz, quero luz...”.

Chico Buarque
Compositor e cantor brasileiro



“Não houve apagão. Houve interrupção provisória de energia elétrica”, declarou, nesta segunda-feira, 7, o ministro de Minas Energia, Edison Lobão, se referindo ao blecaute de energia elétrica que, na noite da quinta-feira, 3, se prolongando até a madrugada do dia seguinte, afetou oito (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia) dos nove Estados da região Nordeste – em alguns comprometendo o abastecimento de água –, com exceção do Maranhão, que é ligado ao sistema de eletricidade da região Norte. Na tarde desta terça-feira, 8, contudo, demonstrando insatisfação com as declarações do ministro, la presidenta Dilma Rousseff convocou-o para que melhor esclarecesse os motivos que desencadearam o apagão – supostamente, uma falha no circuito eletrônico da subestação Luiz Gonzaga, no município de Jatobá, em Pernambuco, que teria comprometido o sistema de geração de energia das usinas de Paulo Afonso, na divisa da Bahia com a Alagoas, e de Xingó, entre Alagoas e Sergipe.

O fato é que, independentemente das tentativas do ministro Edison Lobão de minimizar a gravidade do problema com retóricas típicas de um colega de partido e conterrâneo seu, o senador José Sarney (PMDB-AP), e dos puxões de orelha de la presidenta, cobrando explicações para o ocorrido no Nordeste e pedindo soluções para os problemas energéticos do Brasil, já tendo, inclusive, para isso, acelerado nomeações para cargos estratégicos do setor elétrico nacional, sem falar nos inúmeros comentários xenófobos contra nordestinos nas redes sociais, agravadas com o blecaute, não demorou muito – ironia do destino? –, um novo apagão, na tarde de hoje, quiçá outra interrupção provisória de energia elétrica, terminou por ofuscar as bases do Planalto das desilusões. Só que, desta vez, a pane elétrica, digamos, se deu na cidade de São Paulo, Sudeste do país... E o mais grave é que já andam a dizer que o apagão do Nordeste – o maior de toda a História da região, deixando mais de 47 milhões de pessoas às escuras – foi provocado deliberadamente.

Sim, a fim de evitar um de maiores proporções, que, segundo dizem os iluminados de plantão, seria a nível nacional, podendo, aliás, provocar catástrofes e danos irreversíveis. Onde seria, então, o próximo apagão? Ou os próximos? De qualquer forma, em um país como o Brasil, onde a ética, sobretudo na política, vive constantemente nas trevas – tipo a Idade Média –, que diferença faria um apagão a mais, um apagão a menos... Eu mesma, por exemplo, passei os últimos quinze dias tendo de conviver com certo apagão, que foi o do meu aparato tecnológico – ora o do meu computador, ora o da minha internet –, apenas atrasando a postagens de textos em meu blog. Tanto que uns perderam o sentido, pois eram homenagens a datas comemorativas, tais como o Dia do Carteiro, 24 de janeiro; o Dia dos Aposentados, 25, e o Dia da Saudade, 30. Porém, tão logo surja um gancho, como se diz no jornalismo, que justifique as suas respectivas postagens, irei aproveitá-los de alguma forma. Outros textos, igualmente, mas de teor político e outros, virão na seqüência...



Nathalie Bernardo da Câmara


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