TIRIRICA:
DE BEM COM O POVO...
“Os olhos são o espelho da alma...”.
Leonardo da Vinci (1452 - 1519)
Um italiano, considerado o maior dos gênios da humanidade.
Eu dava tudo para saber se a máxima é válida para quem nem nos olhos de outrem olha — estudei filosofia... Bom! Dizem que desde quarta-feira, 16, não falam outra coisa em Brasília, ou seja, o fato de Tiririca (PR-SP), eleito, democraticamente, pelo povo e, vale salientar, o deputado federal mais votado na História do Brasil, embora fazendo parte de uma coligação que incluía o PT, ter sido contrário à orientação do seu partido, bem como aos que dão sustentação ao governo de la presidenta Dilma Rousseff, porque defendeu a emenda da oposição, rejeitada em plenário, votando a favor de um salário mínimo de R$ 600, ao contrário do que foi aprovado, no valor de R$ 545 – que vergonha! Afinal, o que são R$ 5 reais a mais no bolso do povo brasileiro?
Logo depois da votação, contudo, deputados da base aliada do Executivo, inclusive os do próprio partido de Tiririca, por pouco não o conduziram à guilhotina, acusando o novato de ter votado errado apenas porque ele não votou a favor da proposta majoritária. Ora, Tiririca, que, quando quer, de palhaço não tem nada, apenas fez o que a sua consciência mandou, ou seja, votou contra algo que considerou injusto. E haja injustiça em um salário mínimo de R$ 545! O fato é que os tais parlamentares da base aliada de um tudo fizeram para evitar que o deputado federal mais votado do país desse acesso à imprensa. Só que, como é do seu feitio, Tiririca declarou: — Cá, para nós, eu votei com o povo. Eu vim de onde? Quem me colocou aqui?
Curiosamente, além de Tiririca, que foi eleito por São Paulo, mais dois deputados do PR votaram contra a orientação do partido que eles representam – ambos do Rio de Janeiro. Afora eles, muitos outros e dos mais diversos partidos também se posicionaram contrários aos desmandos e mesquinharias do governo federal. O pior é que andam a dizer que o Executivo e muitos parlamentares já estão ventilando a possibilidade de punirem os deputados federais que votaram contra a proposta governista. Opa! Isso é ditadura... Então, é ridícula a propaganda enganosa de que o Brasil vive em um regime democrático de direito. Afinal, se os deputados são representantes do povo, o que os impede de votarem no que bem entenderem?
Ou melhor, o que os impede de votarem em propostas que dizem respeito aos compromissos que assumiram com esse mesmo povo que os elegeram? Sei não, mas, depois, ainda dizem que sou de direita. De direita está sendo la presidenta Dilma Rousseff e todos os seus aliados, que só lembram do povo brasileiro em períodos de eleição – não importa qual seja ela. Tanto que, depois que uma dada eleição passa e eles são eleitos por esse mesmo povo manipulado, esquecem que representam esse mesmo povo. Isso, segundo reza o primeiro artigo da Constituição Brasileira, que diz: “Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”. Com esses governantes que aí estão? Duvido. E cito uma entrevista que, hoje, li com o meu ex-camarada Roberto Freire.
Freire, deputado federal (PPS-SP), em declaração à imprensa, se referindo ao governo de la presidenta: — A gente se depara até com situações surrealistas, como o ministro Guido Mantega [Fazenda], criticando a gestão da economia no governo passado, que foi feita por ele mesmo.
Só que, aparentemente, para aliviar o meu ego ou as minhas humildes pretensões para o povo brasileiro poder levar uma vida minimamente digna – coisa, eu soube, não dependerá de la presidenta –, o que faremos? Enfim! Tiririca, por sua vez, me parece uma pessoa sensata. E coerente. Como poucas que já passaram pelo Congresso Nacional. Afinal, sabedoria e bom senso não podem ser avaliados por diplomas acadêmicos, mas por experiência de vida e caráter. Marina Silva, por exemplo - votei nela (não nego) -, seria a minha presidenta. Sempre será. Chega! Caso contrário, eu irei rasgar um véu daqueles... Falando nisso, por onde ela anda? Preparando a sua campanha para 2014, que, aliás, para tirar o PT do poder, terá todo o meu apoio, inclusive o irrestrito – qual, mesmo? Banir Lula.
Nathalie Bernardo da Câmara
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