O APAGÃO DA ÉTICA...
“Para boa parte dos brasileiros, a ética e a honestidade tornaram-se qualidades subjetivas...”.
Cora Rónai
Jornalista brasileira
Um dos convidados da 11° edição do Fórum Social Mundial, realizada em Dakar, no Senegal, de 6 a 11 de fevereiro, foi o ex-presidente Lula, que, mal chegou ao evento, já foi tratando de atrair os holofotes para si ao criticar a cobrança de centrais sindicais do Brasil por um aumento real do salário mínimo, maior do que o proposto pelo governo federal... Quem diria! É muita mudança para um homem que, inclusive, sempre andou lado a lado com o sindicalismo brasileiro. Diga-se de passagem, o principal cabo eleitoral do jovem em toda a sua carreira política, mas que, hoje, é chamado de oportunista por aquele que nunca deixou de apoiar. Não me admira...
O debate acerca da criação do Instituto Lula e a do seu memorial, então! Ora, o que foi que o ex-presidente fez de relevante para o Brasil e para o seu povo que justifique tais fundações? Que eu saiba, nada. Afinal, a maior característica do seu governo foram as ações assistencialistas e populistas por ele implementadas. E, que eu saiba, isso não lhe dá o direito a ter um instituto nem, muito menos, a um memorial, alimentando, assim, apenas uma megalomania e um culto à personalidade totalmente fora de propósito. Sem falar nas palestras que ele pretende fazer, recebendo por cada algo em torno de R$ 200 mil. Nesse ínterim, ele volta a se dedicar ao Instituto Cidadania, do PT.
Além disso, Lula reassumirá, embora sem remuneração, a presidência de honra do seu partido. Outro empreendimento, digamos, no qual ele pretende investir é a chamada tournée latino-americana de promoção da marca lulista, difundindo programas sociais do governo brasileiro, inicialmente aos países: Venezuela, Cuba, Nicarágua e El Salvador – tudo indica, à custa do Itamaraty, já que, na condição de ex-presidente, ele tem direito a regalias. Na Venezuela, aliás, Lula encontrará Hugo Chávez antes mesmo da primeira reunião bilateral prevista entre o presidente desse país com la presidenta Dilma Rousseff – é se achar demais, desconhecendo o trágico fim do lendário Narciso...
Nathalie Bernardo da Câmara
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