UM CAFÉ POTIGUAR
Caricatura: Pedro Bottino
“O único momento que me tocou verdadeiramente, que me confortou, que foi pleno e sem contrastes em esplendor e confiança...”.
João Fernandes Campos Café Filho (1899 - 1970)
Político brasileiro, se referindo ao período em que assumiu a presidência da República, sucedendo Getúlio Vargas (1883 - 1954) após a sua morte.
“O único momento que me tocou verdadeiramente, que me confortou, que foi pleno e sem contrastes em esplendor e confiança...”.
João Fernandes Campos Café Filho (1899 - 1970)
Político brasileiro, se referindo ao período em que assumiu a presidência da República, sucedendo Getúlio Vargas (1883 - 1954) após a sua morte.
Respondendo ao questionamento que me foi feito pelo amigo e jornalista brasileiro Paulo Tarcísio Cavalcanti, ou seja, se o ex-presidente João Fernandes Campos Café Filho havia realmente sido o primeiro e um dos poucos chefes de Estado brasileiros laureados com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra, visto que eu mencionei o fato no post Lá vem assombração..., publicado neste blog no dia 1° de abril, digo que, de acordo com as informações colhidas, a homenagem, de fato, aconteceu. Desembarcando em Portugal no dia 22 de abril de 1955, após viagem feita no Tamandaré, o último dos cruzadores da Marinha do Brasil, além de ser reverenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Café Filho foi, ainda, em visita oficial, recebido pelo então presidente português, o general Francisco Higino Craveiro Lopes (1894 - 1964).
A título de informação, João Fernandes Campos Café Filho nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, estudou Direito na Academia de Ciências Jurídicas e Comerciais de Recife, embora não os tenha concluído, e retornou a sua cidade natal, onde prestou concurso para advogado do Tribunal de Justiça, sendo aprovado. Segundo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas - FGV, Café Filho passou a defender, em sua maioria, “estivadores, tecelões, pescadores e outras categorias de trabalhadores”. Em pouco tempo, se tornou “advogado de grande prestígio junto às camadas populares e alvo de pressões por parte das oligarquias dominantes” no Estado.
Além disso, atuou no jornalismo, inclusive fundando jornais, e ingressou na política, aumentando a sua popularidade. Ao longo da sua vida pública, portanto, Café Filho teve uma militância profícua, dinâmica e polêmica. Eleito vice-presidente de Getúlio Vargas nas eleições de 1950, ele assumiu a presidência do Brasil após a morte do estadista, em 1954, permanecendo por apenas quatorze meses no comando do país, já que, no dia 3 de novembro de 1955, foi internado por problemas cardíacos, sendo afastado temporariamente do cargo. Na madrugada do dia 22, contudo, durante o seu afastamento, o Congresso Nacional votou a favor do impedimento de Café Filho em reassumir a presidência. Aposentando-se em 1969, ele faleceu em fevereiro do ano seguinte, deixando o livro Do sindicato ao catete: Memórias políticas e confissões humanas, publicado em dois volumes no ano de 1966. O arquivo de Café Filho encontra-se depositado no CPDOC-FGV.
Nathalie Bernardo da Câmara
Parabéns pelo seu trabalho, Nathalie. Eu, como norte-rio-grandense, reconheço que deveia estudar mais sobre esse potiguar qie chegou tão longe na política brasileira. E morreu pobre, sobrevivendo, com dignidade, graças a um emprego com que foi contenplado pelo governador do então Estado da Guanabara, Carlos Lacerda.
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