quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O MENINO MALUQUINHO, AS CRIANÇAS E A WEB

Capa do livro A Internet segura do Menino Maluquinho, de Ziraldo, cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, desenhista, humorista, colunista e jornalista brasileiro.


“Como eu acho a educação a mais importante atividade humana, os idiotas, canalhas e invejosos são apenas um efeito colateral (e menor) da internet...”.

Gilberto Dimenstein
Jornalista e escritor brasileiro, comentando uma declaração de Ziraldo sobre usuários da internet, a qual, inclusive, gerou, à época, inúmeras polêmicas. Infelizmente, o problema da segurança na internet existe, ou melhor, persiste, sendo, portanto, um tema sempre atual.


Cartilha do Menino Maluquinho ensina segurança na web para crianças

50% das crianças e jovens entre dez e 18 anos utilizam a internet sem o conhecimento dos pais

Por Bruno do Amaral
eBand – 2 de janeiro de 2010


O crescimento nas vendas de computadores no Natal é um fenômeno esperado – afinal, é a época de ouro para o comércio de eletrônicos. Para muitos, é também a oportunidade de colocar os filhos conectados à internet pela primeira vez, o que os apresenta a um mundo de informações, mas com bastante exposição.

Pensando nos pais e nas próprias crianças e adolescentes, a empresa de segurança F-Secure está lançando uma cartilha escrita e desenhada pelo cartunista Ziraldo com um dos personagens nacionais mais famosos dos quadrinhos. Chamado de A Internet Segura do Menino Maluquinho, a cartilha explica de forma didática para os pais e filhos o que fazer para garantir a proteção dos filhos na rede utilizando o software da própria companhia.

“Deixar as crianças e adolescentes à vontade na rede é o mesmo que largá-los na zona ou no cais do porto”, disse Ziraldo em coletiva à imprensa. “Se não houver limites e controles de uso, a internet é mais nociva que o crack”, completou.

A iniciativa faz parte do programa Oito jeitos de mudar o mundo, da Organização das Nações Unidas (ONU). “O objetivo principal é criar um debate nas famílias, um diálogo entre pais e filhos”, disse Belmir Menegatti, presidente da F-Secure Brasil, ressaltando que o projeto social Por um mundo melhor da empresa deverá distribuir 3 milhões de livros em escolas e acompanhados da nova versão do software Internet Security em instituições de ensino.


Camadas de proteção

O programa tem controle parental, que permite “que você controle o filho na internet programando quanto tempo ele pode ficar, o que pode acessar, bloquear sites de conteúdos adultos e liberando páginas educativas”, segundo Menegatti. O Internet Security impede que se visitem sites que tenham a palavra “sexo”, segundo programado pelos pais. É possível verificar ainda o histórico da navegação e ler os e-mails recebidos e enviados.

O software ainda possui prevenção, detecção e remoção de ameaças (como vírus, worms e cavalos de tróia), firewall para impedir o acesso ao computador sem autorização, filtro de e-mail e identificação de sites confiáveis no navegador, além de outros atributos de proteção ao PC.

A F-Secure está fazendo um grande banco de dados com todos os professores e instituições. “Doamos 40 mil licenças do software na Universidade de São Paulo (USP)” – a companhia promete ainda a distribuição gratuita do livro para “qualquer professor desse país”, promovendo uma capacitação para promover o ensino do uso seguro da internet tanto para crianças quanto para adolescentes.


Iniciativa mundial

Ziraldo criou um personagem chamado Patrulha Cibernética, que fala com o Menino Maluquinho. “Eu mesmo tenho um filho de oito anos e confesso que ele foi um pouco como laboratório”, diz o executivo, esclarecendo que não chegou a ter problemas reais com ele na web. “Os responsáveis pela educação deveriam incluir no currículo escolar uma aula sobre segurança na internet o mais cedo possível”.

Segundo Menegatti, citando dados da CGI (Comitê Gestor da Internet), cerca de 50% das crianças e jovens entre dez e 18 anos utilizam a internet sem o conhecimento dos pais. “Quase metade dos adultos também nem se preocupa pelo que os filhos andam vendo”, afirma.

O sucesso da iniciativa já traz frutos. “O presidente mundial da F-Secure, em Helsink (Finlândia), pediu que nós traduzíssemos o livro em inglês para implementar o projeto mundialmente”, confirmou o presidente da empresa no Brasil. “É possível que saiam pequenos spots de 15 segundos do Menino Maluquinho dando dicas na televisão dos perigos da internet”, complementa Menegatti, em primeira mão, ao eBand.


Nas mãos dos bandidos

Para o publicitário Ricardo Andrade, o diálogo é a peça-chave na hora de lidar com o uso seguro da internet pelos filhos. Pai de Beatriz, de 12 anos, e Vinícius, de 14, Andrade admite não estar o tempo todo atento e aposta na conscientização como forma de prevenção. “A sensação é de deixar seus filhos nas mãos dos bandidos, mas a principal ferramenta é ter abertura para conversar”, diz. “Não podemos proibir, pois isso pode causar a sedução pelo perigo”, complementa.

A menina tem hábitos mais típicos de adolescentes da idade dela: freqüenta o Orkut, conversa com amigos pelo Windows Live Messenger (antigo MSN) e outros tipos de mensageiros e sites de relacionamentos. Já o filho do publicitário costuma passar o tempo em games online como Perfect World, um MMORPG (sigla em inglês para o tipo de jogo com vários usuários conectados pela web). E é o computador dele o mais problemático. “Tenho que formatar o tempo todo, tenho uma preocupação com antivírus”, diz o pai.

A diferença no uso do PC é significativa, mas a exposição é quase a mesma. Tanto os jogos quanto as redes sociais os colocam à vista de terceiros. “Eles não tem noção do que poderia acontecer”. Andrade diz que usaria um software com controle parental, assim como já habilita funções do Google para buscas filtradas (a ferramenta Safe Search, que permite mostrar resultados com níveis de filtragem personalizáveis).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aceita-se comentários...