Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo
Na segunda-feira, 30 de setembro, uma manifestação pacífica convocada por professores nas escadarias da Câmara de Vereadores no Rio de Janeiro findou por atrair a atenção da mídia por algo que, de há muito, nem novidade é mais, ou seja: a agressão desmedida de policiais militares contra os manifestantes. Então... O fato, contudo, me remeteu a um episódio que, há três anos, se passou em Angra dos Reis. Porém, deixarei o relato do referido episódio a cargo do advogado brasileiro Renato Pacca, que, igualmente professor, teceu, à época, um lúcido comentário a respeito no seu blog – Traduzindo o juridiquês. O título do comentário?
A Polícia bate em quem tem que bater?
Em cerimônia de batismo da plataforma P-57 em Angra dos Reis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, antes das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio (UPPs), a população do Rio tinha medo da polícia, mas agora a polícia só “bate em quem tem que bater”. O discurso é lamentável. A polícia não tem que bater em ninguém, muito menos em quem supostamente merece apanhar. Repetir esse discurso incentiva os policiais que acreditam possuir um poder divino de julgar quem deve ou não apanhar. E mais: Ainda que as UPPs sejam uma proposta interessante, a polícia no Rio de Janeiro é uma instituição notoriamente imperfeita e, além de bater em pessoas que deveriam estar sob sua proteção, chega a fuzilar – e a palavra é exatamente essa, como vimos recentemente – os cidadãos de bem. O medo permanece e aumenta a cada dia.
Bater ou não bater não chega nem a ser uma questão! Na verdade, bater, não importa a situação, deveria ser algo hors de question...
Nathalie Bernardo da Câmara
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