“Passo a passo, pouco a pouco, cautelosamente...”.
Giordano Bruno (1548 - 1600)
Filósofo, teólogo, escritor e frade dominicano italiano, traído por um membro da dita nobreza de Veneza, que, por vingança, o denunciou, por suas ideias, as autoridades religiosas da Inquisição. Acusado de herege, foi preso, torturado e queimado vivo por seus pares de batina.
A política, por si só, influencia o imaginário de adultos, jovens e crianças no seu dia a dia: em casa, no trabalho, na escola, na rua, nos momentos de lazer... Infelizmente, quando os políticos não são idôneos, tal influência é nociva a todos, indiscriminadamente, igual pardal, que, apesar de só nidificar em habitações humanas, prolifera-se em praga. Da mesma forma o são, por exemplo, as propagandas eleitorais dos candidatos das próximas eleições municipais, determinadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para terem início, no rádio e na televisão, no dia 21 de agosto, embora na internet, incluindo as chamadas redes sociais, ela já tenha começado desde o dia 6 de julho, bem como, desde essa data, está liberado o uso de alto-falantes ou amplificadores de som nas sedes das candidaturas, dos partidos e das coligações, bem como em veículos, das 8 às 22hs, além da realização de comícios e da utilização de aparelhagem de sonorização fixa, das 8 às 24h. E haja pesadelos!
Não precisa chegar a tanto... Afinal, não se combate a violência com mais violência. E não tem razão para quebrar ou se desfazer do aparelho de televisão, que custou caro e é um bem material. Basta mudar de canal, caso tenha TV a cabo, assistir a um DVD ou, simplesmente, desligar e fazer outra coisa.
Só não mude os seus hábitos por algo que, apesar de lhe estressar, tem solução, a qual, aliás, está em suas mãos: o controle remoto, no caso da televisão, ou, no caso das redes sociais da internet ou mesmo dos e-mails, o bloqueio do remetente de propagandas eleitorais ou de qualquer outro tipo de assédio nesse sentido.
Não permita, ainda, que aflorem divergências entre você e as pessoas que gosta por algo que não compensa e que, entre outros, só entra na sua casa com esse objetivo.
Agora, se o horário da propaganda eleitoral gratuita – entre aspas, pois os custos são repassados ao contribuinte – é encarado por você como um momento, digamos, de distração, então relaxe e assita, mas assista todinho, consciente de que o consumo do seu conteúdo faz mal à saúde. E em todos os sentidos! Além do mais, já que você está mesmo pagando pela “distração”...
... Ou, sem maiores compromissos, apenas para passar o tempo...
Há, contudo, quem, também de antemão, prepara-se para assistir ao programa eleitoral na televisão, ou mesmo no rádio, igualmente um poderoso veículo de comunicação, sobretudo em campanhas eleitorais, mas como algo que fizesse parte do exercício da sua cidadania, ignorando, entretanto, que tais programas, nos moldes em que são produzidos, passam quilômetros de distância do que seja cidadania. Porém, como cada um é livre para fazer as suas opções, consciente ou não do significado dos seus atos, bom programa!
Candidatos de curriculum duvidoso...
O TSE, juntamente com os regionais, deveria ser mais rígido na análise do histórico dos candidatos. A verdade é que as aparências podem enganar e o ditado de que a primeira impressão é a que fica não tem fundamento. Pelo poder que lhe confere, o TSE deveria se posicionar e pressionar os legisladores deste país a criarem uma lei que exija como pré-requisito para quem quer se candidatar a vereador, prefeito, deputado estadual, distrital – no caso de Brasília –, governador, deputado federal, senador e presidente da República, um curso superior em gestão pública, com direito a vestibular – aí, já seria feita no mínimo uma primeira triagem. Infelizmente, apesar de ética ser algo que não se transmite, diferentemente do seu conceito, muitos até poderiam concluir o curso, mas nada é capaz de mudar o caráter de quem quer que seja.
Nos bastidores...
Há quem goste de ficção, sobretudo os candidatos.
Nas ruas...
Fuja dos predadores!
Dos demagogos...
E dos palavrões também.
Não se vanglorie de futilidades.
Em casa...
Dialogue com todos, especialmente com os seus filhos.
Lembrando-se, contudo, que eles só se têm uma infância.
Enquanto isso, na feira...
Sugiro o filme Ilha das flores, do cineasta brasileiro Jorge Furtado, lançado em 1989. É um curta-metragem interessantíssimo!
Falando nisso, por onde anda dona Carochinha?
Foi-se a inocência dos contos infantis, ou melhor, das crianças...
O que dirá da relação escola e saber?!
Ao final...
Durante a campanha eleitoral, não alimente o voto de cabresto.
Não venda ou troque o seu voto nem permita, caso tome conhecimento, que a máquina pública seja utilizada para fins escusos. Denuncie!
Nas eleições...
Não se deixe intimidar pelo abuso da força ou de qualquer outra suposta autoridade. Denuncie também.
Resumindo:
O analfabeto político
Bertold Brecht*
O pior analfabeto, é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que
se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil
que da sua ignorância nasce a prostituta,
o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e o espoliador
das empresas nacionais e multinacionais.
*Poeta e dramaturgo alemão (1898 - 1956).
De hoje até o resultado das eleições municipais, que acontecerão no dia 7 de outubro, quiçá até o resultado do segundo turno – normalmente tem –, no dia 28, este blog irá evitar tocar no tema em questão. Nesse ínterim, outros temas que considero mais pertinentes, que não dão vontade de esfolar a alma (dos políticos) nem de rebolar o celular na televisão de tanta indignação, requerem a minha atenção. Tanto que já adotei a seguinte política: o e-mail do remetente de qualquer propaganda eleitoral de não importa qual candidato as próximas eleições enviada para o meu endereço eletrônico terá como destino o lixo, igualmente eletrônico.
Nathalie Bernardo da Câmara
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