Fragata (Fregata magnificens), ave comum na região onde despencou o Airbus A330.
Aquilo que não se prevê: os imprevistos de uma viagem...
Substantivo masculino do vocábulo imprevisto
Dicionário online de português
Esta semana, na terça-feira, 10, um documento elaborado por peritos judiciais designados pela Justiça francesa para fazer uma investigação paralela a do Bureau d’Enquêtes et d’Analyses (BEA) – Escritório de Investigações e Análises – para a segurança da aviação civil francesa, foi apresentado, em Paris, aos advogados das famílias das vitimas do acidente com o Airbus A330, que fazia o vôo 447 da Air France no dia 31 de maio de 2009. Tendo partido do Rio de Janeiro com destino à capital francesa, a aeronave despencou no Oceano Atlântico, matando 228 pessoas. O referido documento, portanto, aponta a companhia aérea e o fabricante da aeronave como responsáveis pelo acidente, bem como a Thales, empresa que fabrica os tubos de Pitot, sensores de velocidade dos aviões, que teriam congelados e provocado falhas durante o vôo. O relatório do BEA, por sua vez, divulgado no dia 5, apontou que “uma combinação de erros humanos e falhas técnicas” teria provocado o acidente. Enquanto isso, segundo a Agência Brasil de Notícias, “com a conclusão da perícia francesa, as partes terão prazo para se manifestar e, em seguida, a juíza responsável decidirá se o caso irá aos tribunais ou será arquivado. Tanto a Airbus quanto a Air France informaram que não irão se pronunciar sobre o processo judicial, que ainda está em trâmite. Uma eventual condenação das empresas poderá fazer que haja aumento das indenizações a serem pagas às famílias das vítimas e mais segurança aos passageiros”. Desde o acidente, 154 corpos foram retirados do mar. Dos 50 que estavam boiando no mar após o acidente, 20 eram brasileiros. 104 restos mortais foram resgatados na busca empreendida em 2011.
Como tudo aconteceu...
No dia 2 de junho de 2009, publiquei neste blog a postagem intitulada VÔO 447:
Da Cidade Maravilhosa à Cidade Luz... Na rota do vôo 447, da Air France, do Rio de Janeiro a Paris, após sobrevoar o arquipélago de Fernando de Noronha, no Oceano Atlântico, e já nos arredores dos chamados penedos de São Pedro e São Paulo, ainda na costa brasileira, o medo: chuvas, trovões, turbulências e raios – fenômenos climáticos rasgando a cortina da madrugada escura. De repente, o nada. Só o mar... (...) O fato é que, decolando do aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – Galeão –, no Rio de Janeiro às 19h03 (horário de Brasília) do dia 31 de maio, o avião optou por uma das cinco rotas - a quinta - de acesso à Europa e à África, com chegada prevista ao aeroporto Charlles de Gaulle, em Paris, às 6h10 (horário de Brasília). A 565 km de Natal, às 22h33, o piloto da aeronave manteve um último contato de voz com o controle aéreo brasileiro, em Recife, quando foi informado que logo entraria no espaço aéreo do Senegal, na África. Pouco depois, às 22h48, o avião ficou fora da cobertura do radar de Noronha, sendo o registro o de um vôo com velocidade (840 quilômetros por hora) e altitude (35 mil pés) normais, em pleno vôo de cruzeiro, como se costuma dizer na aviação. Às 23h, uma forte turbulência surpreende tripulantes e passageiros e, às 23h14, o avião envia uma mensagem eletrônica de pane ao centro de controle de Recife, informando que teria ocorrido perda de pressurização e falha no sistema elétrico. Não demorou muito, às 23h20, o avião não mais faz contato com o centro de controle, como estava previsto, e desaparece do radar, bem como, evidentemente, as duzentas e vinte oito das pessoas que nele estavam: 126 homens; 82 mulheres; 7 crianças; 1 bebê e 12 tripulantes. Curiosamente, os controladores de vôo do aeroporto Charlles de Gaulle garantem que só perderam contato com o avião às 3h (horário de Brasília)...
Link para a postagem:
Link para o site do BEA, em francês, mas podendo ser traduzido para o português, contendo, na íntegra, o relatório do Escritório de Investigações e Análises para a segurança da aviação civil francesa:
Link para uma matéria, em português sobre o relatório do BEA.
Nathalie Bernardo da Câmara
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