Entrega do prêmio Motosserra de Ouro (2009) outorgado pelo Greenpeace à senadora Kátia Abreu (PSD-TO), empresária pecuarista que, na opinião da ONG, preside o principal órgão representativo do agronegócio brasileiro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), bem como defende “um modelo de produção predatório e não-sustentável que estimula o desmatamento”, bem como inviabiliza a reforma agrária.
“É preciso garantir que este Brasil mais rico não promova um modelo de desenvolvimento sem justiça social ou ambiental igual ao que foi vítima por séculos...”.
Kumi Naidoo
Diretor-executivo do Greenpeace Internacional
O Greenpeace envia e-mail – Liberdade de expressão já! – cujo teor eu só tenho motivos para divulgar. Segundo denuncia o diretor-executivo da ONG no Brasil, Marcelo Furtado, “há duas semanas, o juiz Robson Barbosa de Azevedo condenou o Greenpeace por danos morais contra a senadora Katia Abreu (PSD-TO), presidente da CNA”, apenas porque, em 2009, “nós chamamos a líder do agronegócio de ‘miss desmatamento’ por apoiar um novo Código Florestal que estimula o aumento da destruição de nossas florestas”, com ativistas da ONG sendo detidos devido à realização do protesto nas dependências do Senado Federal. À ocasião, foi preciso a intervenção do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e da então senadora Marina Silva para que eles fossem libertados. Detalhe: à ocasião, a senadora recusou a faixa... O Greenpeace vai recorrer da sentença. Para Marcelo Furtado, é preciso confiar na Justiça brasileira e no “direito constitucional de trabalhar pela proteção do meio ambiente”. Em sua opinião, “o Brasil merece uma agricultura mais sustentável, justa e com maior produtividade, e não precisa acabar com a vegetação natural para isso”. E o ambientalista aproveita ainda para enviar um recado verde aos políticos: “Chega de destruir as florestas do Brasil!”. Por fim, ele esclarece que a decisão do juiz não calará a voz dos que se erguem contra “aqueles que não respeitam o bem comum e o direito da sociedade de ter um Brasil verde, limpo e justo”, comunicando também que a campanha Desmatamento Zero continua e que para participar basta assinar a petição. É só clicar no ícone abaixo:
Para ambientalistas brasileiros, enquanto critica o aumento de terras para os índios brasileiros, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), um dos expoentes do latifúndio noBrasil e da bancada ruralista no Congresso Nacional, é acusada de manter outras tantas improdutivas no paraíso do agronegócio. Curiosidade: à época da entrega do prêmio Motosserra de Ouro, alguém perguntou se a senadora pelo menos apreciava artesanato, no caso, artesanato indígena?
Nathalie Bernardo da Câmara
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