Fac-símile da primeira edição do jornal Correio Braziliense
“A censura à imprensa é abominável. (...) A liberdade de imprensa é essencial para a garantia das demais liberdades; se a liberdade da imprensa está comprometida, as demais falecem. E, obviamente, se não nos arvorarmos em defensores da liberdade de imprensa estaremos perdendo o direito de exigir liberdade para as nossas ações.”
Álvaro Dias
Historiador e senador (PSDB-PR) brasileiro
Duplamente pioneiro. Desse modo pode ser definido o jornal Correio Braziliense, fundado no dia 1º de junho de 1808 pelo jornalista e diplomata brasileiro Hipólito José da Costa (1774 - 1823). Afinal, foi o primeiro jornal brasileiro do qual, literalmente, se tem notícia, além de ser o primeiro jornal em língua portuguesa a circular sem censura. Isso sem falar que, à época, o seu fundador, que, aliás, ocupou a cadeira de n° 17 da Academia Brasileira de Letras - ABL, criada em 1897, era considerado persona non grata no Brasil. Daí o jornal ter sido editado em Londres, circulando, contudo, até 1823, ano da morte do seu fundador, reconhecido como o patriarca da imprensa brasileira. De acordo com informações fornecidas pelo Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, sediado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, “a homenagem foi efetivada devido ao caráter de nacionalidade da publicação, mesmo editada fora do país”, sendo a data comemorativa adotada somente no ano de 2000, “resultado de diversas lutas das associações jornalísticas e de profissionais e intelectuais do setor, inclusive da Associação Riograndense de Imprensa (ARI)”. Segundo Augusto Bier, diretor do referido museu, “a homenagem é mais do que justa, pois evoca uma atitude profissional que deveria nortear a postura dos jornalistas de hoje em dia, de constante questionamento do poder”. Não é à toa que, certa feita, Hipólito da Costa pronunciou: — A História tem ondas...
P.S.: Até 1999, o Dia Nacional da Imprensa era comemorado em 10 de setembro, pois foi a data em que circulou o primeiro número do jornal Gazeta do Rio de Janeiro, sob proteção do governo de D. João VI, com um forte caráter oficial.
Obs.: Postagem publicada originalmente no dia 1 de junho de 2012.
Nathalie Bernardo da Câmara
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