“O reacionário é um sonâmbulo andando para trás...”.
Franklin Roosevelt (1882 - 1945)
Político norte-americano
“Retorno” da Marcha da Família mobiliza apenas duas
mil pessoas
Em 1964, estima-se que o
movimento reuniu 500 mil manifestantes (250 vezes mais) em São Paulo
Do
R7 – 22/03/2014
A exemplo do que ocorreu em1964, concentração foi agendada
para a Praça da República, mas vai ter menos gente. Reprodução/Facebook.
O objetivo é
replicar a Marcha da Família com Deus
pela Liberdade, que, em 19 de março de 1964, levou cerca de 500 mil pessoas
às ruas de São Paulo contra o então presidente João Goulart. Cinquenta anos
depois, contudo, os organizadores do “retorno” da marcha no Facebook não
conseguiram confirmar a participação de mais de duas mil pessoas – entre os 54
mil convidados.
O evento
agendado pela rede social para este sábado tinha apenas 1,9 mil confirmações na
véspera da mobilização – outras 600 pessoas “talvez” fossem. A exemplo do que
ocorreu em 1964, a concentração foi agendada para a Praça da República, às 15h
(uma hora antes que o evento de 50 anos atrás, iniciado às 16h), e seguirá o
mesmo trajeto até a Praça da Sé.
Outra
concentração, marcada no Obelisco do Parque Ibirapuera, não tem mais de 500
confirmações, mas entusiastas do regime militar prometem mobilizações em todo o
Pais – há pontos de mobilização indicados em quase todos os Estados, do Acre ao
Rio Grande do Sul, mas sem indicação do número de pessoas dispostas a
participar. O repúdio ao comunismo é o que mais aproxima os diversos discursos
dos atuais organizadores da marcha à mobilização de 1964, como mostra o texto
da convocação de São Paulo.
— Amigos patriotas, vamos todos juntos comemorar esta data tão
importante para o nosso país! 50 anos que o povo saiu as ruas pedindo
democracia, justiça, liberdade e acima de tudo dizendo "não ao
comunismo"!!!! Venha conosco nesta batalha. Nos ajude divulgando o evento
e convidando todos os amigos do Facebook.
Militares
Boa parte dos textos de convocação carrega nas críticas contra o governo
do PT, enquanto outros falam diretamente sobre intervenção das Forças Armadas.
É o caso de mensagem divulgada por Cristina Peviani, que se apresenta como
“desempregada atualmente, graças a nossas faculdades falidas”.
Ela diz que,
depois de ler sobre o clima que levou à marcha de 1964, percebeu que hoje a
situação é pior e, em mensagem publicada no “blog oficial da Marcha da Família
com Deus”, diz que “dia 22 de março é o grande dia, o dia do despertar de nosso
povo para sair nas ruas e clamar mais uma vez pela intervenção constitucional
militar”.
O problema do
discurso é que a marcha da família original não clamava por intervenção militar
– grupos de oposição ao então presidente João Goulart se aproveitaram da
mobilização para, 11 dias depois, dar o golpe com o auxílio dos militares. O
próprio Jango, aliás, negociou com grupos militares antes do golpe, na
tentativa de se reeleger – o que era proibido na época.
Enquanto isso...
Já dizia Gandhi (1869
- 1948), advogado e líder pacifista indiano: — Um não dito com convicção é
melhor e mais importante que um sim dito meramente para agradar, ou, pior
ainda, para evitar complicações...
Queda de braço?
Marcha da Família e grupos antigolpistas marcam atos no mesmo dia no
centro de SP
De um lado, mais de mil pessoas sairão
às ruas pedindo a volta dos militares no poder; de outro, mais de cinco mil
marcharão para denunciar os abusos realizados durante a ditadura civil-militar
Brasil de Fato – 20/03/2014
Da Redação
Neste sábado (22), dois quilômetros separarão 50 anos de história no centro de
São Paulo. Na Praça da República está prevista a Marcha da Família com Deus, que foi o combustível que deu gás para
o golpe contra o presidente João Goulart em 1964. Não muito longe dali, na
Praça da Sé, grupos anarquistas e de esquerda estarão reunidos para a Marcha Antigolpista – Ditadura Nunca Mais.
50 anos atrás, no dia 19 de março de 1964, mais de 100 mil pessoas marcharam pelas ruas do Brasil contra o que chamavam de ameaça comunista vinda do governo João Goulart. Jango havia discursado no dia 13 de março, na Central do Brasil, centro do Rio de Janeiro, anunciando mudanças radicais no país. Dias depois, generais deram o golpe que deu início a ditadura civil-militar no Brasil.
Ao longo do tempo, pelo menos, duas tentativas de ressuscitar a Marcha foram em vão. Uma em 1994, com o então presidente Fernando Henrique Cardoso no poder - filho e neto de militares - e outra dez anos depois, com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando do País. Em ambas, não houve fôlego suficiente para ir às ruas.
Bruno Toscano e Cristina Peviani são os idealizadores da marcha em 2014. Eles desejam uma intervenção militar para "salvar o Brasil de uma suposta ditadura comunista" e, depois disso, de acordo com Toscano, construir um governo provisório e convocar novas eleições.
Sem memória
Questionada sobre as torturas que
ocorriam na época da ditadura pelos militares, Peviani chega a duvidar se as
informações são verdadeiras. "Eu nem sei se eles adotaram isso (práticas
de tortura). Porque o pessoal que diz que foi torturado está tão gordo, tão
forte, tão bonito, né? Eu vi lá na comissão da Verdade, que eles não tinham uma
marquinha sequer".
Na página do evento de SP na Facebook, mil e oitocentas pessoas confirmaram presença.
Marcha Antigolpista
A reação virá no mesmo dia, às 15
horas, na Praça da Sé, por um grupo de anarquistas e de partidos de esquerda
que se reunirão no antigo palco das passeatas das Diretas Já e marcharão até o
antigo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) para se lembrar das
mortes e abusos cometidos pela ditadura civil-militar.
No site do evento há um cartaz que acusa “setores fascistas da sociedade” de estarem “se organizando para desestabilizar o governo e dar um golpe fascista assim como foi na Ucrânia”. Até o final dessa reportagem, mais de cinco mil pessoas haviam confirmado a presença no Facebook da marcha.
Com informações da Folha de S.Paulo.
E a crítica mordaz do chargista:
Sem comentários...
NBC
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