NATAL (RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL): CASO DE VIDA OU MORTE...
“A saúde é o resultado não só de nossos atos como também de nossos pensamentos...”.
Mahatma Gandhi (1869 - 1948)
Advogado e pacifista indiano
Na noite do dia 14 de abril, uma quinta-feira, Natal, capital do Rio Grande do Norte, virou estrela, atraindo os holofotes da imprensa brasileira para si: epidemia de dengue – tema recorrente neste blog – na cidade, cujo estado de emergência foi decretado no dia 6 pela prefeita Micarla de Sousa. Em função, portanto, dessa calamidade pública, segundo divulgou o jornal O Público, a prefeitura local lançou, no dia 15, um plano de contingência, chamado Natal contra a Dengue, a fim de, em noventa dias, a contar daquela data, serem intensificadas em várias frentes ações de prevenção e combate ao vetor da doença, que, de acordo com declaração da prefeita, aumentou em 400% em relação ao ano passado. Segundo, ainda, o periódico mencionado, “o modelo do plano que será trabalhado em Natal é semelhante ao adotado pelo Rio de Janeiro e foi apresentado pelo tenente-coronel do Corpo de Bombeiros (RJ), Rafael Paixão”.
Na capital do Rio Grande do Norte, contudo, o referido plano previu a criação de um centro de hidratação no bairro Cidade da Esperança, cujo objetivo é o de “atender a população com os sintomas da doença e, assim, evitar a sobrecarga nas unidades básicas de saúde e nos hospitais da rede pública”, disponibilizando, igualmente, transporte para a remoção de pacientes, entre outras ações, tipo um Disque-Dengue (0800 281 4031), previsto para funcionar 24 horas. Porém, para maiores esclarecimentos sobre a campanha Natal contra a Dengue, O Público orienta entrar em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação, cujo número é (84) 3232 8825. Os números de telefone do jornal que forneceu as informações acima, por sua vez, no caso de utilidade pública, são: (84) 3221 2466 ou (84) 8808 8175, enquanto o e-mail é: jornalopublico@gmail.com – O site? http://www.opublico.com.br/
Chuvas implacáveis em Natal...
“O problema fundamental pode ser resumido em uma simples frase: as alterações climáticas colocam diretamente em perigo a saúde...”.
Margaret Chan
Médica chinesa, especialista em doenças transmissíveis, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde - OMS
Não obstante, o mais curioso é que a implantação e a eficácia do plano de contingência Natal contra a Dengue e a campanha em si já estão provocando polêmicas as mais diversas. Eu, particularmente, no que diz respeito a essas polêmicas, nem discuto. Acho, aliás, que, independentemente dos respectivos partidos políticos de quem anda a polemizar, a iniciativa da prefeitura de Natal pode até ter falhas, já que foi adotada por uma experiência ocorrida no Rio de Janeiro – outra realidade. No entanto, por ser necessária, é louvável. E defendo, portanto, que todos se unam e façam valer a proposta – desafetos motivados por ideologias estão fora de questão. Caso contrário, esse maldito inseto, que é o aedes aegypti, que também transmite a febre amarela e é pior do que a barata, aberração que enxergo de longe até sem óculos, devido o seu insuportável odor, consumirá Natal e arredores sem dó nem piedade.
Tanto que, nessa cruzada contra a dengue, eis que surge uma inusitada novidade... No município de Apodi, a 330 quilômetros de Natal, piabas estão sendo usadas para combater a dengue no Rio Grande do Norte. Segundo o Jornal Nacional, esses minúsculos peixinhos chegam a comer 900 larvas do mosquito da dengue em uma hora. Nossa! Será que, depois disso, ainda poderemos comer piabas fritinhas, que, acompanhadas de tapioca, são uma delícia? Bom! Dizem, contudo, que a piaba, usada em uma experiência pela primeira vez em 2004, é um predador natural das larvas do mosquito que causa a dengue e a febre amarela. De acordo, ainda, com o noticiário televisivo, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN testaram e aprovaram o método sertanejo. Será que, assim, os potyguara; os de fora, que estão de passagem por essas paragens, turistando ou por outro motivo, escapam dessa epidemia?
Espero que sim, pois o problema é, de fato, grave: um grave problema de saúde pública.
Mas, tem gente que não está nem aí, tipo um dado mosquito...
— A vida é bela! - disse aedes...
Tanto que, na mesma reportagem feita pelo Jornal Nacional, a diretora do centro de Biociências da UFRN, Maria de Fátima Freire, disse que, “apesar da eficiência dos peixinhos, nada substitui o trabalho preventivo [feito] por cada cidadão”. Eu acrescentaria que todo e qualquer tipo de iniciativa por parte do governo municipal de Natal, do governo estadual do Rio Grande do Norte e, também, do governo federal para combater o mosquito, qualquer coisa, não importa qual, é bem-vinda. Sempre será! Afinal, é a vida de todos que está em risco, tipo quando acontece quando o vírus HIV, o que transmite a AIDS, quer se disseminar: ele não discrimina ninguém. Nada! Quem não pegar é como se ganhasse na loto. Então, salve-se quem puder, já que o safado e irônico do aedes aegyptis, como retratou o chargista brasileiro Ivan Cabral, anda, como se diz na gíria popular, só curtindo!
Só que...
Quem pega o desgraçado do inseto?
Nathalie Bernardo da Câmara
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