segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

#COPAPRAQUEM? – CUIDADO AO COMPARTILHAR UMA INFORMAÇÃO (atualizado)...

Capa da edição n° 3537 da revista France Football,
publicada no dia 28 de janeiro de 2014.


Temos de tomar alguns cuidados quando formos compartilhar determinadas informações – no caso das redes sociais, então! E isso, sobretudo, se certas informações são eminentemente polêmicas – aí as prevenções devem ser redobradas –, mesmo, inclusive, quando elas são postadas por amigos que confiamos. Sim, porque, afinal, um compartilha de lá, um compartilha de cá... Só que, no afã de imediatamente compartilhá-la, apenas porque se é contra ou a favor de dada informação, nem sempre checamos a sua procedência, que, aliás, pode, originalmente, até ser verdadeira, embora, muitas vezes, o perigo não resida nem aí, mas nos intermediários, aqueles que, pelos mais diversos motivos, se encarregam de divulgá-la.

Exemplo: na noite deste domingo, 16, chegou-me uma postagem supostamente divulgando a capa da edição desta semana de uma revista francesa de futebol, ou seja, a France Football, que, considerada pelos especialistas como uma das mais conceituadas do mundo, estampava certo medo, por parte da FIFA, de a Copa de 2014 vir a ser realizada no Brasil, que, por sua vez, estaria minado por uma crise econômica e social, não sendo, portanto, o país que, nem de longe, a referida federação imaginou sonhar para organizar o mundial, visto que, a menos de cinco meses do evento, já se tornou fonte de angústia. Ponto.

Horas depois, contudo, de compartilhar a mencionada postagem, alguém me alertou para a possibilidade de a informação não proceder – e em hipótese alguma –, sugerindo, ainda, que eu a checasse. Imediatamente, cliquei no link e fui cair no site da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG-SP), logo ficando chocada ao tomar conhecimento sobre quem são os mantenedores do site que divulgou a edição em questão da revista francesa, não hesitando, assim, em deletar a postagem da minha linha do tempo no Facebook. E não pela reportagem em si, que realmente existe, mas pela interpretação tendenciosa feita da mesma por aqueles que alimentam o site da ADESG-SP.

Desse modo, entrei num site francês de pesquisa, em busca do site oficial do periódico francês e, de fato, comprovei o mea culpa da FIFA – nenhuma novidade –, por ter eleito o Brasil sede do mundial, mesmo lucrando enormemente com esse erro histórico, embora a publicação da reportagem tenha sido no dia 28 de janeiro do corrente, não esta semana. Só que o grave, mesmo, entre outras interpretações levianas, foi o site da ADESG ter afirmado que a edição não estava liberada para o Brasil por motivo de censura, o que não é verdade. Ocorre que, diferentemente, por exemplo, do jornal Le Monde diplomatique, que, entre outros países, disponibiliza uma edição mensal para o Brasil, a revista France Football não se dá a esse luxo, mas, pelo que entendi, qualquer um pode ter acesso as suas edições através, por exemplo, da internet: basta ser assinante.

O que ninguém pode aceitar de bom grado é propaganda enganosa ou dúbia de pessoas físicas ou jurídicas, tipo a instituição militar supracitada, reacionária por excelência, vale salientar, cujo objetivo – isso é grave e tem de ser dito limita-se a desestabilizar o país ainda mais, fomentando terrorismo, diferentemente da maioria que é contrária à Copa de 2014 em terras brasileiras, mas apenas por uma questão de bom senso, considerando que, diante das crises econômicas e sociais pululando por toda parte, o país nunca deveria ter sido eleito sede do mundial – o que também não é nenhuma novidade. Ah! Ler ao final a respeito da Associação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop).

Enfim! Quem, de fato, tiver interesse em assinar a revista francesa ou pesquisar a respeito, eis abaixo o site oficial do periódico, que, aliás, fez uma ampla cobertura da situação, bem como outro site correlato. Se assinar, tem acesso à reportagem Peur sur le mondial na íntegra, pela internet, mas, tudo indica, em francês – talvez com a eficiente tradução do Google –, ou, se for o caso, pedir para deixar um exemplar em casa...




A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), que reúne representantes dos Comitês Populares da Copa das 12 cidades-sedes do mundial de 2014, já lançou a Campanha #Copapraquem?. O objetivo é expor as violações de direitos humanos sofridas pela população em razão do megaevento e questionar o real legado que ficará para o país após os jogos.

Texto da peça acima:
A FIFA exige que se crie um tribunal de exceção com raio de ação de 1km ao redor dos estádios. Este tribunal julgará todos os crimes no entorno dos estádios com as determinações da FIFA, passando por cima da nossa Constituição. Além disso, nesse perímetro só poderão ser comercializados produtos de patrocinadores da FIFA. É assim que estão querendo fazer a Copa no Brasil. Lucro pra poucos e exclusão pra muitos.

Confira diariamente as peças da Campanha no site
 http://www.portalpopulardacopa.org.br/ e compartilhe em suas redes sociais!

Nathalie Bernardo da Câmara



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