“Foi um rio
que passou em minha vida...”.
Paulinho da Viola
Cantor e
compositor brasileiro
Não
faz muito tempo, um cidadão apanhou um táxi no meio de uma das muitas ruas de
Natal, capital do Rio Grande do Norte. Lá pelas tantas, enquanto, pontualmente,
era deixado em casa, o passageiro nem se deu conta de que deixou cair o seu
tablet no banco de trás do táxi. Não demorou muito,
o taxista viu o objeto esquecido no banco traseiro. Honesto (nem sabia mexer
naquilo), ele pediu a um entendido no assunto para localizar o dono através do
próprio objeto e conseguiu. Conseguiu até o telefone. Não demorou muito, ligou,
humildemente, para o seu dono, pois queria entregá-lo em mãos. Ocorre que,
pensando que estava fazendo uma boa ação, o que o bondoso taxista ouviu?
— O senhor me roubou!
— Não, o senhor é quem esqueceu o seu “tablete” no meu táxi. E eu ainda
estou lhe fazendo o favor de querer devolvê-lo...
— Favor nada! É a sua obrigação. Venha aqui, agora, na minha casa, entregue
o meu tablete e ainda pague a corrida.
Já era feriado de carnaval – o taxista indo com a família curtir a folia
numa praia do Litoral Norte (afinal, taxista também é gente e tem direito a
lazer). Só que, educado e consciencioso, o taxista disse que, tão logo fosse
possível, o moço receberia o seu “tablete”, são e salvo. Era só ter paciência.
O dono do tablet, por sua vez, disse que o mesmo tinha GPS e que iria
mandar a polícia atrás do taxista, já que, em sua opinião, tinha,
indevidamente, se apropriado de um bem seu.
Indignado, pois nada tinha a ver com o esquecimento alheio e ainda
estava querendo ajudar, o taxista parou o carro – a família dentro – no meio de
uma das pontes que cortam o Rio Potengi e disse: — O senhor está sendo
deselegante, desrespeitando-me.
— Vou? – retrucou o taxista.
— Vai!
— Quis ser gentil, mas, o senhor é muito mal agradecido, arrogante.
— O senhor não me escapa...Devolva o meu tablet!
Não deu outra!Por mais que a esposa dissesse não, o taxista, gente do
bem, alertou o incauto: — Se está, então, com tanta pressa, venha pegá-lo.
— Pegá-lo, onde? – quis saber o passageiro, intrigado. – O que houve?
— Não ouviu o ploft? –
insistiu o motorista. – É que acabei de jogar o seu “tablete” no Rio Potengi...
Nathalie
Bernardo da Câmara
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