quarta-feira, 13 de junho de 2012

NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO, O TURISTA É O MELHOR EXEMPLO DE DIVERSIDADE CULTURAL...

“Os números governam o mundo...”.

Platão (428 - 348 a. C.)
Filósofo grego


Lá pelos idos do séc. XIX, a educadora e escritora brasileira Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810 - 1885), para quem viajar é “o meio mais eficaz e o mais útil para superar uma grande dor”, já dizia que o melhor intérprete de todas as línguas é o dinheiro... De fato, Nísia Floresta tinha e continua tendo razão. Isto é – deixemos claro –, no caso dos turistas. Falando nisso, para quem não sabe, hoje é comemorado, internacionalmente, o Dia do Turista – data instituída pela Organização Mundial do Turismo (OMT) tudo indica que em 1979. Porém, em tempos de aquecimento global, da necessidade imperativa de que a preservação do meio ambiente é condição sine qua non para a sobrevivência do planeta, o turista tem de se adaptar as novas tendências, ou seja, tornar-se um turista responsável – melhor dizendo, ecologicamente correto, fazendo a sua parte no que diz respeito à sustentabilidade do próprio turismo. A coisa chegou a tal ponto que até já elaboraram os dez mandamentos do turista dito ecologicamente correto. Afinal, segundo o site Eventos, Turismo & Cia: “Ser turista não é simplesmente colocar algumas mudas de roupas numa mochila ou mala e sair por aí. Ser turista é mais que simplesmente tirar fotos e visitar lugares exóticos e belos. Ser turista é, além de tudo, ser responsável”. Bom! Querem conhecer os tais dez mandamentos do ecoturista? Vejamos...


1- Jogue o lixo em lugares propícios, recicle quando possível, reutilize sacolas plásticas e garrafas. Portanto, deixe o lugar tão ou mais limpo do que quando chegou;

2- Imagine o que aconteceria com a natureza se todo turista tirasse uma florzinha ou uma plantinha para enfeitar os cabelos? Então, não retire plantas ou animais do seu habitat. E nem os introduza em lugares impróprios, pois eles podem causar desequilíbrio ecológico;

3- Antes de comprar produtos derivados da fauna ou da flora, seja se eles possuem certificado de algum órgão responsável pela fiscalização e considere suas implicações ao meio ambiente. Não dê comida aos animais, pois eles tiram o próprio sustento alimentar do ambiente em que vivem. Portanto, não perturbe a vida selvagem;

4- Utilize carros ou qualquer outro meio de transporte somente onde é permitido. E certifique-se que os que necessitam de combustível poluente estejam regulados para não causarem uma maior poluição. Portanto, opte por meios de transportes alternativos e mais saudáveis como a bicicleta ou andar a pé, mesmo;

5- Retire as boas impressões e as experiências do local visitado e quando voltar para casa, divulgue entre os familiares e amigos. Assim, os futuros turistas terão boas dicas e saberão como se portar diante da cultura local;

6- Tente utilizar somente produtos biodegradáveis, como sabão. E nada de utilizar detergentes ou afins perto de fontes naturais de água;

7- Mesmo dentro de um único país podem existir culturas diferentes da sua, como é o caso do Brasil. Portanto, quando for tirar fotos, deve-se pedir permissão, pois respeitar o próximo é fundamental;

8- Dê preferência aos empreendedores locais, aos que respeitem o meio ambiente ou aos que tem um empreendimento sustentável. Assim, você gasta dinheiro em um lugar que não agride a natureza;

9- Antes de viajar procure se informar sobre os regulamentos locais, a cultura etc. Procure sempre o serviço de informações turísticas e leia os guias. Sempre tem ótimas informações para passar;

10- Utilize a água e a energia de modo responsável. Tomar banhos curtos, desligar a torneira para escovar os dentes e desligar a luz ao sair de um cômodo são regras que não se podem ser esquecidas nunca e que são válidas em qualquer lugar do planeta.


Eu, particularmente, só acrescentaria – digamos – uma medida provisória curta e grossa aos mandamentos acima citados, ou seja, tipo: Desta data em diante fica terminantemente proibido todo e qualquer tipo de tráfico, não importa a sua natureza.

Digo isso porque o significado do vocábulo turista de há muito deixou de ser apenas “aquele que viaja por prazer e diversão”. Na verdade, o que temos visto é a curva cada vez mais ascendente do turismo predatório. E não somente no quesito ambiental – esse é o de menos –, já que a mais perigosa das práticas do turismo predatório, um negócio extremamente lucrativo, é o tráfico de seres humanos, seja de crianças e adolescentes ou de adultos. E para fins os mais obscuros possíveis: adoção previamente encomendada de recém-nascidos (nos países ditos de terceiro mundo isso ocorre a 3x4, inclusive no Brasil) ou mesmo sequestro; exploração sexual e trabalho escravo (a incidência maior do pacote é a da prostituição); retirada de órgãos para transplantes clandestinos e por aí vai, considerando a extensão da lista de atos ilícitos cometidos por organizações criminosas com ramificações internacionais a perder de vista. Só que é esse tipo de turismo, predatório e ilegal, que, apesar de público e notório, tem de ser combatido, embora, para isso, basta uma denúncia. Basta a coragem de denunciar. O problema é que, lamentavelmente, muitas das autoridades ditas competentes que poderiam resolver o problema estão direta ou indiretamente envolvidas nesses tipos de transações. E, aí, só nos resta recorrer à pergunta: o que fazer? Afinal, como a ilustração desta postagem, certas aparências de fato não enganam...


Nathalie Bernardo da Câmara


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