Acervo da família Prestes
Olga Benario e Luis Carlos Prestes, os pais de Anita
Leocádia (na foto, ao centro, aos oito anos de idade).
Na tarde de 26 de
novembro de 2013, véspera do seu aniversário, a historiadora e escritora
brasileira Anita Leocádia Prestes, recebeu Zero
Hora em sua casa, no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, e bateu
um longo papo com a jornalista Juliana Bublitz. O resultado, portanto, desse
único e memorável encontro, foi publicado em três páginas na edição dominical
do jornal gaúcho em 05 de janeiro de 2014 – no dia anterior, a versão online da
entrevista já havia sido postada no site do periódico e, feito rasto de
pólvora, circulado em diversas redes sociais da internet, cujo link, inclusive,
este blog disponibiliza logo abaixo do breve enunciado.
— Desde
pequena, eu sabia que meus pais eram comunistas e revolucionários...
Anita Leocádia Prestes
NO
DIA 03 DE JANEIRO DE 2014, fez 115 anos do nascimento do engenheiro militar e
político brasileiro Luiz Carlos Prestes, falecido no dia 07 de março de 1990;
no dia 12 de fevereiro fará 106 anos do nascimento da militante comunista alemã
Olga Gutmann Benario. Então... Nos anos trinta do séc. XX, residindo na
ex-União Soviética, Prestes entra para os quadros da Internacional Comunista
(IC), filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em agosto de 1934 – ano,
aliás, em que ele retorna ao Brasil com a missão de liderar uma revolução
armada no país, enquanto Olga Benario é encarregada de protegê-lo. Em dezembro,
após a chegada clandestina ao Brasil, Prestes e Olga passam a viver não mais
apenas por um ideal, uma causa, mas, também, pelo amor que os une, sendo o ano
de 1936, contudo, o divisor de águas na vida do casal. Em março, Olga é detida
pela polícia brasileira, ficando sob a sua custódia – período em que descobre
que está grávida de Prestes. Implacável, o então ditador Getúlio Vargas (1882 -
1954) autoriza a deportação de Olga, cuja origem, judaica, é o seu passaporte para
a Alemanha nazista de Hitler (1889 - 1945), onde ela desembarca no dia 18 de
outubro – no ventre, há mais de sete meses, o fruto da sua união com Prestes. Levada,
portanto, a uma prisão feminina comandada pela Gestapo, a famigerada polícia do
nazismo, não demora muito e, no dia 27 de novembro, Olga dá à luz, num ambiente
para lá de inóspito e hostil, em pleno outono europeu. Porém, apesar de fadada
ao desterro, mas beneficiada pelas fortes pressões de uma campanha
internacional a seu favor, Olga pôde amamentar a filha: Anita Leocádia Prestes,
que, entretanto, seria privada da mãe quatorze meses depois, passando a ficar
sob os cuidados da avó paterna. Olga, por sua vez, entregue à sorte... Enquanto
isso, eis que, na primavera de 1942, dá-se por encerrado o seu calvário: no dia
23 de abril, num campo de concentração nazista, ela é executada numa câmera de
gás. Olga tinha 34 anos de idade. Hoje, aos 77, Anita Leocádia Prestes é um
símbolo não somente de resistência a injustiças, mas, sobretudo, à opressão e à
tirania. Desmistifiquemos, portanto, através das
suas próprias palavras, “o estigma de mulher amargurada”, que, por seu trágico
passado, tem marcado, ao longo de décadas, a sua nem sempre solitária
existência: salut à vida!
NBC
COM A PALAVRA,
ANITA
LEOCÁDIA PRESTES...
Entrevista concedida à jornalista Juliana Bublitz
Eu gostaria de rever Anita Leocádia Prestes ! que conheci quando era criança sou de 1935 então pouco mais velha que ela . E quem me levou foi O seu pai Luís Carlos Prestes! na casa de um embaixador ! Meu pai era Engenheiro civil Urbanista , E comunista .Eu estudava ballet clássico no Teatro Municipal do RJ e estava saindo de Santa Tereza onde morava e atravessando o largo da Carioca quando me chamaram pelo nome e entrei no carro onde estava Luís Carlos Prestes. e disse me tranquilizando que iria me levar onde estava meu pai porque ia haver um comício na praça onde eu estava e que meu pai não viria me buscar . Kolontai. S A
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