FRASE DA SEMANA: — Punir alguém em 2014 por fatos ocorridos em 1991, na
minha visão, seria quase como punir outra pessoa, passado tanto tempo...
Tal esquizofrenia foi dita por Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
quando, na quinta-feira (24), o plenário dessa decadente instituição absolveu o
ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) das
acusações de peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica (acusações
essas que resultaram no pedido de impeachment do infeliz, que findou por renunciar).
Dos oito ministros que votaram, três consideraram que os crimes que
prescreveram nem deveriam ser julgados (Teori Zavascki, Rosa Weber e Joaquim
Barbosa). Os outros cinco votaram pela absolvição (Cármen Lúcia, Dias Toffoli,
Luís Robero Barroso, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski). Os ministros Marco
Aurélio Mello, que é primo de Collor, Gilmar Mendes e Celso de Mello não
participaram do julgamento, que escarneceu do povo brasileiro, um banana. Ao
final, portanto, do faz-de-conta, Joaquim
Barbosa foi perguntado sobre a ímpia demora e respondeu: — Eu acho que isso é um retrato de como funciona a
Justiça criminal brasileira.
Ou seja, não funciona. E a indignação não é pequena, não sendo de hoje, ainda,
o fato inconteste de que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do
Brasil têm se resumido a um poço profundo de esterco, transbordando por toda
parte, sem controle algum. Pense a fedentina!
Ora!
Se a legislação eleitoral do Brasil, obsoleta por excelência, não penalizasse
quem não comparece as urnas – esse gesto deveria ser facultativo, não obrigatório
–, nem me daria ao trabalho de ir ao meu domicílio eleitoral nas próximas
eleições. Na verdade, se dependesse de mim, 2014 teria o maior índice de voto
nulo já registrado na História do país, inviabilizando, assim, as eleições,
devendo outras, obviamente, serem convocadas... Pense a lição, que, é claro, só
seria de serventia para quem ainda tivesse um mínimo de vergonha na cara! –
coisa que duvido muito.
Nathalie Bernardo da
Câmara
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