TRISTE REGRESSO...
“O viajante ainda é aquele que mais importa em uma viagem...”.
André Suarès (1868 - 1948)
Escritor francês
O arquipélado de Fernando de Noronha é o primeiro destino dos sobreviventes – se houver algum –, dos corpos e dos destroços [essa deve ser a prioridade, não o inverso, como as autoridades têm dito a torto e a direita. Afinal, custa ter esperança? Não foi Albert Einstein (1879 - 1955) que disse: “Se, a princípio, a idéia não é absurda, então não há esperança para ela... É, também, só inverter. No caso, o sentido”] do Airbus A330 da Air France – vôo 447 –, que, no de 1 de junho, desapareceu, misteriosamente, dos radares e só revelou indícios da sua existência e a dos seus ocupantes na manhã de ontem, sábado, 6, seis dias depois.
Já foram localizados e resgatados, até então, mais de quinze corpos, localizados cerca de novecentos quilômetros de Noronha, bem como pertences pessoais e partes da fuselagem do avião. Além disso, através da imprensa, ficamos sabendo, também, que foram registradas vinte e quatro anomalias na aeronave quatro minutos antes do seu sumiço dos radares. A Air France, coitada, é um constrangimento só. Na maior saia justa! A companhia aérea sente-se tão culpada pelo acidente que, por exemplo, vai renumerar o vôo 447 para vôo 445, mudança que só vale para o destino Rio-Paris (aeroporto Tom Jobim - aeroporto Charles de Gaulle), enquanto a numeração para a volta, a AF 444, permanece a mesma.
Só que isso não muda os fatos. E, como se não bastasse, ainda andam a especular “que o avião pode ter sofrido rachaduras devido a uma mudança de velocidade”. Daí a Air France já ter afirmado que os sensores de velocidade das suas aeronaves serão revistos. No entanto, tais medidas não isentam a companhia de ser processada por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar. O que tem de ser feito, sim, é nem mesmo mudar o número do vôo que faz a rota de número 5, mas tirar a rota de circulação, literalmente, já que, segundo o dito, anteriormente, pelo metereologista do Instituto de Pesquisas espaciais - Inpe, Marcelo Celuchi, a região onde o vôo 447 desapareceu é uma região de tempestade contínua, a chamada “zona de convergência intertropical”.
Faz coro o piloto aposentado Jean-Pierre Moutté, como eu disse em outra postagem. “A rota Rio-Paris é bastante arriscada, sobretudo a passagem pela linha do Equador. Para ele, esse é o pior momento da rota [5], onde as condições climáticas são implacáveis, especulando que uma possível causa do acidente teria sido a entrada da aeronave em uma nuvem que a categoria chama de cumulo-nimbus”. A tal nuvem, ainda segundo o piloto aposentado, é de uma impiedade impressionante, “embora os aviões costumem ter dois radares para evitar esse tipo de confronto”, e que ela, a nuvem, costuma provocar “ventos ascendentes e descendentes e gelo”. Não importa. Já aconteceu.
Importante, agora, é que a Air France, se responzabilizada pelo acidente, não facilite na manutenção das suas aeronaves e que um acidente como esse não se repita.
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A DONA DA PURPURINA...
Como eu tenho escrito sobre o desaparecimento do Airbus A330 da Air France, que trafegava na rota de número 5 – vôo 447 –, indo do Rio de Janeiro a Paris, uma criatura, ou melhor, um (a) navegador (a), que não se identificou, escreveu e me enviou um comentário a respeito da morte... Vá de reto! A morte, claro. E imagino que a intenção do (a) comentarista era a de ver a sua opinião postada. Foi.
O detalhe é que a tal criatura disse que não gosta da “figura que simboliza a morte”; que ela, a figura, “deveria ser mais agradável” e me fez um apelo: que eu recorresse a minha criatividade para criar “uma figura mais simpática”. Tem cada uma! Eu mereço... E lamento informar ao (à) comentarista que eu só escrevo, não desenho. Então, pesquisei na internet e encontrei a figura acima...
Informo, contudo, que a original tinha uma foice, que apaguei com uma borracha virtual, mas o cuecão branco, com bolinhas vermelhas, já estava lá. Coisas da internet! Espero, portanto, que a figura encontrada e discretamente adulterada seja menos indigesta. Já sei! Pensemos que a vida seja um eterno carnaval e que a tal da figura tenebrosa seja, apenas, uma fantasia.
E uma fantasia a mais, uma fantasia a menos... Porém, para aliviar a angústia do (a) comentarista, lembro que vivemos em uma sociedade machista e a figura assustadora tem feições femininas. Quem sabe, então, ela, a tal figura, não poderia ser andrógina, devido o cuecão? Assim, criatura, dê um desconto para o obscurantismo de quem inventou uma personagem tão surrealista e vá desfrutar da vida!
Afinal, é só uma figura, um desenho, uma personagem... E de muito mau gosto, por sinal, pois nos remete à realidade que representa: implacável, inexorável e estúpida! E eu que preferia acreditar que o vôo 447 tivesse sido abduzido por Ets...
Nathalie Bernardo da Câmara
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