(Publicado originalmente no dia 28 de julho de 2011)
“A beleza está nos olhos de quem vê...”.
Augusto Cury
Psiquiatra e escritor brasileiro
Tal qual a verdade, a beleza, ou melhor, o conceito do belo não é absoluto, é relativo. E haja relatividade! No caso, por exemplo, variando de acordo com os padrões estéticos de cada um, particulares em sua natureza e essência – um direito inalienável –, ou seja, algo extremamente pessoal, de foro íntimo, e que não tem nada a ver com preconceito e discriminação, tipo: sejam magros, fofinhos, como se diz, ou gordos; gigantes, altos, medianos, baixos ou anões; ricos ou pobres, sem esquecer a classe média; famosos, anônimos ou aqueles que, dizem, caíram no ostracismo; ocidentais ou orientais, bem como as raças de todos os matizes – são tantas que não dá nem para nominá-las –, com cada um guardando no coração a sua preferência.
Afinal, segundo um provérbio francês que, de vez em quando, quando calha, como costumam dizer os portugueses – depende do contexto –, e me apetece, eu costumo citá-lo, não esquecendo, contudo – claro –, do mitológico grego Narciso, que, aliás, obcecado por sua própria beleza – hoje ele seria diagnosticado egocêntrico –, findou tragado pelas águas do rio onde costumava contemplar o reflexo dos seus vários encantos... Então, o referido provérbio francês diz: Des goûts et des coleurs il ne faut pas discuter... Infelizmente, muitos adolescentes e jovens, por exemplo, têm uma visão distorcida do que seja beleza e, por modismo, não por opção própria, se tornam adeptos, mais outro exemplo, seja da anorexia, da bulimia etc – confesso que não consigo entender...
De qualquer modo, apesar do meu liberalismo extremado (além de todos os limites, indiscriminadamente) – cada um sabe de si e ninguém, em hipótese alguma, tem o direito de questionar nem interferir em suas decisões –, não tenho nada a ver com a opção de não importa quem sobre não importa o quê. E essa minha posição é generalizada. Não se resume apenas à beleza, mas a todos os aspectos da vida do ser dito humano. No caso dos adolescentes e dos jovens, não os pari, não tendo, portanto, nenhuma responsabilidade sobre as suas opções e decisões, embora as respeite, lamentando, apenas, que estão desperdiçando tempo e vida, não acompanhando o processo natural de uma suposta evolução (involução?) daquele que se acha humano.
Ocorre – não podemos negar – que a importância, para cada um, é a sua própria opinião e decisões pessoais. No caso, do que seja beleza, que, a bem da verdade, está, queiramos ou não, associada à saúde, física e mental, igual gatos siameses, já que elas andam entranhadas, de mãos dadas, tipo – digamos – simbiose. E os conceitos de ambas são praticamente similares. Sem falar que a opção de cada um, não importa qual, independentemente do âmbito da sua vida, só diz respeito ao seu dono ou a sua dona, proprietários que são do seu corpo e da sua mente. E a mais ninguém! Eu, particularmente, sem considerar peso; altura; condição financeira; status social e cultural; raças ou não importa mais o quê, tenho o meu próprio padrão estético de beleza.
Bom! Caso me perguntem, por exemplo, quais os meus símbolos de beleza, feminino e masculino, eu diria que, por uma questão de empatia (não me peçam para explicar nada, porque nem eu mesma o sei)...
No quesito feminino, é a jornalista brasileira Renata Vasconcellos, que, com o seu glamour, semelhante ao de uma deusa grega, emergindo suavemente do Mediterrâneo, leve, bela e encantada, adoça os espelhos da minha alma. Agora, o meu símbolo masculino de beleza, digo sem hesitar, é o ator estadunidense nascido na Alemanha Bruce Willis, cujo charme, estonteante, olhar meigo e terno ocupa o mais alto dos pedestais, fazendo sonhar. Quanto aos moldes que deram à luz a ambos? Ah! Esses estão protegidos pelo Minotauro em seu labirinto, na ilha de Creta, na Grécia, para que nem o destemido mitológico grego Teseu e o seu novelo de lã os encontrem, evitando a reprodução de exemplares humanos tão perfeitos e sedutores...
Nathalie Bernardo da Câmara
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