domingo, 11 de setembro de 2011

A MATA ATLÂNTICA PEDE SOCORRO


“O Atlas da Mata Atlântica... Ele nasceu do nosso sentido de urgência. Havia um questionamento na época: o que é a Mata Atlântica? Onde começa? Onde termina? Resolvemos então criar um retrato de corpo inteiro dela, dizer como estava a sua situação. Então foi um enorme impacto, quando percebemos claramente: "Ah, tem 8,8% da floresta só!...”

Clayton Ferreira Lino
Um dos idealizadores do Atlas da Mata Atlântica, conselheiro da Fundação e presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica


No Ano Internacional das Florestas, este blog aproveita o ensejo para publicar na íntegra a cartilha Mata Atlântica: essencial para a vida, produzida pelo Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade. Uma organização não governamental – ONG – ambientalista sem fins lucrativos, com sede em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, o Instituto foi legalmente constituído no dia 05 de abril de 2003 e está incluído no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas - CNEA pela portaria 154 de 23/06/04 do Ministério do Meio Ambiente, publicada no Diário Oficial da União de 24/06/04, Seção 1, página 108, e tem como missão promover educação ambiental para a defesa dos remanescentes da Mata Atlântica, no intuito de conservar a sua biodiversidade e os seus recursos hídricos, enquanto os seus projetos “visam despertar o interesse da sociedade pela conservação da Mata Atlântica, que abriga uma das mais ricas biodiversidades de fauna e flora do planeta”, garantindo, ainda, abastecimento de água para quem dela necessita. A cartilha, por sua vez, será divulgada em seis partes, ou melhor, em seis postagens: Apresentação; Introdução; Caracterização da Mata Atlântica; Ecossistemas da Mata Atlântica; Interação dos animais com a floresta e Ações do homem contra a Mata Atlântica, incluindo a bibliografia consultada, ressaltando, contudo, que as ilustrações de todos os itens mencionados foram suprimidas por uma questão de espaço.

Nathalie Bernardo da Câmara









Apresentação


Deparamo-nos hoje com uma crise que ameaça a todas as formas de vida. O homem vem provocando o esgotamento dos recursos naturais e deteriorando as últimas áreas preservadas, o que torna a vida na Terra insuportável. A Mata Atlântica vem sendo destruída de maneira acelerada nos últimos 50 anos para dar lugar à expansão da agricultura, reflorestamentos, agropecuária e exploração imobiliária. Mananciais hídricos estão sendo degradados por esgotos, agrotóxicos, resíduos domésticos e industriais. Tudo em busca do lucro fácil, sem compreender que a conta que ficará para as gerações futuras.

O ser humano ainda resiste a toda essa destruição, porém já possível perceber sinais de enfraquecimento. O sofrimento das populações afetadas pela falta d’água em períodos de estiagem é apenas um exemplo da fragilidade do ser humano e demonstra claramente que nossa geração já está pagando um preço muito alto pelos erros cometidos no passado. Mas há uma diferença: no passado, não tínhamos tanta noção das conseqüências da devastação como temos hoje.

É preciso parar e refletir sobre todas essas ações. O que pretendemos deixar para as futuras gerações? Estamos sendo éticos ao destruir tudo, não deixando nada para elas? Temos o direito de negar a vida a toda essa fantástica biodiversidade do mundo tropical? Temos o direito de deixar para as gerações futuras um planeta arrasado? Está em nossas mãos não apenas a conservação das últimas áreas da mais exuberante floresta tropical do planeta, mas o destino de nossa própria espécie.

Esta cartilha tem como objetivo principal informar à comunidade sobre a importância de conhecer a Mata Atlântica da região, seus ecossistemas e toda sua biodiversidade para aprender a valorizar esse admirável patrimônio, essencial para a vida de todos.

As fotos aqui apresentadas foram feitas na região, recentemente. Algumas imagens são belas, mas outras, nem tanto. É muito triste constatar que estas imagens de cenários de destruição foram as mais fáceis de se obter.


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