“O cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo...”.
Nietzsche (1844 - 1900)
Filósofo alemão
*
**
“A Igreja católica é uma religião de fábulas...”
Rui Barbosa (1849 - 1923)
Jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro
*
**
“Para conhecer os homens é preciso vê-los atuar...”.
Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778)
Filósofo, teórico político e escritor suíço
*
**
“Não percebo como é que a Bíblia se tornou um guia espiritual”.
José Saramago (1922 - 2010)
Escritor português, para quem o leitor, lendo os textos bíblicos, encontra-se “com o desastre, digamos, do alargamento da influência do cristianismo”, que promoveu crueldades e carnificinas: “É uma verdade inquestionável”, que “custou cidades destruídas, milhares de pessoas degoladas, queimadas... As Cruzadas foram qualquer coisa que a Igreja [católica] devia pedir perdão!”.
Questão da revista Galileu...*
A pergunta é provocadora. De acordo com um artigo que será publicado [ainda] neste mês no jornal britânico de psicologia Intelligence, a resposta é sim. Foram comparados 137 países: em 60% deles, os crentes são os de QI menor. O autor do estudo, o psicólogo Richard Lynn, da Universidade do Ulster (Irlanda do Norte), diz estar absolutamente convencido da relação entre ateísmo e inteligência. Mas sua opinião está longe de ser consenso.
Há décadas, pesquisas buscam associar inteligência e baixa religiosidade. O artigo de Richard Lynn é um mix dessas teorias, aliadas a outras, ainda mais polêmicas, que relacionam QI e raça.
Em alguns países, por exemplo, alguns dados não bateram. Cuba e Vietnã têm muitos ateus (40% e 81%, respectivamente), mas QIs medianos. Já nos Estados Unidos, que tem média 98 de QI, 90% das pessoas dizem acreditar em Deus. Lynn diz que Cuba e Vietnã são exceções porque passaram pelo comunismo, quando houve forte propaganda anti-religiosa. Já nos EUA "há muitos imigrantes de países católicos, que mantêm os índices altos".
Na verdade, trata-se de um dilema no estilo daquela antiga marca de biscoitos: o sujeito é ateu porque é mais inteligente ou é mais inteligente porque é ateu? A hipótese de Lynn é que, quanto mais inteligentes as pessoas, maior a facilidade de questionar dogmas religiosos. "Se a pessoa é mais educada, tem acesso a teorias alternativas de criação do mundo. Por isso, o QI alto leva à falta de religiosidade", diz Richard Lynn.
Porém, ele mesmo admite que generalizações indevidas podem ser feitas a partir desses dados. "Há muito de cultural nesses testes. E isso se reflete no mau desempenho de tribos rurais. Há também a tão alardeada inteligência emocional e uma série de características sociais que geram vantagem nos tempos modernos", afirma Lynn. Ou seja: para o próprio pesquisador, QI mede muito mais modernidade do que inteligência.
É justamente nesse ponto que o estudo é questionado por outros especialistas: o quociente de inteligência é uma medida relativa. Sim, com mais instrução, é provável que a pessoa tenha acesso a outras teorias sobre a origem das coisas, a outros livros que não os sagrados. "Mas daí dizer que teorias religiosas emburrecem é um passo muito grande", diz o coordenador da pós-graduação em ciência da religião da Universidade Metodista, Jung Mo Sung. “Além de preconceito”.
* Com informações da revista Época.
Retomando a Saramago... Ele chamou o papa Bento XVI de “cínico” e disse que a “insolência reacionária” da Igreja precisa ser combatida com a “insolência da inteligência viva”. “Que Ratzinger tenha a coragem de invocar deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual desta pessoa.”
Nathalie Bernardo da Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aceita-se comentários...