ESTRANHOS HUMANOS CONECTADOS NA INTERNET
E DESCONECTADOS DA VIDA...
“Nós estamos tão cegos para a vida ao nosso redor, que preferimos acreditar que ela representa outro mundo...”.
Michelangelo Antonioni (1912 - 2007)
Cineasta italiano
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“É preciso estar leve para enfrentar o insuportável peso de ser...”.
Rinaldo Gama
Mestre em Comunicação e Semiótica brasileiro
No dia 27 de setembro de 2010, publiquei neste blog a postagem Parábola da incomunicabilidade, dando continuidade à postagem Pelos ares do Brasil, publicada um dia antes, na qual comento sobre uma aquisição que fiz no aeroporto de Natal, antes de embarcar para Brasília, ou seja, o livro Um general na biblioteca, de Italo Calvino (1923 - 1985), que, nascido em Cuba, viveu a maior parte da sua vida na Itália. Segundo eu disse na Parábola da incomunicabilidade, “o livro em questão compreende trinta e duas narrativas, ou trinta e dois raccontini, continhos, contos curtos, escritas entre 1943 – quando o autor não tinha, ainda, nem vinte anos de idade – e 1984”. A edição da qual disponho? Traduzida pela brasileira Rosa Freire d’Aguiar e publicada pela editora Companhia de Bolso em 2010.
Segundo Rinaldo Gama, um dos mais curiosos apólogos do livro, que integra a sua primeira parte e compreende o período de 1943 a 1958, ou seja, O Homem que chamava Teresa funcionaria "perfeitamente no teatro”. Para ele, o continho, escrito no ocaso do fascismo, em 1943, “é um claro exemplo da síntese que se espera dos dramaturgos”. Na opinião do pesquisador, “em duas páginas, Calvino resume o que o teatro de Pirandello [(1867 - 1936)] e o cinema de Antonioni levaram anos para construir: uma parábola da incomunicabilidade”. No caso de Antonioni, temos a sua trilogia da incomunicabilidade, a começar por A Aventura (1960), A Noite (1961) e O Eclipse (1962), no qual a personagem Piero reponde à Vittoria quando ela questiona o seu estilo de vida: — Por que mudar?
Nathalie Bernardo da Câmara
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