URNA, PARA QUE TE QUERO?
“A crítica à imoralidade política, vergonhosamente escancarada, só terá efeito histórico se transformada em práxis através do voto consciente...”.
Maria Aparecida Giacomini Dóro
Escritora brasileira
Até a cor da tecla Confirma da urna eletrônica é verde, como são verdes o título eleitoral e a carteira de identidade que eu levei a minha secção para comprovar a minha condição de eleitora. E foi exatamente na tecla verde que eu apertei esta manhã quando, com uma blusa verde-limão, compareci a minha zona eleitoral e dei o meu voto à presidenciável do Partido Verde, a ambientalista Marina Silva, anulando, contudo, com uma determinação irrevogável, até então nunca vista, os demais candidatos aos cargos de deputado (a) distrital, deputado (a) federal, senador (a) e governador (a). Daí o meu entendimento de que se, realmente, alguém tem a intenção de votar, esse alguém comparece à urna sem que, necessariamente, seja obrigado a isso – eis porque defendo, e em nome do bom senso, o que chamam de voto facultativo, ou seja, o eleitor só sairia de casa para comparecer à urna se quisesse, não porque a legislação eleitoral o obriga.
Na fila, portanto, para votar, testemunhei comentários os mais diversos sobre os candidatos em todas as estâncias do pleito – digamos assim – e sobre os partidos políticos em si. Lula, entretanto, era o mais bombardeado da minha secção – não foi uma surpresa –, e pelo simples fato de fazer uso da máquina do governo federal para tentar eleger Dilma Rousseff – prática, inclusive, criticada por ele no passado. Mas, deixemos de lado as artimanhas da trupe do PT e falemos de algo mais edificante, ou seja, o sorriso espontâneo, franco e sincero de Marina quando, ao digitar o número 43 na urna eletrônica, a sua fotografia aparece no monitor. Enfim! Se não for possível a sua eleição imediata, espero que, pelo menos, ela vá para o segundo turno. Não importa o seu adversário. Assim, o Brasil terá mais tempo para conhecer as suas idéias e entender a gravidade dos problemas ambientais que nos ameaçam, para os quais, inclusive, ela tem buscado soluções.
E refletir! Sim, refletir sobre a importância de ter Marina presidindo este país, cujo povo, aliás, já anda bastante cansado dos engodos dos demagogos e daqueles que, sem escrúpulo algum, recorrem ao proselitismo para ter o poder em suas mãos e dele nunca mais se desvencilhar. Uma pouca vergonha! Isso sem falar na quantidade de propaganda eleitoral dos candidatos os mais diversos que, a caminho do meu domicílio eleitoral, estava por toda parte, a poluir calçadas, ruas, gramados etc. Uma verdadeira poluição ambiental. E eu questiono: qual a fonte de financiamento de todas as propagadas desperdiçadas, no caso, voando aleatoriamente pelos ares do planalto, representando, ainda, um enorme desperdício de papel? Um derrame, eu diria, de celulose e de dinheiro. Enfim! Não esperem que, só por defender o meio ambiente, Marina vá pegar uma vassoura e sair por aí, a catar o lixo dos que, infelizmente, não têm consciência ambiental.
Nathalie Bernardo da Câmara
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