Manicure é sequestrada, torturada e morta após suposto roubo de
dinheiro
Vídeo entregue
à Polícia Civil mostra Ane Kelly Santos, de 26 anos, sendo torturada por três
horas, por quatro pessoas; três acusados foram presos em Barueri
12 de maio de 2014
Laura Maia de Castro
e Mônica Reolom - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO
- A manicure Ane Kelly Santos, de 26 anos, foi sequestrada, torturada e
assassinada em Barueri, na Grande São Paulo, porque teria furtado R$ 27 mil de
um bandido da vizinhança. Um vídeo entregue à Polícia Civil nesta sexta-feira,
9, mostra Ane sendo torturada por cerca de três horas por quatro pessoas. Por
causa das imagens, a polícia conseguiu identificar três suspeitos, que foram
presos na manhã deste domingo, 11.
Segundo o
delegado Itagiba Franco, titular do Divisão de Homicídios do Departamento de
Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), Jacson Nunes Pereira, de 21 anos,
guardava R$ 27 mil em casa, dinheiro proveniente de roubos de motos e carros, e
começou a perceber que a quantia estava sendo roubada. Desconfiava de três
pessoas: de sua namorada, Renata Fonseca da Silva, de 27 anos; de seu amigo
Valmir Lima de Oliveira, de 27; e de Ane Kelly, sua vizinha, que fazia faxinas
esporádicas em sua casa. A primeira informação divulgada pela polícia era que a
manicure era acusada de roubar alimentos.
Apesar de
também suspeitar de Renata e Oliveira, Pereira desconfiava principalmente da
manicure, que havia algum tempo estava comprando coisas, como uma televisão,
incompatíveis com sua renda. Em depoimento, Pereira afirmou que ela roubou todo
o dinheiro que havia guardado. "A gente trabalha para conseguir as coisas
e é roubado", disse, em depoimento à polícia.
Pereira levou
os três para um barraco na região, onde ficam usuários de droga. A ideia era
matar todos que estivessem envolvido o roubo. Primeiro, começou a tortura pela
manicure. Na primeira coronhada, ela teria confessado o roubo. Então, Pereira,
seu amigo, a namorada e um menor que usava drogas no local tentaram enforcá-la,
furaram um de seus olhos com um garfo, a queimaram, atiraram em seu pé e
martelaram o dedão de um dos pés.
Quando Ane
Kely estava desacordada, eles a carregaram até uma vala, a um quilômetro, que
Pereira teria cavado antecipadamente. No vídeo feito por Renata e apreendido
pela polícia, a namorada afirma que a moça ainda está viva. Um dos suspeitos,
então, bate com uma enxada na manicure, que é enterrada em seguida. A polícia
aguarda exames para saber se ela foi enterrada viva.
Pereira,
Oliveira e Renata foram identificados com base nas gravações em poder da
polícia e presos na Rua Bartolomeu de Gusmão em Barueri.
Ane Kely, mãe
de cinco filhos, estava desaparecida desde o dia 25 de abril e a família
já havia registrado um boletim de ocorrência no 2°DP de Barueri por causa do
desaparecimento. Nas redes sociais, amigos e familiares prestam homenagens a
manicure. "Para mim você continuará viva em meu coração", publicou
Nathalia Araújo Silva.
Denunciados pela linguagem
Fabiane
era inocente. Nós, ao exaltarmos a sua inocência como principal razão para que
ela não fosse assassinada, somos culpados
ELIANE
BRUM – 12 DE MAIO DE 2014
O linchamento de Fabiane
Maria de Jesus nos denuncia pela palavra. Há um horror, o linchamento. E há o
horror por trás do horror, que é a exacerbação da inocência da vítima. É
preciso que este também nos espante, porque ainda mais entranhado, suas unhas
cravadas fundo numa forma de pensar como indivíduos e de funcionar como
sociedade. Nem todos são capazes de pegar um pedaço de pau para bater na cabeça
de uma mulher até a morte por considerá-la culpada de um crime, mas é grande o
número daqueles que, ao contarem o caso na última semana, enfatizaram: “Ela era
inocente”. Não como uma informação a mais no horror, mas como a mais
importante. Essa também foi a frase escolhida para ilustrar as camisetas dos
que protestavam contra a sua morte: “A dor da inocência”. Mas talvez seja na
exaltação da inocência que nossa violência se revele em sua face mais odiosa. O
que pensamos ser luz, prova de nossa boa índole, é feito da matéria de nossas
trevas mais íntimas. É a exacerbação da inocência que mostra o quanto nós –
mesmo os que não lincham pessoas na rua – somos perigosos.
E se ela fosse culpada?, como provoca o título da matéria de Marina Rossi, aqui no El País Brasil. E se ela fosse uma mulher que praticasse magia negra com crianças? Seu
assassinato por um bando de pessoas na rua estaria justificado? Então alguém
poderia agarrá-la, outro arrastá-la e um terceiro passar com a roda da
bicicleta sobre a sua cabeça? É isso o que estamos dizendo quando nos
espantamos mais com a inocência de Fabiane do que com o seu assassinato?
O linchamento de Fabiane
produziu uma narrativa fragmentada, que revela mais sobre os autores do
discurso do que sobre a vítima. O suspeito V. B., eletricista, 48 anos,
justificou-se, ao ser preso: teria golpeado Fabiane com um pedaço de madeira
porque achou que o boato era “verdade”. O suspeito L.L., ajudante de pedreiro,
19 anos, que teria passado com a bicicleta sobre a cabeça de Fabiane, explicou:
“Diante da gritaria das pessoas que tinham reconhecido a mulher, não tive
dúvidas de participar do tumulto”. O suspeito C.J., pintor de paredes, 22 anos,
teria puxado Fabiane pelos cabelos para se certificar de que era ela mesma,
antes de ajudar a matá-la.
Em nenhum momento
apareceu o choque por ter espancado uma pessoa com um pedaço de pau, passado
sobre a cabeça de alguém com a bicicleta, agarrado uma mulher pelos cabelos.
Passada a explosão da hora, a questão que motivou até um pedido de desculpas à
família, por parte de um dos suspeitos, era o erro. Mas o erro não seria
assassinar – e sim assassinar a pessoa errada. Se havia razões para o
arrependimento era a inocência de Fabiane – não o ato de matar. “Não é ela, não
é ela”, teria avisado alguém em um dos vídeos de sua morte. Não arrebente
porque não é ela. E se fosse?
Se a exaltação da
inocência estivesse restrita aos assassinos – e a quem assistiu ao assassinato
sem nada fazer para impedi-lo – seria mais fácil. Mas foi a inocência de
Fabiane que motivou, nos mais variados espaços, perguntas retóricas como: “onde
estamos?” ou “que país é este?”. Entre os tantos comentários sobre o caso,
lamentando a morte de Fabiane, talvez o do governador do estado de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), seja o mais revelador.
Fabiane foi linchada no
sábado (3/5), no bairro de Morrinhos, na periferia do Guarujá, no litoral
paulista, e morreu, no hospital, na segunda-feira (5/5). Tinha 33 anos. Na
quarta-feira (7/5), o governador, que pretende tentar a reeleição, foi ao
Guarujá para, entre outros compromissos, reinaugurar a maternidade do Hospital
Santo Amaro – o mesmo onde, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Fabiane teve
de esperar um dia para conseguir vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante
a cerimônia, Alckmin manifestou-se sobre a morte de Fabiane, nos seguintes
termos: “É inadmissível um ato de barbaridade como esse, tirando a vida de uma
pessoa que não tinha nada a ver com a desconfiança da população, até porque
tudo não passou de um boato”.
Uma boa questão de
interpretação para a prova de língua portuguesa do próximo vestibular. O que,
exatamente, o governador está dizendo ao povo do estado que governa? Qual é,
para ele, a questão central no linchamento? O que é inadmissível, segundo Alckmin?
Linchar uma pessoa, qualquer pessoa, ou linchar uma pessoa inocente?
A exaltação da inocência
de Fabiane revela a não inocência da sociedade brasileira na série de
linchamentos que vem atravessando o país. As palavras revelam o que também
alimenta o espancamento e a morte de pessoas por cidadãos nas ruas. É no
discurso, às vezes subliminar, às vezes explícito, que é reeditado
cotidianamente o pacto histórico de que há uma categoria de brasileiros que
podem ser mortos – ou que ao menos seu assassinato seria justificável. É esta
mesma lógica que tolera – quando não deseja – a tortura e a morte de presos nas
delegacias e nos presídios do Brasil. Encarar os linchamentos como algo que só
pertence ao bárbaro, que é sempre o outro, é ocultar a nossa responsabilidade,
a de cada um, com uma máscara de inocência. Fabiane era inocente. Nós, ao
exaltarmos a sua inocência como principal razão para que ela não fosse
assassinada, somos culpados.
A
barbárie não deveria nos surpreender, como se fosse nova entre nós. A sociedade
brasileira historicamente a tolera, quando não a estimula. Como já foi dito
mais de uma vez, também aqui, ela está nas raízes da formação do Brasil. A
barbárie chegou junto com os que se anunciavam como civilizados diante dos
povos indígenas que aqui estavam – os bárbaros. E foram também os chamados
civilizados que promoveram uma força de trabalho escravo, alimentada por negros
trazidos da África (e também por índios). Nem a escravidão nem o extermínio
indígena foram superados no Brasil – e as marcas de uma e a reedição do outro
fazem parte do cotidiano do país, hoje.
Fingir que a barbárie é
surpreendente não vai nos ajudar a combatê-la. No Brasil atual, indígenas,
ribeirinhos e quilombolas têm sido expulsos de suas terras por atos do próprio
governo federal – e muitos deles têm sido mortos por pistoleiros, a mando de
fazendeiros. É assustador o número de moradores de rua assassinados no Brasil
nos últimos tempos, assim como o de crimes por homofobia. A retirada de pessoas
de suas casas para a construção de estádios da Copa do Mundo é conhecida – ou
deveria ser – por todos. A violência nos presídios e as execuções nas favelas e
periferias tornaram-se uma banalidade só interrompida por espasmos. Mesmo os
linchamentos estão longe de nos ser estranhos, o que em nada diminui o seu
horror e a necessidade de combatê-los.
Se há algo de novo é
talvez a forma como as palavras encarnaram para tornar Fabiane uma pessoa para
o linchamento. A internet não criou – nem piorou – o humano. Ela apenas o
revelou como nunca antes. Ela deu-nos a conhecer. Antes não sabíamos o que
pensava o vizinho ou o caixa do banco ou o sujeito que nos cumprimentava na
padaria. Agora, ele grita na internet – e, mais do que grita, exibe todo o seu
inferno. Passeia o time completo, com titulares e reservas, de seus ódios e
preconceitos. Na internet, o humano perdeu o pudor de suas vísceras. Ao
contrário, em vez de ocultá-las, passou a exibi-las como um troféu de
autenticidade.
É nesse contexto que o
dono do perfil no Facebook “Guarujá Alerta” postou, em 25 de abril, a seguinte
“notícia” – que jamais poderia ser chamada de notícia porque sequer foi apurada
antes de ser publicada: “Boatos rolam na região da praia do Pernambuco, Maré
Mansa, Vila Rã e Areião, que uma mulher está raptando crianças para realizar
magia negra... Se é boato ou não devemos ficar alertas”. Nenhum pudor de postar
um boato. Zero pudor. Ao contrário, a internet nos mostra que há um orgulho no
despudor, no “assumir” a falta de princípios, confundindo-a com o que é
apresentado como “coragem de denunciar”.
Alguns dos comentários
de homens e mulheres, postados na sequência, mostra a disseminação do ódio,
travestida como defesa do bem: “Mata essa filha da puta. Quem achar, sem dó”/
“Se vir pro Morrinhos vai tomar só rajada essa cachorra”/ “Vamos fazer uma
magia de revolta com ela, ‘botando fogo nela’”. Logo surgiu um retrato falado,
que seria descrito pela imprensa como o de uma mulher “negra e gorda”, em
seguida a foto de uma loira.
Dias depois da
publicação do boato, Fabiane, com pouca ou nenhuma semelhança com qualquer uma
das imagens, foi linchada. Inclusive crianças participaram do seu espancamento.
O retrato falado tinha sido feito em 2012 pela polícia carioca e referia-se a
uma suspeita de ter sequestrado uma criança na zona norte do Rio. Nenhum menino
ou menina desaparecera na região do Guarujá nos últimos tempos, o crime não
existia. Mas as “bruxas” começaram a ser vistas em toda parte – e também em
outras regiões do país, na qual o boato foi reproduzido. Fabiane foi a única
morta, mas várias mulheres podem ter corrido o risco de ser assassinadas. De
novo, as mulheres e a bruxaria, como nas fogueiras da Inquisição.
(Só um
parêntese. Vale pensar sobre o peso da palavra escrita nessa tragédia. Sobre o
quanto a palavra escrita, agora na internet, é decodificada ainda por muitos,
em especial por aqueles que ao longo da história tão pouco tiveram acesso a
ela, como “verdade”. A frase “está no jornal” ou “li no jornal”, usada para
assegurar a veracidade de algo diante de outros, é agora também “está (ou li)
na internet”. É o que mostra a quantidade de spams com boatos os mais
estapafúrdios que atravancam todos os dias as caixas de e-mail e também as
redes sociais, porque muitos os replicam, sem apurar a fonte ou sequer duvidar,
para alertar seu circuito de conhecidos, familiares e amigos sobre ameaças
terríveis. Falta muito para que a leitura crítica, tanto da imprensa tradicional
quanto da mídia alternativa, como de qualquer outra produção narrativa, se
estabeleça para a maioria, tão carente de educação no país.)
Quando Fabiane foi
agarrada naquele sábado, carregava um livro de capa preta. Quem passava por
ela, viu nele uma obra de magia negra. Quando ela ofereceu uma fruta a uma
criança na rua, o gesto foi interpretado como uma tentativa de sedução. Foi só
alguém gritar “é ela, é ela”, para o linchamento começar. É importante
compreender como Fabiane tornou-se bruxa. Mas também é fundamental entender
como ela deixou de ser bruxa.
O feitiço ao contrário é
revelador. O livro de magia negra era uma Bíblia. A fruta oferecida era um
gesto de generosidade. Fabiane era branca, era religiosa, era mãe de duas
filhas, era dona de casa e gostava de crianças. Sua única “mácula”, para o
senso comum, seria um diagnóstico de “transtorno bipolar”, relacionado nos relatos
“ao parto da primeira filha”. Mas, mesmo neste caso, ela foi poupada do
preconceito costumeiro, associado às doenças mentais, por depoimentos como
este, de uma amiga: “(Nas crises) ela saía abraçando as pessoas, falando que
amava todo mundo, nunca fez mal a ninguém”.
Fabiane, portanto, não
só era inocente, como era a imagem da inocência. Era o retrato idealizado do
feminino ligado à maternidade. Não tenho como aferir o quanto essa imagem,
desfeito o feitiço, colaborou para a comoção do país. Mas suspeito que
bastante. E isso também revela o quanto nós não somos inocentes.
E se Fabiane fosse
“negra e gorda”, como descrita no retrato falado? E se Fabiane exibisse
piercings e tatuagens pelo corpo? E se Fabiane fosse lésbica? E se Fabiane
fosse agressiva? E se Fabiane fosse do candomblé ou do batuque ou de outra
religião afro-brasileira, as quais os pastores evangélicos neopentecostais
tanto relacionam nos templos e nos programas da TV com satanismo, uma atitude
criminosa pouco ou nada combatida? E se Fabiane fosse bruxa? E se Fabiane fosse
o oposto da idealização feminina? Será que tantos hoje chorariam por ela?
E Fabiane seria, por
isso, menos inocente?
Talvez,
se sua imagem não correspondesse ao estereótipo da mãe de família, ouviríamos
coisas como: “Também, com aquela aparência, era fácil confundi-la”. Ou: “Essa
história está mal contada, boa coisa ela não era”. Talvez então o feitiço
jamais fosse desfeito e Fabiane continuasse na lista não escrita das pessoas
“lincháveis”. É possível? Ou estou exagerando? Gostaria de estar exagerando,
mas me arrisco a suspeitar que não.
Vale a pena prestar
atenção ao comentário de L., ao ser preso e pedir desculpas à família de
Fabiane. “Peço desculpas à família, estou muito arrependido. Desculpa mesmo. A
gente vê a nossa mãe em casa, nossa tia, e imagina que poderia ter sido com
elas”. De repente, o algoz percebe que sua vítima não é mais uma “bruxa”, uma
diferente, uma outra, mas sim semelhante às mulheres da sua família que ocupam
um lugar materno. E, como filho, sobrinho, dessas mulheres, semelhante a ele
mesmo. Pela lógica imediata, se a conversão em bruxa pela turba enlouquecida,
da qual ele fez parte, aconteceu com Fabiane, por que não aconteceria com sua
mãe, com sua tia? Com ele, com cada um de nós? Será também um medo novo que faz
aumentar a comoção por Fabiane? E agora, que a barreira dos “lincháveis” foi
rompida e uma mãe de família, uma devota, morreu a pauladas?
Um dos suspeitos disse à
polícia que dois outros autores do linchamento de Fabiane foram executados pelo
tráfico. A informação foi publicada na imprensa. Se queremos de fato enfrentar
a barbárie, precisamos saber se essa afirmação é verídica. E, se for verídica,
precisamos exigir que os assassinos dos assassinos sejam investigados, julgados
e punidos, no rito da lei. Do contrário, somos só bárbaros que acreditam que
linchadores devem ser mortos, no olho por olho, dente por dente. Como aqueles
bárbaros que salivam em suas casas quando assistem à notícia de que
estupradores foram violados na cadeia, onde estão sob proteção do Estado.
Chorar
pelos inocentes é fácil. O que nos define como indivíduos e como sociedade é a
nossa capacidade de exigir dignidade e legalidade no tratamento dos culpados. O
compromisso com o processo civilizatório é árduo e exige o melhor de nós:
respeitar a vida dos assassinos. Fora isso, é só demagogia.
Há vários apelos
circulando na internet sobre as palavras “justiceiro” e “justiçamento”. Quero
trazer a reflexão para cá, porque já descobrimos há muito – e também agora –
que as palavras são poderosas. E andam. E encarnam. E revelam. E autorizam.
Linchamento não é “justiçamento”. É crime. Linchador não é “justiceiro”. É
criminoso. Seja uma pessoa ou uma turba, quem mata é assassino. Quem lincha e
mata não quer justiça, quer vingança – às vezes sem nem mesmo saber do quê. Se
queremos superar a barbárie, talvez seja necessário jamais confundir “justiça”
e “vingança” – também nas palavras.
Eliane Brum é
escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna
Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A
Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do
romance Uma Duas.
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