Charge de Ivan
Cabral publicada no Novo Jornal (RN)
– 24/05/2014, inspirando a divagação abaixo.
Pindorama;
Terra dos Papagaios; Ilha de Vera Cruz; Terra de Santa Cruz; Brasil...
Como diria um finado
historiador: — Foram tantos os nomes, tantas as emoções!
E, desde então, de gota em gota,
de sangue, suor e lágrima, o povo heroico, bravo guerreiro – um gigante, diriam alguns –, vem resistindo.
Porém, eis que, certo dia, dado espectro ímpio e impio desponta e, retumbando
na empáfia, nada gentil, ousa pousar em solo alheio, tupiniquim, fazendo pulular, diante de
faces ora hostis, ora cor de anis, flâmulas, lábaros e trombetas –
perfídias prendas, astuto ardil –, numa balbúrdia que nem o alienista ousaria, caindo,
como por acaso, em campo estrelado, no qual, sem medo de ser feliz, ergue
muralhas impávidas e colossais, no alto das quais, entre outras mil, espelhando
a sua grandeza, proclama: — Diga ao povo que fico!
Foi aí, então, que, não mais
bravo guerreiro, mas anão servil, a ponto de não dá mais sequer um pio, recebendo
pito e engolindo apito, o povo outrora heroico, de cultura tecida em versos ora
livres, ora metrificados – daí a sua fragmentação, coitada, por pouco não se
dispersando –, põe por terra as clavas, não resistindo aos grilhões da gula e
da volúpia invasoras, e, de corpo aberto, se entrega as falanges do espectro, ciclope varonil que, placidamente deitado em berço esplêndido, as margens de um morno e douro
rio, de horizonte risonho e fulgurante, reclama, em nome de metais vis, por
direito de soberania dos bens dos brasis, ordenando, ainda, em zombaria, mas
não aleatoriamente, as regras da nova folia: — Faça Isso, Faça Aquilo...
P.S.: Entendido ou alguém carece
de “facilitação”?
Nathalie Bernardo da Câmara
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