“Quem não lê, mal ouve, mal fala, mal vê...”.
(1882 - 1948)
Advogado, escritor e tradutor brasileiro
Numa época em que os livros brasileiros eram editados em Paris e Lisboa, Monteiro Lobato, que, aliás, nasceu num dia 18 de abril – daí a homenagem ao livro infantil –, fundou, em 1918, aquela que seria considerada a primeira editora brasileira, ou seja, a Monteiro Lobato & Cia, implantando, inclusive, inúmeras renovações nos livros didáticos e infantis. Escritor notável, ele é popular entre as crianças, pois a sua linguagem simples caminha lado a lado com a fantasia, povoando o imaginário infantil. A mais badalada das suas obras o Sítio do Pica-Pau Amarelo, por exemplo, encanta crianças e adultos até hoje, com narrativas que trazem Emília, Pedrinho, Narizinho, dona Benta, tia Nastácia, Visconde de Sabugosa, Cuca, Saci e demais personagens do folclore brasileiro vivendo as mais lúdicas e bucólicas das aventuras. Fazendeiro, Lobato escolheu a zona rural como cenário para quase a totalidade dos seus contos, que, segundo a escritora brasileira Marisa Lajolo, falam dos “diferentes brasis que até hoje, sob diferentes formas, assombram as esquinas da nossa história: o trabalho do menor, o parasitismo da burocracia, a violência contra negros, imigrantes e mulheres, a empáfia dos que mandam, o crescimento desordenado das cidades, a degradação progressiva da vida interiorana”, refletindo, assim, o “surto de modernidade autofágica” que desembocou na crise de 1930. Mas, de crise em crise, o Furacão da Botocúndia – como Lobato também era conhecido – chegou a produzir, ao longo da sua carreira literária, vinte e seis títulos destinados ao público infantil. Um dos mais importantes escritores da literatura infanto-juvenil da América Latina e também do mundo, Lobato certa feita afirmou: “Talento não pede passagem, impõe-se ao mundo...”.
Um tour em Harvard
“Brasil deve superar atraso na educação (...) E tem de correr muito para estar à altura dos desafios que, no caso, nos apresentam a ciência, a tecnologia e a inovação...".
La presidenta Dilma Rousseff em discurso na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, no dia 10 do corrente.
Enquanto isso, no Brasil...
Cena 1ª:
Cena 2ª:
Curiosidade:
Em 1928, na condição de adido-comercial do Brasil nos Estados Unidos, nomeado pelo então recém-empossado presidente Washington Luís (1869 - 1957), Monteiro Lobato fixou residência em New York e, em uma de suas muitas cartas aos amigos que se encontravam distante, de longe ousou diagnosticar as causas das mazelas do seu país. Ele escreveu: — Todos os nossos males, econômicos, financeiros e morais (...) provêm de uma causa única: pobreza, anemia econômica. Vou além: miséria...
E não é que, de fato, Lobato tinha razão? Afinal, o que temos visto – e não é de hoje – não passa nem perto de um dos contos de dona Carochinha.
Nathalie Bernardo da Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aceita-se comentários...